Capítulo 5

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Desfrutem ♥

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Anahí estava sentada na sala de convivência sozinha, não aguentava mais os chatos trabalhos burocráticos, esta história de trabalho administrativo deveria acabar logo. Levantou a vista e viu Herrera ainda no laboratório, já havia passado o horário do turno dele, mais uma vez ele viraria a noite ali.

Tomou mais um gole do café descafeinado que eles haviam comprado para ela.

– Anyzinha... – Greg então entrou animado na sala de convivência.

Ela levantou os olhos e toda a equipe estava invadindo a sala.

– Oi pessoal. – Ela forçou um sorriso.

– Nós achamos que você estava muito triste... – Falou Nick.

– E resolvemos fazer algo a respeito. – Completou Morgan.

– Como não quer que ninguém saiba do seu segredinho, trouxemos e embalagens discretas... – Finlay disse entregando o primeiro presente para Anahí.

Logo um a um começaram a encher a volta de Anahí de presentes, e por fim Greg, que já havia entregado o seu largou um hambúrguer vegetariano sobre a mesma.

– Por que temos que cuidar de você também e não só dele.

Anahí sorriu. Eles sabiam mesmo como cuidar dela. Cuidadosamente Anahí abriu caixa por caixa sem tirar os presentes de dentro para que ninguém pudesse ver, muito menos Herrera, que não tirava o olho da sala de convivência. A sala de convivência tinha metade da parede de material e a outra metade era de vidro, o que dava uma visão bem ampla para tudo que ocorria lá dentro. Eram lindos presentes para aquele ser que ainda era tão pequeno em seu ventre.

– Muito obrigada pessoal, vocês sabem que são muito especiais para mim.

– Vocês também, são especiais para nós. – Greg sorriu, aproximou-se dando um beijo carinhoso no rosto de Anahí e colocando a mão sobre a barriga dela discretamente.

Porém nenhum detalhe escapou dos olhos de Herrera, embora nesse momento preferisse estar cego. Greg e Anahí tinham praticamente a mesma idade, eles sempre foram extremamente próximos... Será que entre eles haviam surgido alguma coisa? Entre eles será que não haviam os mesmos impedimentos que o próprio Herrera havia imposto entre os dois no decorrer de todos esses anos.

Anahí pelo visto não estava mais disposta a esperar, mas após esperar por quase quinze anos, ele não podia julgá-la. Ainda sim, ele a queria de volta, por mais injusto que isso fosse, ele a amava e cada momento longe dela fora o suficiente para descobrir que não poderia viver sem ela.

Porém sua cabeça não saia da pessoa que ela disse que poderia amar com tanta intensidade, que sempre estaria no meio dos dois. Greg? Nick?

Ele era um investigador, e tinha que descobrir, e sabia exatamente por onde começar. Pegaria os casos citados por Jim e estudaria um a um para saber o que havia ocorrido com Anahí na sua ausência. Sobre a doença, o tiroteio e principalmente sobre o crime onde ela foi considerada suspeita.

– Anahí, amanhã Fin e eu estaremos de folga. – Morgan falou animada. – Sua folga seria depois de amanhã, mas creio que o D.B. não se importaria de trocá-la, afinal está fazendo só trabalho interno também... Nós poderíamos sei lá, ir até um shopping, comprar algumas coisas para nosso sobrinho. O que acha?

Anahí olhou para o chefe que deu uma resposta positiva com a cabeça.

– Eu acho que seria uma ótima ideia.

...

Herrera esperou pacientemente até Anahí ir embora, e felizmente, ao contrário dele, ela ficava menos tempo possível no laboratório. Será que tudo isso era para evita-lo? Sabia muito bem que ela gostava de trabalhar e odiava tempo vago. Quando era seu supervisor lembrava da infinidade de vezes em que ela estourava seu banco de horas. Na realidade, havia muita coisa errada ali, como, por exemplo, ela estar trabalhando somente como burocracia, assim como ele, ela odiava trabalhos internos.

Esta era uma duvida que ele iria tirar naquele momento.

– Olá. – Herrera entrou na sala do D.B. que estava com a porta aberta. – Sou Alfonso Herrera, novo supervisor do turno do dia e antigamente supervisor da sua equipe.

–Olá Herrera, prazer. – Ele respondeu simpático. – Me deixou uma grande equipe tanto você quanto Catherine, não posso negar.

Catherine era uma amiga de Alfonso, e a CSI que havia ficado como supervisora no lugar dele quando Anahí e ele haviam saído. Logo, porém, ela foi convidada para trabalhar no FBI e o cargo passou para o D.B., Diebenkorn.

– Verdade. – Ele sorriu. – Tenho muito orgulho deles. Anahí, Greg, Nick...

– Você gostaria de alguma coisa? – Ele assim com Alfonso era um ótimo investigador e sabia que o homem estava interessado em algo muito mais do que simplesmente se apresentar.

– Sim. Fiquei sabendo que Anahí está trabalhando somente internamente. Ela ou algum caso dela está sendo investigado?

– Não. – Ele respondeu simples.

– Há algum motivo para isso?

– Ela está clinicamente impossibilitada de trabalhar em campo.

– Anahí está doente? – Ele perguntou preocupado.

– Isso é uma questão pessoal de Anahí. Eu entendo, e estou a par sobre o envolvimento que tiveram, porém não tenho o direito de falar nada sobre qualquer membro da minha equipe. Desculpe-me senhor Herrera, mas se quiser saber o que está acontecendo com Anahí, somente ela poderá lhe contar.

– Eu compreendo.

Herrera entendia D.B., ainda sim não estava nada contente com a resposta. Ele queria respostas, e ia conseguir a qualquer custo. Seguiu para seu computador, como supervisor, conseguiria acesso a base de dados das evidências, já que agora tudo ficava digitalizado, então não teria que ir buscar evidências físicas.

Começou pelo caso onde Anahí podia estar com um possível vírus contagioso e altamente mortal, havia pouca coisa sobre Anahí, apenas que ela juntamente com Greg haviam ficado em isolamento no tempo de incubação do vírus. Em seguida viu sobre o tiroteio. Também não havia muita coisa, falava sobre o desaparecimento da sua colega de trabalho Finlay, e tinha algumas fotos do ferimento da Anahí. A bala havia pegado de raspão na testa. Ele suspirou, podia tê-la perdido definitivamente naquele dia.

Por ultimo e não menos importante, viu o caso de Taylor onde Anahí foi considerada principal suspeita. Ele se envolveu por horas neste caso, lendo os relatórios pode ver que tudo não havia passado de uma armação, e o pior de tudo, justamente no seu aniversário. Passando por algumas fotos do caso teve vontade de chorar, Anahí exposta, visivelmente constrangida, semi nua durante as fotos periciais. Sofreu vendo seu sofrimento.

Após essas fotos, haviam outras piores. Ele ficou estático. Era o caso onde haviam tentado incriminar ela de homícidio. Haviam fotos de suas mãos, seu rosto, de suas roupas, dela somente em roupas íntimas, todas fotos da investigação. Ele não podia imaginar o quão perturbador e invasivo aquilo podia ter sido.

Ainda sim, a pior foto fora a que viu por último: Anahí beijando a vítima, encostada em um carro, com um sorriso no rosto. Engoliu seco, fechou os olhos por alguns instantes. Em depoimento ela havia dito que haviam se envolvido emocionalmente, que havia ficado até tarde da noite no quarto da vítima e que não havia tido relação sexual, que havia ido embora após a mensagem de aniversário que ele havia mandado.

Ela o havia ouvido. Ela havia estado com outro homem, procurado a felicidade, feito tudo aquilo que ele havia insistido tanto para que ela fizesse. Era um idiota! Jamais se arrependera tanto das palavras ditas.

– Droga Anahí! – Resmungou.

A culpa ele sabia muito bem que não era dela, a culpa era dele. Total e completamente dele. E nada podia apagar aqueles momentos de sofrimento que ele havia causado nela, muito menos apagar a história – ainda que curta – que ela teve com outro homem.

Si volvieras ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora