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❝ Nunca percebemos como estamos congelados até que alguém comece a derreter nosso gelo. ❞
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"Tem certeza que pegou sua escova de dentes?" Indaga Charlotte.
"Sim." Responde Tommy.
"E seu boné?!"
"Está sempre na minha cabeça." Tommy tira o boné da cabeça e coloca em Charlotte, "Esse fica com você. Tenho outro na mochila."
"Tudo bem. Acho que pegou tudo, né?"
"Te garanto que sim! Agora por favor, Charls, me deixa ir!"
"Tá bom." Charlotte beija a testa dele, "Eu te amo e por favor, se cuida."
"Eu só vou dormir na casa do Oliver." Tommy faz um joinha de despedida para Shawn, que espera no carro, "Agora, tchau, Charls. Te amo. Tenta não sentir tantas saudades."
"Seu convencido! A gente vem te pegar amanhã à tarde."
Tommy saí correndo para dentro da casa de Oliver, e ela volta para o carro. Senta no banco do passageiro e olha para Shawn com um olhar triste.
"Qual é, freckles, você vai ficar bem, só 1 noite."
"É, eu sei. Já fiz isso outras vezes, e toda vez eu fico triste." Ela olha para frente e sente Shawn olhando para ela, depois coloca as mãos no rosto e solta uma risada, "Para de me julgar! Eu sei que é ridículo."
"Não to te julgando. É legal esse apego que você tem com ele. É meio materno."
"Sério? Às vezes eu tenho vontade de esganar ele. Uma mãe não faria isso." Ela coloca os pés no banco do carro, "Bem, a minha faria, mas ela não é uma mãe normal."
Shawn puxa a aba do boné na cabeça de Charlotte para baixo, fazendo com que ele cubra os olhos dela. Ela dá uma risada e ele liga o carro para eles irem até a lanchonete mais próxima.
"Shawn, nunca te perguntei, mas, o que meu pai te disse aquele dia? Que vocês ficaram o dia todo fora."
"Nada de importante."
Charlotte encara Shawn sorrindo, com certeza foi importante.
"Tá bom, ele disse que me mata se eu te machucar! Eu juro, ficou me fuzilando com o olhar por pelo menos umas 2 horas."
"Falando assim até parece que ele me ama."
"Mas ele te ama."
Ela faz um mais ou menos com a cabeça, "Não tenho certeza disso, acho que ele fala mais para preencher o vazio que ele deixou por muito tempo."
"Às vezes, eu sinto a mesma coisa em relação ao meu pai. Ele pode até tentar, mas, sei lá, sempre parece falso. No fundo, ele sempre vai ser um bêbado."
"Eu sinto muito que você tenha que passar por isso."
"Não se preocupe, a gente acaba se acostumando, não é?"
"Não deveria ser assim."
"Mas já que é, eu fico feliz que te encontrei."
Ela sorri e concorda, apesar de não ter falado em voz alta, também é feliz por ter encontrado ele.
"Mas sério, Charls, seu pai realmente te ama, ele falou sobre você e sua fantasia de pato quando era criança, e de como era fofo o jeito que você andava."
"Ele lembrou disso?!"
"Te garanto. Ele até tem uma foto disso na carteira. Ele me mostrou. E com isso, eu percebi que seu amor por patos não é recente."
