17 | Belo e raro

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O ar de janeiro estava gelado; estava frio o suficiente para tirar o fôlego de qualquer um.

Os olhos de Hermione estavam focados apenas no caminho abaixo. Imagens da passarela de pedra, das vestes balançando e dos pés apressados ​​passaram diante dela. Quando ela se atreveu a olhar para cima, alguns alunos compartilhavam olhares confusos. Mas nenhum deles olhou para trás, para a cena do funcionário do Ministério no terreno.

Ela estava em grande parte entorpecida com os acontecimentos ao seu redor. A única sensação real foi o toque da mão de Malfoy nas costas dela, guiando-a suavemente através do mar de corpos.

Quando chegaram ao saguão de Hogwarts, o ar aquecido do interior despertou algo dentro dela. Seu coração começou a bater incontrolavelmente; a batida pulsante a fez sentir-se enjoada, lembrando-a do que ela havia feito.

A mão de Hermione estava trêmula, mas ela agarrou Malfoy pela manga da capa.

— Eu sou...? — ela não conseguia pronunciar as palavras. — Você está bem?

Malfoy apertou-a ainda mais, puxando-a para mais perto de sua cintura.

— Shh — ele sussurrou em seu cabelo. — Vamos para o seu quarto.

Enquanto subiam os degraus principais, esperando de vez em quando que as escadas mudassem, Hermione olhou ao redor impacientemente com os olhos arregalados.

Os alunos trocavam fofocas e piadas do feriado. Houve risos e uma sensação de despreocupação juvenil entre eles, como se nada fora do comum tivesse acontecido. Dentro dos limites de Hogwarts e longe dos inspetores do Ministério, a tensão havia diminuído e tudo voltou ao normal dentro da escola.

Uma parte dela estava prendendo a respiração. Esperando pelo inevitável – um olhar ou comentário acusatório. Mas eles nunca vieram.

Na verdade, os olhos de seus colegas de classe desviaram-se apenas em julgamento para a proximidade deles. Quando eles entraram na sala comunal do oitavo ano, havia alguns estudantes cujos olhares permaneceram sobre eles. Eles não eram olhares mortais ou que sugeriam 'Eu sei o que você fez'; em vez disso, as reações foram mais de surpresa genuína ao ver Malfoy misturado na população estudantil em geral com ela, entre todas as pessoas.

Quando eles finalmente entraram no quarto dela, Hermione soltou um suspiro profundo. Ela encostou as costas na porta enquanto Malfoy pairava na frente dela.

— O oficial da varinha... — Hermione gaguejou, balançando a cabeça, sem vontade de reviver o acontecimento daquela manhã. — Não sei o que deu em mim... o que eu fiz.

A mão de Malfoy de repente encontrou seu rosto. Seus dedos percorreram suavemente seu rosto, descendo por sua mandíbula.

— Granger, está tudo bem — sua voz era suave e consoladora.

Hermione piscou.

— Eu fiz, eu... — ela tentou falar, mas estava apenas se atrapalhando com as palavras. — Eu... tirei a vida dele. Eu sei que sim -

Hermione — Malfoy de repente apertou seu pescoço. Ela não percebeu que a mão dele havia descido; seus dedos pressionaram contra seu pulso. — Estou aqui.

A garantia fez seu coração palpitar.

— Eu não queria — disse ela, pronunciando as palavras para torná-las conhecidas. — Eu só tinha um pensamento em mente.

Os dedos de Malfoy continuaram batendo na pele do pescoço dela.

— Não se culpe.

Hermione olhou em seus olhos cinza escuros.

Heartlines and Bloodlines | DramioneWhere stories live. Discover now