Capítulo 1 - O casamento

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O ano era 1818. Em um vilarejo pequeno, afastado da grande metrópole londrina, vivia uma garota e seus pais, juntamente com seus dois irmãos mais novos.

Amélia

Sentada em um minúsculo cômodo que eu chamo de quarto, reflito.A vida aqui nunca foi fácil. Eu não reclamava porque apesar de tudo, eu tinha comida na mesa (mesmo que de forma escassa as vezes). Eu moro em um pequeno vilarejo afastado de Londres, tenho 17 anos e sempre fui uma moça dedicada ao lar como uma boa mulher deve ser. Eu sempre sonhei em me casar, mesmo que o casamento dos meus pais não seja um belo exemplo de casamento que idealizo. Eu só quero um marido. Casar, ter filhos. Mas o principal. Eu quero alguém que me ame. 

Imersa em meus pensamento não percebo a chegada de meu irmão Ramón de 10 anos.
- Papai quer conversar com você.
- Você sabe o que ele quer?
- Não. - e sai.

Eu não tenho uma relação boa com ninguém em casa a não ser com minha mãe. Segundo meu pai, eu fui sua maior decepção ao nascer por ser mulher. Herdeiras mulheres não são bem vistas na sociedade, e além de mim, minha mãe também levou a culpa durante anos, mas foi amenizada pelo fato de que depois de anos lhe deu o tão sonhado filho homem, meu irmão do meio Thomás de 15 anos. Papai não os deixa conversar demais comigo, pois diz que posso os contaminar com meu espírito de mulherzinha.

Suspiro e me levanto em direção a onde papai se encontra. Depois de alguns segundos, aqui estou eu.

- Me chamou papai?

- Sim, venho lhe comunicar algo que sei que irá gostar.

- O quê seria?

- Tu vais casar!

- Ma... Com quem? O senhor sabe que a tempos não converso com rapaz algum e que não possuo sentimentos por ninguém!

- Não se exalte menina! Exijo respeito! Sou teu pai!

- Perdão papai - abaixo a cabeça.

- Como ia dizendo antes de me interromper com mais uns de teus chiliques de mulherzinha, você vai casar. O homem, eu mesmo me dignei a escolher pra ti. Um velho conhecido meu. Estava servindo ao exército e devido a incidentes, não consegue arranjar uma esposa por conta própria. Está oferecendo um belo dote a moça que se dispor a casar com ele, e como bem sabe, temos passado por crises e que ás vezes mal comida temos. Eu o contactei e informei que tenho uma filha em idade para se casar, boa moça e que ama  os afazeres de casa. Ele entusiasmado concordou imediatamente.

- Mas... quanto tempo eu tenho - digo com voz chorosa.

- Se casa amanhã! Inclusive, seu noivo já está a caminho.

- Amanhã??? Mas papai o senhor não me dis...

- Cale-se! A última palavra quem dá sou eu! Até que enfim dei um jeito de me livrar de você encosto! E ainda consegui grana! Agora saia! Tenho coisas a organizar.

Em lágrimas sai e corri em direção ao meu quarto. Ninguém me acudiu. Mamãe deve ter sido impedida por ele. E assim, choro até o amanhecer.

Dia seguinte

Acordo com o rosto inchado e com gritos.

- Anda menina burra! Seu noivo está quase chegando a igreja e não quero que pague de preguiçosa! - Entra com tudo em meu quarto e joga um vestido em minha direção.

- Vista-se e melhore essa cara. Em breve, iremos pra igreja. Sem gracinhas ou sua mamãezinha irá sofrer. - sai em seguida.

Sem opção, visto-me com o vestido branco de renda simples e desço. Sei que minha mãe e meus irmãos não vão e me sinto ainda mais triste.

- Vamos! - Meu pai diz e me arrasta a pé para a igreja do vilarejo. Após alguns minutos sendo arrastada chego ao local, de longe avisto um homem enorme e corpulento de costas e o medo já me corroí.

- Aqui está! Minha belíssima filha Amélia! - O homem se vira e mostra seu rosto com uma enorme cicatriz cortando o rosto ao meio. E o pavor toma conta de mim.

- Vamos logo com isso! Quero ir logo pra casa! - O homem amedrontador diz e meu pai me entrega a ela que me leva em direção ao altar.

Poucas são as pessoas, somente testemunhas que eu não sei da onde vieram. O padre dá início a cerimônia, e eu permaneço cabisbaixa. 

- Amélia Clark, aceita o senhor Gael Thompson como seu legítimo esposo? - O padre diz, interrompendo meus pensamentos. 

Em um sussurro digo:

- Sim.

- Gael Thompson, aceita Amelia Clark como sua legítima esposa.

- Sim. - Responde com sua voz poderosa.

- Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.

Com brusquidão, o homem que agora sei que se chama Gael me puxa para seus braços e me toma com um beijo bruto e nada gentil.

- Foi um prazer negociar com o senhor, senhor Gael - Diz meu pai e somente sai me deixando sozinha com um completo desconhecido.

- Agora você é minha.

E eu só temo pela minha vida.

Personagens:

Gael

(Imaginem ele com uma cicatriz cortando o rosto)

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(Imaginem ele com uma cicatriz cortando o rosto)

Amélia

Continua

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Continua....





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