C A P Í T U L O 2 7

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MELINDA

- Dev... - Sussurro baixinho, apertando sua mão presa na minha. Meus olhos observam o quarto branco do hospital e isso faz lágrimas de felicidade rolar sobre minha bochecha por eu ver que não morri. Devil conseguiu me salvar e eu serei eternamente grata por isso - Dev... - tento mais uma vez, forçando um pouco mais para minha voz sair mais alta.

Sorrio quando ele abre os olhos e me olha surpreso, não perdendo mais tempo e se inclinando para me beijar, roubando o pouco fôlego que tenho com os movimentos ágeis dos seus lábios quentes e deliciosos. Solto um gemido baixinho e isso basta para que ele pare o beijo e deixe que o oxigênio entre em meus pulmões, mas ele não se afasta, sua testa está colada na minha e seus olhos profundamente presos nos meus.

Acaricio seu rosto, sentindo sua barba espetar meu rosto e isso me deixa absurdamente feliz. Me sinto grata por estar aqui e poder tocá-lo, para que lentamente eu possa gravar o formato apaixonante do seu rosto, me sinto grata por poder estar tendo minha segunda chance e eu prometo não deixar passar nenhuma oportunidade.

- Você acordou... - Sorrir, pegando minhas mãos e as beijando sem parar- Eu pensei que... Que tinha perdido você e que eu tinha chegado tarde demais.

- Devil... - Sem saber porque, seu nome é a única palavra que consigo fazer atravessar meus lábios ressecados.

- Quando peguei você em meus braços e senti seu corpo gelado e pálido, eu senti meu mundo desabar e quando... Quando percebi que você não se mexia eu pensei que você estivesse... Morta - Devil fecha violentamente os olhos, dando-me a impressão que a última palavra parece ter atravessado sua garganta como uma lâmina afiada. - O médico disse que você desmaiou e que é normal perder os sentidos em casos de hipotermia.

- Eu estou aqui, Devil, graça a você - sorrio, me sentindo melhor por conseguir falar mais coisas que o nome dele, puxo ele para mais perto de mim, buscando sentir seu calor, isso é tudo o que preciso e quero sentir agora.

Devil se junta a mim na pequena cama hospitalar, me fazendo sorrir como uma criança, como nunca cheguei a sorrir na vida e isso me faz pensar que tudo isso que aconteceu, talvez tenha amolecido meu coração, antes felino, indomável e destemido, sem espaço para qualquer outra coisa além da minha profissão, porque para mim ser uma agente do FBI era o bastante, mas Devil apareceu em minha vida e aos poucos foi bagunçando tudo dentro de mim e agora, estando bem junto dele, eu finalmente estou assumindo que há um espaço enorme em meu coração, esperando para ser preenchido pelo o amor e todas as minhas certezas apontam para o homem que espalha pequenos beijos em meu pescoço. Perdida em meus pensamentos e ao mesmo tempo desconcertada pelos beijos de Devil, eu deixo escapar palavras perigosas.

- Talvez eu esteja amando você, Devil.

- É, talvez eu também esteja amando você - Esse é o homem que escolhi, tão apreciador de palavras perigosas quanto eu e isso me trás a certeza de que não há ninguém melhor para mim do que Devil.

(...)

Solto um longo suspiro ao estar em casa, deitada em minha cama fofa e quentinha, Devil está na beira da janela, mantendo os braços cruzados enquanto olha seriamente para enormes prédios que preenchem seu campo de visão.

- Por que você não vem se deitar comigo? - me livro das cobertas, indo até ele e beijando seus ombros nus, abraçando seu corpo forte por trás - Tobias e os homens dele estão presos, eu estou bem, então não há mais com que se preocupar. Eu sinceramente acho que deveríamos comemorar, eu estou bem o bastante para ter você me fazendo delirar.

- Tem uma coisa que não te contei - suas mãos ficam por cima das minhas que estão espalmadas em seu peitoral. Ganho um pequeno aperto carinhoso sobre elas antes de ele se virar e tomar meu rosto entre suas mãos - É sobre Matias...

𝐴𝐺𝐸𝑁𝑇𝐸 𝑆𝐸𝐶𝑅𝐸𝑇𝐴 - CONCLUÍDOWhere stories live. Discover now