amor curam animae, si occurrat

3.4K 564 964
                                    

NOTA DA AUTORA

Olá! 

A inspiração me pegou desprevenida :) no meio do final de período na faculdade e pós-graduação, haha. Mas quando aparece é incômoda feito um chiclete na bota, já dizia um certo personagem aí (que anda reclamando de descaso da autora).

Enfim, surgiu essa oneshot. É curta, espontânea e não revisada. Mas eu espero que gostem.

Ah, é o Taehyung quem narra essa história! Acho melhor avisar, porque no começo não fica claro. Vocês vão compreender o motivo depois.

Boa leitura <3

• • •

Entrei numa sala

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Entrei numa sala. Tinha paredes brancas, uma janela de madeira. Do lado de fora, o céu azul. Mas, de um jeito surreal, ainda era possível ver as estrelas, constelações, a via láctea, tudo isso cintilando entre as nuvens brancas. Apoiado na janela, estava um homem. Um garoto, na verdade. Devia ter uns vinte e poucos anos, no máximo. Tinha ombros largos, cabelos muito escuros, e se vestia todo de preto.

Assim que entrei no cômodo, o garoto se virou para mim.

— Ei.

— Oi — cumprimentei, meio envergonhado. A súbita timidez não era típica da minha personalidade. — É você?

— Sou eu. Estava te esperando.

— Demorei muito?

Ele afirmou a cabeça, nem hesitou. Fiquei um pouco triste.

— Você morreu com quantos anos?

— Oitenta e sete — eu disse. — E você?

— Dezenove.

Silêncio.

— Nossa. Tão jovem...

Eu não sabia o que dizer e senti vergonha daquele comentário de idoso. Agora, eu era jovem também. Sentia a vitalidade da juventude, a pele quente e firme, até a ausência da dor na lombar, da vista cansada e da boca seca. Ainda nem tinha me acostumado.

Felizmente, ele não notou o comentário.

— Acho que por isso a gente não se encontrou.

— É. Você morreu de quê?

— De câncer. E você?

— De velhice mesmo, eu acho. Doeu?

Ele afirmou a cabeça outra vez.

— Mas foi rápido. E pra você?

Neguei a cabeça.

— Não senti nada. A velhice dói, a morte não.

— Você se casou?

— Casei, mas separei pouco depois.

— Teve filhos?

Acaso | taekookWhere stories live. Discover now