Capítulo 27 - Tomás

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Tomás

Incrível como a vida nos surpreende. Quando achamos que estamos no controle ela vem e acaba com tudo. Eu nunca entendi porque as coisas são assim. Minha mãe me diz que simplesmente isso faz parte da vida e que tenho que estar disposto a mudanças, mas isso é tão confuso que as vezes acho que o problema sou eu. Sou eu que afasto as pessoas da minha vida.

Eu e meu pai éramos unha e carne, ele sempre estava ao meu lado nos momentos felizes e difíceis da minha vida, ele era minha cara metade. Tudo o que sei desde o modo de pensar até o de agir foi ele quem me ensinou e após sua morte eu me sentia deslocado sem ninguém que me entendesse e me amasse com todos os meus defeitos. Foi ai que eu decidi me fechar e focar somente no trabalho porque assim eu poderia ser o garoto perfeito que todos queriam que eu fosse. Minha família, os empresários da minha empresa, todos esperavam que eu fosse perfeito igual meu pai era. Eles esperam que eu não errasse nunca.

Muitas vezes eu pensei em desistir, as vezes ser cobrado demais pesa e machuca.

Se os números dos lucros caem eu sou hostilizado e questionado, mas se sobem eu sou venerado e comparado ao meu pai, "o mais novo maior CEO de todos os tempos. Seu pai ficaria orgulhoso". Eles nem conheciam meu pai direito para usar seu nome assim, já eu realmente conhecia o meu pai, ele era acima do CEO mais poderoso do século 21 o meu pai.

No dia que eu conheci a Manu meus olhos brilharam com aqueles 1,60 de amor. No fundo eu sabia que ela era a mulher da minha vida e pelos últimos 3 meses eu tinha certeza disso porque ela me tirou do mundo do luto e me resgatou para o mundo real me mostrando que eu poderia amar de novo e mostrar meu verdadeiro eu sem ser julgado. Com ela eu sentia que o verdadeiro Tomás era liberado e eu não tinha medo de nada porque ela me amava com todas as minhas imperfeições e isso me fazia acreditar que eu posso ser o Tomás Martin imperfeito e ser amado.

Quando a Emanulle terminou comigo eu senti que meu velho eu cheio de inseguranças tinha voltado, o mesmo que me aprisionava e me fazia acreditar que eu era o problema de tudo o que acontecia de ruim comigo e com as pessoas ao meu redor. Eu sentia que de alguma forma eu quem tinha afastado ela de mim mais eu não sabia como.

- Será que eu estava errado em achar que ela era o amor da minha vida? - me perguntei assim que acordei em um dia ensolarado. - Droga, droga! - Gritei socando o travesseiro. - Como eu pude perder ela assim?

- Cara, tudo bem aí? - Jack apareceu na porta do meu quarto. - Estava passanso pelo corredor e ouvi você gritar.

- Acho que esta tudo bem. - respondi me levantando lentamente da minha cama.

- Fala sério cara! Pode parecer que não mais eu te conheço muito bem e você está mal. - Jack sentou em minha cama. Eu fui em direção ao banheiro lavar meu rosto e deixei a porta aberta.

Fiquei em silencio e não respondi. Eu não sabia se queria conversar com ele.

- Deixa eu adivinhar... - ele se deitou na minha cama. - Meninas?

Continuei em silêncio me olhando no espelho do banheiro.

- Você sempre fica assim quando está com alguma menina. É oque eu chamo de pessoa que se apega demais! Agora me fala o que aconteceu.

- Eu não quero falar sobre isso. - falei empurrando a porta do banheiro para que ela se fechasse.

- Tomás! Não fecha a porta na minha cara. - ele veio até a porta do banheiro e a abriu. Eu estava tirando a blusa para tomar um banho. - Uau! Que tanquinho em. Agora sei o porque das meninas apaixonarem tão fácil por você. Com um corpo desses até eu te quero. - ele lançou um riso.

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