Uma Volta no Parque

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Na manhã seguinte, Lupin foi embora após o café. Harry observou Severus ficar um pouco desapontado com a partida do amigo.

Se bem que Harry começou a suspeitar que o que estava acontecendo ali era tudo, menos amizade. O homem de cabelos negros insistiu para que Remus ficasse, mas o outro só disse que tinha que resolver alguns assuntos particulares.

Harry ajudou seu pai a arrumar a cozinha após o café. Foi quando não conseguiu mais segurar a pergunta que rondava sua cabeça.

- Ele é seu namorado? - Perguntou tão subitamente e Snape foi pego tão desprevenido que deixou o prato que estava guardando cair no chão.

- H-Harry, de onde tirou isso? - Perguntou o pocionista.

- Você dormiu ele ontem, e quando estava saindo, ele estava desarrumado e vermelho, vocês estavam se beijando, não é? - Snape não sabia o que falar. - Tudo bem, papai. Ele é bonito e faz bem para o senhor. Está mais radiante e ele só ficou uma noite.

Snape ficou corado. Sim, estava mais radiante, mas quem não ficaria após uma noite como aquela.

- Olha Harry... - Severus começou.

- Pai, diz logo que ele é seu namorado. Eu sou um menino grande. - Disse Harry interrompendo o garoto.

- Ah é, menino grande? - Perguntou com a sobrancelha. - Harry, gostaria de falar com você sobre, Draco. - Harry fechou a cara imediatamente, o que fez Snape suspirar frustrado.

- Sei que você e Draco não é fácil, mas quando conhece ele melhor, ele é um garoto que só está buscando aprovação. - Falou com um ar de quem sabia o que era aquilo, e Harry encarou o sapato.

- Ele trata meus amigos mal, ele zomba da Mione e do Rony, e de mim. - Falou Harry soando mais magoado do queria.

- Tenta ser legal com ele, Harry. Draco está passando por algo complicado. - Severus falou e Harry assentiu.

- Mas por que está falando isso? - Harry perguntou lembrando-se do que Severus queria falar. O homem tinha se virado para pegar o copo com chá gelado de limão.

- Ele vai passar o restante das férias aqui em casa. - Harry ficou apreensivo. - E só aqui só tem dois quartos... entende? Então... - Ele bebeu um pouco de chá.

- Vou dividir o quarto com o Draco, como o senhor dividiu com o Lupin. - Harry falou com conformidade, fazendo Severus se engasgar com o chá.

- H-Harry, acho que é diferente. - Falou recuperando-se do susto.

- Por que é diferente? - Harry perguntou e Snape começou a pensar sobre qual a diferença entre dividir o quarto e dividir o quarto.

- Harry, vai assistir TV - Falou por fim.

O garoto foi para a sala, sem entender o que havia acontecido lá dentro.

Ele estava assistindo televisão, quando a campainha tocou. Snape levantou-se de sua poltrona, onde lia um livro e foi até a porta.

Harry ouviu algumas vozes e logo depois viu o menino de cabelos platinados entrar e sentar-se ao seu lado.

- Olá, Potter. - Falou Draco.

- Oi, Malfoy. - Harry ficou irritado com a presença de Draco, mas resolveu ignora-lo.

- Padrinho, a gente não pode sair? - Perguntou o loiro.

- Não, Draco. Hoje vamos ficar em casa. Assiste o desenho do Harry. - Falou sentando-se na poltrona e começando a ler seu livro.

- Eu não quero ver essa coisa... é de trouxas. - Falou Draco.

- Draco, não começa. Só assiste o desenho quieto. - Respondeu Snape sem paciência.

Draco ficou emburrado, mas depois ele ficou concentrado na história da Cinderela.

- Draco, você está chorando? - Perguntou Harry vendo a lágrima cair do olho direito de Draco.

- Claro que não! Fica na sua, Potter! - Falou emburrado.

- O Malfoy está chorando, o Malfoy está  chorando! - Provocou Harry, cantando, enquanto batia palma.

Snape ia interferir, mas achou graça das bochechas coradas de Draco, do bico emburrado e atentariva falha de esconder as lágrimas.

- Harry - Chamou Snape fazendo o menino parar. - Por que não vamos ao parque e você e Draco arrumam uma brincadeira mais interessante?

- Não disse que não iríamos sair? - Perguntou Harry.

- É, mas hoje você está com muita energia e eu quero que gaste ela longe dos objetos caros que eu tenho. - Harry revirou os olhos. - Então vamos ao parque, onde tem espaço e nenhuma porcelana.

- Tá bom, eu gosto de brincar ao ar livre. - Harry pensou em acrescentar que não podia fazer muito isso na casa dos Dursley, mas não queria deixar Severus triste.

Draco queria dizer não iria, mas ao ver Harry extremamente animado indo buscar brinquedos no quarto, então o garoto loiro resolveu não falar nada.

- Draco, eu sei que não gosta de coisas trouxas e não está feliz, mas dá uma chance, talvez se divirta. - Falou Severo, enquanto o menino encara emburrado.

- Não sei. - O garoto se calou ao ver Harry descendo as escadas com um carrinho, uma corda e uma bola.

- Estou pronto! Vamos, tenho uns jogos muito legais- Falou Harry. Draco olhou para o menino quase dizendo que não iria brincar coisas de trouxa, mas ao ver o sorriso e a felicidade de Harry desistiu e apenas assentiu.

Snape quase riu vendo como Harry conseguia convencer Draco sem nenhum esforço, sabia onde ia levar e tinha medo do futuro e das coisas que teria que explicar aos dois, mas observar a inocência era o bastante por agora.

Eles caminhavam a caminho do parque, Draco tentava parecer extremamente chateado e aborrecido. Mas Snape conseguia ver alguns sorrisos escaparem.

Quando chegaram ao lugar, as crianças pararam de brincar para observar os garotos.

- Olha, é o filho do seboso! - Gritou um menino, esguio, com cabelos cor de areia fazendo o seu grupo rir.

- Não fala assim do meu pai! - Harry falou bravo.

- O que foi magricela, vai me bater com seus bracinhos de palitinh... - Ele não terminou, pois em seguida, o menino loiro estava em cima dele.

- DRACO! - Harry gritou, enquanto via o menino puxar o cabelo do garoto do parquinho.

- Não... fala... assim... com... ele. - Falou Draco entre os socos.

Snape correu para tirar Malfoy de cima do menino.

- Já chega Draco! - Deu sermão.

- E-ele falou do... de você padrinho. - Falou desviando o olhar de Severus e se esforçando para não olhar Harry.

- Não importa! - Respondeu Snape. - Harry, vá brincar com Draco, sem mais confusões.

Os dois foram até um canto, longe dos garotos.

- É por isso que bruxos e trouxas não se misturam - Draco falou.

- Você sabe que o pai do Severus é trouxa, não é? - Draco ficou em choque ao ouvir isso e olhou para o padrinho com incredulidade.

- Isso não é... - Ele parou de falar, quando uma garota muito parecida com o outro menino do parque se aproximou.

- O-oi... me perdoem pelo que Duncan fez, ele é um idiota. - Falou ela sorrindo para o Harry. Draco tentou esconder o quanto aquele sorriso para Potter o incomodou. - Ele é meu irmão. Meu nome é Donna. Posso brincar com vocês? - Perguntou olhando para o menino de olhos verdes.

- Não. - Falou Draco, bravo. Ela pareceu magoada.

- Draco! - Harry deu bronca. - É claro, é claro que pode.

O menino Malfoy observou Harry conversar e ir para o balanço com a Donna. Chateado ele ficou de longe, só vendo os dois brincarem.

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