16 - Déjà vu

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O único barulho que Seonghwa podia ouvir era a cortina se movendo graças ao vento que entrava. A luz do sol era algo que admirava desde muito novo, então de alguma forma, o ajudava a refletir. Tinha conversado com Yeosang e repassava o diálogo em sua memória.

— Eu sei que não somos tão próximos, mas já que o Woo não tá, pode contar comigo, hyung.

— Eu sei, eu sei.

— Você tá bem?

— É... suponhamos, é hipotético, ok? Suponhamos que eu esteja conversando com alguém que eu tenha uma conexão incrível...

— Você tá apaixonado?!

— Suponhamos. Minha nossa, isso é complicado, não dá pra explicar.

— Fala, hyung, confia em mim.

— É como se eu sentisse algo muito diferente com essa pessoa, algo que eu nunca senti antes, mas essa pessoa não acreditaria em mim. Como posso fazê-la ceder?

— Isso é injusto. Você não cederia, como quer que a pessoa faça isso?

— O quê?

— Não pode esperar que ela simplesmente acredite em você, tem que fazer ser mútuo, ser real.


Aquelas palavras foram o motivo da insônia de Seonghwa, que acordou no dia seguinte de mal humor. Tudo conspirava para sua má sorte e quando chegou em sua mesa, viu um enorme amontoado de papéis, sem nenhuma explicação.

— O que é isso?

— Dois funcionários deram o fora e sobrou pra gente dividir o trabalho atrasado.

— Ah, não. Eu não deixo as minhas coisas atrasarem e tenho que lidar com atraso dos outros?

Aquela situação foi o estopim para uma baita dor de cabeça que o acompanharia pelo resto do dia, que, graças a todo o estresse, não existia remédio capaz de aliviá-la.

Agora em seu sofá, acompanhando de uma pilha de papéis, se sentiu sozinho. Seu melhor amigo estava em outra cidade, sua madrinha estava em outra cidade e as únicas pessoas que poderiam ouvi-lo com certeza não gostariam de ser incomodadas com isso.

Principalmente Hongjoong.

Hongjoong. Seu rosto estava rascunhado quando desbloqueou o tablet, graças ao trabalho não finalizado e se odiou por isso. Agora pensava em uma maneira de tornar aquilo real, mas tudo parecia tão unilateral.

Por mais que a amizade estivesse dando certo, parecia que era apenas Seonghwa sentia sua pele mais quente ao tocá-lo. Parecia que era só ele que se sentia revigorado apenas com sua presença.

Como faria Hongjoong sentir isso também?

Pensou nisso antes de cair no sono, e sinceramente, não era a melhor noite de sono de sua vida até ser acordado por uma ligação em plena madrugada.

— Alô? — sua voz era embargada.

— Você tá bem? Tava dormindo?

— Sim e sim. Hongjoong, são... três da manhã. — olhou as horas no celular.

— Eu tive um sonho com você e queria saber se estava bem, desculpa. Vi que sonhos podem ser avisos.

— Calma, como era o sonho?

— Você dirigia um carro e sofria um acidente. — Seonghwa permaneceu em silêncio ao ouvir aquilo. — Eu te atrapalhei, boa noite.

SEONGJOONG - EclipseWhere stories live. Discover now