Viatura 7H27

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ATENÇÃO: Este capítulo tem cenas de violência doméstica, tiros e morte, caso não se sinta confortável, não leia.

Boa leitura!

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CONTINUAÇÃO...

Lucy apresentou a área que cobririam. Revisou procedimentos de utilização de rádio e mostrou pontos de encontro de traficantes e gangues. Depois que terminou de mostrar a rotina para sua pupila, Lucy pediu para a central começar a passar as chamadas para que pudessem atender.

Já haviam atendido cinco chamadas e todas foram de fácil resolução. Estavam passando por uma rua calma e o rádio tocou novamente, seria a sexta chamada que iriam atender.

- Atenção, viatura 7H27, violência doméstica, mulher gritando por socorro. Dispostos?

- Estamos a caminho. – Lauren confirmou ao verificar o endereço dado pela central.

- Violências domésticas são as piores, os casos aumentam sempre em dias como hoje, sexta-feira. – Lucy falou e viu Lauren menear a cabeça em confirmação.

Lauren conhecia bem as versões de violência doméstica por experiência própria. A diferença era que seu pai nunca esperava pela sexta-feira. Qualquer dia da semana e hora servia para um homem como ele.

- Quando chegarmos lá, deixe que eu falo. Observe e fique de olhos atentos. – Lucy explicou e Lauren só acenou com a cabeça.

A chamada tinha sido feita por uma vizinha que tinha escutado uma mulher pedindo socorro após uma discussão que tinha durado a tarde inteira. Lauren e Lucy chegaram ao pequeno prédio e foram em direção ao apartamento da mulher agredida.

Pararam na porta e aguçaram os ouvidos. Não se ouviam vozes, mas soluços eram claramente escutados. Lucy chamou a atenção da outra policial.

- Quando entrar, me dê cobertura, faça o que eu fizer. Talvez o cara tenha ido embora ou eles tenham feito as pazes. Só saque a arma se eu sacar também. Viemos para proteger, não meter a porrada. Certo?

- Sim, senhora.

- Polícia, por favor, abra a porta. – Lucy bateu à porta. As policiais ouviram o choro parar e logo a mulher falou do outro lado da porta.

- Estou bem. Não preciso de nada. – Lucy insistiu e bateu novamente.

- Abra. Só podemos ir embora depois de ver como a senhora está. - A porta se abriu e a mulher espiou pela fresta.

Lauren viu que o nariz estava quebrado e o olho direito roxo. Ela reconhecia essas agressões de longe. Ainda mais quando em sua infância e adolescência costumava ter os mesmos machucados por causa do pai.

- Afaste-se, senhora. – Lucy pôs a mão na porta. – Vamos dar uma olhada.

- Ele foi embora. Foi para a namorada.

Lucy foi entrando devagar, olhando a seu redor. Lauren protegia suas costas e seguiu para o interior do apartamento e logo se afastou de Lucy e da mulher, que passava algumas informações. Se permanecessem juntas na sala, seriam um único alvo; afastadas, dois alvos são mais difíceis de acertar.

Enquanto Lucy estava na sala com a vítima da agressão, Lauren resolveu dar uma checada no apartamento. De onde estava, notava um closet à esquerda e do outro lado do cômodo a cozinha e a sala. Um corredor pequeno e estreito começava da sala e levava ao quarto.

Havia uma mesinha de centro virada na sala e tinha sangue pelo chão. Percebeu que a mulher estava grávida de uns sete ou oito meses. A mulher tinha dois cortes nos lábios, o nariz quebrado e segurava a barriga como se sentisse dor.

Colt 357 - Ligando os pontosOnde histórias criam vida. Descubra agora