Prólogo

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Dahyun POV

   Desde pequena eu sempre fui uma pessoa muito sociável e extrovertida, tive inúmeras amizades ao longo de minha vida, e graças a isso, eu acabava sendo, inconscientemente, uma ponte para meus amigos se conhecerem entre si, com alguns até mesmo entrando em relacionamentos. Hoje, aos dezessete aninhos, sou conhecida como "cupido" dentro das paredes do meu colégio. Não sei exatamente quando isso começou, ou como começou, apenas sei que meus colegas me "contratam" para ajudá-los a conseguir conquistar os seus crush's.

   Isso me tornou de certa forma popular no colégio. Era bem comum me chamarem para festas fechadas e para squads de pessoas "relevantes" para o seu status escolar. E foi em um desses squads que eu conheci ela. Hirai Momo. Definitivamente a pessoa mais perfeita que eu já vi na minha vida! Eu já havia escutado inúmeras vezes o seu nome pelos corredores, mas nunca tinha realmente conversado com ela.

   Momo é capitã do time de baseball do colégio, dona das melhores notas e a pequena protegida do diretor, e de quebra, não era uma valentona chata, na verdade ela é um amor de pessoa, muito educada e engraçada. Uma verdadeira princesa. Pude confirmar isso em uma rápida conversa com ela, nós tivemos essa oportunidade durante uma social na casa Im Nayeon, conheci ela depois de ajudar uma de suas amigas, a Mina, a conquistar a pequena baixista da banda do colégio, que no caso é Son Chaeyoung, minha melhor amiga. Conversa vai conversa vem, acabamos nos tornando "amigas", do tipo que conversa um pouco sempre que se esbarra no corredor do colégio, não tínhamos intimidade, apenas nos falávamos às vezes.

   Mas esse pouco foi o suficiente para que eu conseguisse passar a gostar dela, algumas vezes eu conseguia me pegar sorrindo ao pensar na japonesa, e isso era um saco, pois ninguém sabia de quem Momo gostava – se é que ela gostava de alguém – e todos eram covardes demais para perguntar, e eu estava inclusa nisso. Já joguei inúmeras indiretas para a mais velha, mas ela sempre dá respostas vagas, não dando a entender se ela gostava ou não de alguém.

   E para alguém como eu, isso era uma merda, até porque eu gosto dela, e saber que a garota que eu gosto nunca vai querer ter nada comigo dói. É terrível ficar na friendzone.

   — Dahyun! Levante-se, você tem que ir para a escola — Ouvi minha mãe gritar do andar de baixo. Suspirei fundo e resolvi deixar esses pensamentos de lado por hora.

   — Hora de enfrentar mais um dia naquele manicômio — Olhei para meu reflexo no espelho e sorri. Hoje meu dia teria que ser bom!

   Meu banho foi rápido, apenas para tirar a catinga de debaixo do braço, escovei meus dentes e peguei uma roupa que havia separado no dia anterior. Como tenho o péssimo costume de não comer pela manhã, não tomei café e fui direto para o meu carro, que foi um presente do meu avô, um belo Maverick 302 dos anos 70, o melhor e pior presente que eu já pude ter em toda a minha vida. Eu digo que o pior porque essa peste sempre dá algum probleminha, seja nas correias ou algo do tipo, um saco.

   Meu caminho até a escola foi normal, sem trânsito e sem stress. Estacionei na vaga de sempre e fui para meu armário, sempre cumprimentando as pessoas conhecidas no caminho, afinal, recebi educação da minha mãe. Ao abrir meu armário pude ver inúmeras cartinhas de diferentes pessoas pedindo ajuda com seus amores, depois eu leria todas elas e tentaria ajudá-los de alguma forma, afinal eu ainda não fazia milagres.

   — Hey! Dahyun! — Ouvi meu belo nome ser chamado por JinSoul, uma colega de sala — Eu gostaria de agradecer por ter me ajudado com a Lip, você fez um grande milagre Kim! — a Jung me deu um rápido abraço e foi de encontro a sua namorada, Jungeun, ou Kimlip para os mais íntimos.

   Era bom ver esses casais felizes – mesmo sabendo que nenhum deles era eu e a Momo – eu só espero que eles me chamem para seus casamentos, afinal, foi graças a mim que eles se juntaram, certo? Eu no mínimo deveria ter direito a uma boquinha especial no casório.

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