Capítulo 5

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Emília

Finalmente cheguei em "casa" filho Itália. Fui ver minha mama. Estava morrendo de saudades da mesma.

Minha mama não mora comigo, ela vive em uma clínica especializada para pessoas com problemas mentais.

É isso mesmo que vocês leram.
Depois de tantos abusos que a mesma sofreu no prostíbulo, ela entrou em um estado vegetativo.

Ela não fala, não sorri, não tem nenhum tipo de  expressões faciais.
O médico disse que isso foi causado pelo trauma que ela sofreu. Não só pelos abusos, mas sim pelas surras e todo o sofrimento que ela passou. Então ela acabou se fechando dentro de si mesma.
Ele diz que isso foi um modo de afugentar as lembranças boas.

Ele me indicou, está sempre indo vê-la, fazer coisas que ela fazia comigo, ou que até mesmo o que minha nonna fazia com ela. Então às vezes eu penteio os cabelos dela e canto uma música que minha nonna cantava. Ela solta algumas lágrimas, mas a sua expressão sempre é a mesma. Isso me corta o coração.

Minha mãe era uma mulher linda e cheia de vida. Tinha o melhor sorriso e sempre ajudava o próximo. Meu pai acabou com ela. Se ele estivesse vivo hoje eu mesma o mataria com as minhas próprias mãos.
Ele acabou com as nossas vidas por causa de jogo e bebida.

_ Emília?

Ouço alguém me chamar e me viro bruscamente para ver quem é. Ao me virar me deparo com Vitório, homem de confiança de Lorenzo.

_ O que é?

Pergunto sem nem um pingo de interesse.

_ O senhor D'Angelo gostaria de vê-la.

Ele fala sério e eu apenas o olho com deboche.

_ Fala pro senhor D'Angelo que eu estou cansada pois acabei de chegar de outro país e ainda nem fui comer. Se ele quiser ele que espere.

Digo e vejo que o mesmo iria contestar, mas levanto a mão e faço com que ele se cale.

_ Não quero saber se ele é o chefe. Eu estou cansada e ele terá que esperar. Até porque o que é mais importante do que uma boa refeição?!

Falo e ele não diz nada, apenas negou com a cabeça e saiu.

Vou para o meu carro e sigo para o meu apartamento. Assim que chego tomo meu banho relaxante de banheira. Fico quase uma hora dentro da banheira, só saio mesmo porque tenho que comer e tirar o leite.

Sim, leite! Diferentemente da gravidez do Esdras em que eu quase não produzi leite, nessa gravidez eu parecia uma vaca leiteira. Achei que como eu não iria amamentar o leite iria secar, ledo engano. Meus peitos enchem tanto que tiro e dou. E parece que cada vez fica pior.

Vou para o meu quarto pego um potinho que eu sempre deixo separado e começo a ordenhar o leite.
Quando estou indo pro segundo peito ouço minha campainha tocar e socos sendo deferidos em minha porta. Coloco um robe já que eu estou sem roupa e corro para a sala.

_ JA VAI MERDA, VAI DERRUBAR A PORTA?

Falo gritando e abro a porta bruscamente dando de cara com um Lorenzo descabelado com um semblante abatido. Ele me olha de cima a baixo, mas eu não me intimido. O encaro da mesma forma.

_ O que é?

Ele me olha furioso e entra dentro do meu apartamento. Ele passa por mim quase me derrubando e eu xingo baixinho. Fecho a porta com força e cruzo os braços embaixo dos meus peitos esperando que ele se pronuncie.

_ O que você quer, Lorenzo?

Pergunto novamente, perdendo a paciência. Ele bufa e me responde

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