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ALEC VINT

Ressaca .
Gosto ruim na boca.
Eu juro que apaguei.
Meus olhos estavam pesados ainda quando a claridade invadiu o quarto da garagem de Harfin.

- Que porra! - Praguejei virando de bruços.

- Ok! Agora a gente precisa a resolver o que vamos fazer com a garota no banheiro! - Tom Sussurrou apontando pro banheiro.

Abri os olhos tentando entender.

- Que? Que garota?

E antes que eu me calasse vi as belas pernas, seguidas por uma bela cintura que mostrava um piercing, um par de peitos enormes , um rostinho mais ou menos, cabelos ruivos? Como assim? Quando eu trouxe essa garota pra cá? Fiz cara de paisagem e fiquei na garota que se abaixou.

- Essa garota! Oi? - Tom disse coçando a cabeça desconfortável.

- Eu tenho que ir pra casa... A noite foi ótima Alec ! - Ela beijou minha boca me sujando com o batom de cor vermelha forte demais pra quela hora da manhã.

- É... Foi! Foi!

- Você não lembra de merda nenhuma não é? - Ela parou perto do meu rosto, a maquiagem borrada e o rosto cansado estava cheio de raiva em um minuto. Droga!

- Qual é! Eu estava bêbado e...

- Idiota! - Ela disse isso e em seguida meia dúzia de mais palavrões e um tapa de bom dia. Elas sempre faziam isso.

Eu já estava acostumado com as reações das garotas, um tapa a mais pra coleção, tudo bem.

- Você é um cuzao! - Tom disse revirando os olhos, ele era contra maltratar garotas, ele sempre levava as garotas que acordavam na minha cama pra casa delas no dia seguinte, e foi isso que ele fez naquela manhã.

Levantei cambaleando até o banheiro.
Um banho gelado.
Um bom café.
E eu estava recuperando de mais uma merda do meu pai.
Mais uma ressaca.
Mais uma vez acordei com alguém que eu nem conhecia .
Mais uma vez em uma casa que não era minha.

- Graças a Deus você voltou! O que houve com seu celular ? - A senhora de cabelos brancos que sempre se preocupava comigo falou .

- Eu só... Precisava de ar Donna. Me desculpa! - Subi as escadas.

- Mais você está bem não está? O seu pai ele ligou e...

- Não ! Eu não quero saber nada dele! - Gritei entrando no quarto.

Paredes brancas, tudo no lugar, o cheiro do perfume doce de Donna estava por aqui, ela sempre arrumava a bagunça mesmo eu recusando sempre, eu morava ali, mais não sentia que aquele era meu lar, se eu que algum dia eu já soube o que um lar.

- Filho, ele teve que viajar pra...

- Donna eu não quero ouvir entendeu? Você pode por favor pedir pro Renzo ir buscar meu carro na casa de praia.

- Claro querido. - Ela disse saindo do quarto.

Meu celular tocava feito louco e o nome de Tom apareceu na tela, recusei, eu não queria saber de drama com minhas fodas de festas.

A voz da garota do KANSAS falando que sentia pena de mim ainda estava nos meus ouvidos como uma música ruim que não saia da porra da cabeça.
Quem ela pensava que era ? Qual era o meu problema em contar as minhas merdas pra uma ninguém? Aquilo tudo estava me irritando em um nível alto demais, eu precisava apagar a voz .

Dei a volta na casa indo até a adega que ficava no jardim , eu passava horas lá dentro bebendo tudo de mais caro que meu pai abastecia , ele tinha me tornado um merda, por culpa dele eu fui humilhado na frente de um monte de gente por aquela garota idiota. Eu nunca ia entender o que tinha feito pra ele ... Nunca entenderia porque ele virou um estranho depois que minha mãe se foi .

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