Capítulo 10

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Enquanto a multidão se dispersava, permaneci ali, olhando fixamente para o corpo carbonizado da senhora Débora – me sentia culpada pelo o que aconteceu – minha curiosidade a matou e nada poderia ser feito. A figura distorcida de SeHun ainda estava na minha mente, como se ele estivesse completamente dominado ou que alguma coisa quisesse me mostrar algo.

Alguma coisa não, alguém!

Lembrei da gata que encontrei na floresta, ela me mostrou toda aquela cena macabra, talvez um prelúdio para o que viria logo em seguida. Eu tinha que entender o que estava acontecendo naquela cidade maldita, entretanto, a minha curiosidade matou duas pessoas e eu poderia ser a próxima.

— Aila — a voz de SeHun ecoou nos meus ouvidos bem atrás de mim, então virei, encarando seu rosto, que parecia ter voltado a ser o que era antes.

— Sim? — olhei em seus olhos escuros e vazios, que pareciam esconder um tipo de escuridão mórbida, quase como se não pertencesse a esse mundo.

— O que ainda faz aqui? — questionou.

— Apenas olhando — respondi amena, encontrando por fim aquela gata preta que estava aos meus pés, então a peguei no colo e encarei o maior. — Estarei em casa! — disse, dando-lhe as costas e seguindo meu caminho.

Minha mente estava enevoada com os acontecimentos e acariciando o pelo escuro da gata, percebi que as coisas estavam chegando em um ponto que logo seria meu corpo a ser queimado vivo naquela fogueira. Meus passos teriam que ser friamente calculados, assim como os planos — a marca então queimou em meu pulso, mostrando que quem eu era, podia ser um problema.

[...]

— Lady Francine é uma dama muito respeitada e cortejada pelos homens da corte — a mulher velha exclamou, levantando o ego daquela garota que mal havia saído das fraldas e já queria um casamento. 

— Acredito! Mulheres de boa família tendem a ser educadas e cristãs é claro! — a matriarca Oh rasgava elogios, sabendo que eu estava bem ali na sala, servindo chá para as mulheres da alta classe de Salém.

Como aquilo me enojava, tão arrogantes e cheias de si, nenhum pouco diferentes do homens que tanto veneravam como maridos — tudo aquilo me causava uma grande repulsa e a senhora Oh não parecia desistir de querer casar SeHun com aquela dama — o que não era de todo mal, assim ele iria me deixar, porém esse não era o plano dele.

As mulheres continuaram falando e falando sem parar, o assunto principal sendo em SeHun casando com Lady Francine e o quanto ela era bela, educada,cristã e fértil, tudo que não se enquadrava nos meus padrões, mas aquilo não me abalava, era algo tão supérfluo, que minha mente estava em paz.

Os olhos da moça se voltaram em algum momento em minha direção; ela me odiava, sim, me odiava com todas as forças por estar entre ela e SeHun — pobre criança, mal sabia o que lhe aguardava se continuasse insistindo naquilo. O padre da cidade era um homem frio, agia como se tudo estivesse ao seu controle e ela não parecia alguém que ele quisesse dominar, por já ser dominável.

 O padre da cidade era um homem frio, agia como se tudo estivesse ao seu controle e ela não parecia alguém que ele quisesse dominar, por já ser dominável

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Padre_ Série: Desejo Profano Livro 4 (Oh SeHun)Onde histórias criam vida. Descubra agora