Passado

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Os próximos capítulos começaram a focar no passado tanto da Eleanor quanto da Liz. Fiquem ligadinhes 😉



CAPÍTULO 17


      Eleanor


– MINHA FILHA! – Gisele gritou e correu para meus braços, assim que desci do meu jatinho particular.

– MÃE O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI?! – meu tom de voz saiu mais como uma repreensão do que surpresa.


Eleanor sabia que sua mãe não podia fazer muito esforço, por causa do câncer. Mas a mulher tinha um gênio forte assim como o dela, quando toma uma decisão é difícil fazê-la voltar atrás.

Sua mãe estava com um vestido estampado de flores e, com um lenço de cor branca amarrado a cabeça, sua pele branca logo ganhou uma coloração rosada ao segurar o choro. Gisele sentia muitas saudades de Eleanor, sua única filha.


– Ora, cabeça oca – abraçou-me fortemente e, ficamos assim por longos segundos – Eu senti tantas saudades, meu amor – segurou o rosto de sua amada  filha.

– Eu também senti mãe – confesso com lágrimas nos olhos – Não precisava vir me buscar – caminhamos para dentro do aeroporto a procura da saída, após eu  resolver todos os demais problemas do check in e embarcação.

– Quanto mais tempo eu passar com você antes de morrer, melhor será para mim – diz com a voz trêmula – Eu te amo, minha princesa – envolveu seu braço na minha cintura.

– Eu também te amo muito – beijo sua mão e acaricio seu ombro levemente – E o pai, como está? – mudo de assunto, se continuasse com aquela conversa, acabaria chorando.

– Ah o mesmo de sempre – revira os olhos ao adentrarmos o seu carro – Trabalho pra lá, trabalho pra cá. Chora sempre quando tem que me acompanhar, para algum exame ou consulta nova – seguiu pela pista movimentada com o automóvel de luxo – Um verdadeiro bebê chorão – comenta sorridente – Mas ainda está com tudo em cima – brinca.

– Aii não mãe, pelo amor de deus – franzi o cenho em desgosto, a última coisa que queria saber era sobre a vida sexual dos meus pais – Não começa, por favor!

– Tá bem, tá bem – levantou a mão em redenção – Mas e você, encontrou alguém interessante durante estes dois meses que ficou no Brasil? – estava interessada, mas eu não contaria sobre Liz, não agora.

– Talvez – abro a porta do carro, assim que a minha  mãe estaciona na garagem do seu apartamento, minha antiga casa.

O apartamento de meus pais ficava bem perto do aeroporto, então quase não demorava para chegarem em seu lar. Retiro minhas malas do carro e, caminho em direção ao elevador, já esperando as demasiadas perguntas que a mais velha faria, em breve.

– Talvez? Pelo visto tem alguém sim – pulou para fora do automóvel rapidamente, acompanhando meus passos apressados – Quem é a minha nova norinha, hein? Me fala – se colocou em minha frente, ao abrir os braços e as pernas, impedindo-me de passar – Qual é o nome dela?

– Liz. Lizandra – digo finalmente, dona Gisele não me deixaria em paz tão cedo, se eu continuasse prolongando isso – Satisfeita?

– Como ela é? É bonita? – soltou uma risada escandalosa ao adentrarmos o elevador – É claro que deve ser linda, minha filhinha tem um ótimo bom gosto – balbuciava para si mesma – Quando vou conhecê-la?

– Mãe! – chamo sua atenção, ao segurar suas mãos – Vamos devagar, tá bem. Um passo de cada vez – tentei acalma-la.

– Você tá certa – suspirou vencida, mas eu sabia que aquele silêncio não duraria muito tempo – Me mostra pelo menos uma foto, vai?

Save Me (Romance Lésbico) - REVISÃO Where stories live. Discover now