Estranheza

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( Narração por Bruno )
A primeira noite com s/n foi de uma forma que não esperasse que fosse.Ela simplesmente estava nos meus braços.Eu estava nervoso.Ela insiste em dizer que não tenho culpa, mas naquele dia já floresta, ela apenas estava sendo como todos.Eu fico feliz que não tenha me visto, as coisas seriam bem diferentes.Bem eu não sei como tive coragem de continuar olhando para ela, naquele sono profundo.Ela é linda.Sua pela macia me faz sentir como se fosse seda.Minha mãe tinha razão, ela é linda.Mas ainda assim me sinto inútil pelo fato de precisar de um casamento arranjado para poder ter alguém ao meu lado.S/n respira de um jeito calmo.
Ao acordar, vejo que ela já estava esperando para que eu pudesse a soltar.Minhas bochechas queimam, mas ver seu rosto pálido corada é o que já me deixou confortável o suficiente para dizer bom dia.Ela apenas sussurra em um timbre que faz deixá-la ainda mais atraente.Ela me compreende e ainda me faz sentir algo incomum.Nao sei se devo me abrir mais com ela, já que somos... casados.
Me levanto, a soltando, e assim coloco meu poncho enquanto ela se veste. Descemos juntos.
- entao, o que quer comer, posso pedir para Julietta fazer- pergunto enquanto ajudo ela a passar pela ponte.
“ obrigado, mas não precisa disso.”
- é o mínimo que posso fazer, por isso...
“ Não se preocupe.”
Seguimos até a cozinha sem ao menos dizer uma palavra.Ao sentar-se na mesa, percebo que Pepa está com uma nuvem.Felix não disse nada.provavelmente estão brigados.Julietta e Augustín estão colocando a mesa.Ha arepas, Dulce de leche e suco de coco com limão.Nada como um café da manhã.Pego o prato de s/n e sirvo uma arepa com uma colher de Dulce de leche.Mulheres gostam de doces,então fico feliz de por para ela.Lhe entrego o prato,e ela sorri, como se fosse um muito obrigado.Quero que estejamos bem um com o outro, não sei muito bom estar...frios.
Passei o resto do dia em minha sala de visões.Estou um pouco triste pela visão daquela noite.Pego a tábua de jade e a visualizo com hesitacao.Espero que nada disso seja...para acontecer logo.
Ao fim do dia, encontro ela no quarto, estava soltando seus cabelos do seu penteado.Seu cabelos ondulados caíram sobre seu seios de forma leve.Estava aos poucos se aprontando para poder dormir.Hoje não participei do almoço e nem do jantar, estou muito encucado com que está acontecendo naquela premonição.Ela se sentou na cama para escovar suas madeixas escuras.Estou um pouco hipnotizado com toda delicadeza que tem. Se tivéssemos nos casado por amor, diria que estava fazendo isso para que eu pudesse a ver linda quando chegasse.Porem sei que isso é apenas porque não quer ter nó algum em seu cabelo quando acordar amanhã.
Me dirijo até minha cômoda para poder me olhar no espelho da parede.Meus pelos faciais estão começando a crescer.Para um homem de 25 anos, eu estou bem atrasado para ter barba.De repente sinto um cheiro de alfava, não me impressiona já que fiquei entre os grãos de areia durante todo o dia.Retiro meu poncho e minha camisa, e posso vê-la pelo reflexo do espelho, corada, mas bem atenta.Pego a primeira camisa limpa que acho para poder dormir com ela.Nao é muito bom ter um cheiro de alfava e sua ...esposa de jasmin.
Sento me na cama, ao lado oposto, percebo que os ratos estão se aproximando.Bruno Jr trouxe um botão, quando vejo que é o botão da camisa de s/n.
-e..eu achei esse botão sobre o chão, acho que é seu...- digo lhe entregando, quando ela se vira para mim.
“ obrigado” ela o pega e evitando contato visual.
Como ontem, deitamos de costas um para o outro, mas acabamos acordando abraçados.
Dessa vez apenas nos olhamos.
“ bom dia”sua voz sonolenta me cumprimenta.
- bom dia.
Nos levantamos.coloco meu poncho e desço.Ela permanece na cama por mais um tempo.Quando chego no corredor, entro atrás de um quadro. Os ratos já não estão mais lá.Talvez eu tenha me atrasado.
Ao sair do lugar olha para os lados, não quero que descubram meu esconderijo.
Ao entrar na cozinha me deparo com Julietta tirando a mesa.Antes que perguntasse sobre s/n, ela entra.Sentamos juntos para comer um pedaço de bolo.
- hoje eu vou para a vila.Precisa de algo...
“ como se diz, Hermano ?” Pepa saia da cozinha com uma nuvem em cima de si.
- mi esposa.
“ Não preciso.” Ela conclui.
“ eu preciso de orégano e se puder açúcar mascavo.”Julietta diz enquanto me entrega um saco de moedas.Concordo com a cabeça e sigo em frente.
Ao caminhar pela cidade, percebo muitos olhares.Prefiro não sair sem capuz, pois me sinto muito desconfortável.Todos sabem da minha reputação.Ninguem nunca pede algo. Uma mulher se aproxima de mim.
“ senhor, Bruno, preciso que veja se meu marido estará casa até a noite.”
Apenas o faço.Mas nada apareceu além de uma mulher loira.
Depois de um dia apenas vendo o que ninguém gostou, passo na feira comprar os temperos de mi hermana.
Ao chegar encontro Félix e s/n rindo.Ao menos alguém se divertiu.
“ Hola, mi cunhadinho”
- oi, Félix.
Passo longe dos dois.Preciso deitar.Deixo os temperos na cozinha e vou para o quarto.
Depois de quase desmaiar subindo as escadas , me deito.
( Narração por s/n)
Bruno havia chegado em casa.Eu e Félix passamos a tarde ajudando Alma.Mais próximo de quando ele chegou, estávamos jogando baralho.
Bruno deve estar cansado.Deve ser difícil ter de andar no meio das pessoas que não te vêem bem.Logo que ele subiu fui atrás dele.
Encontrei Bruno deitado e resolvi ir para a outra sala.Eu estava dentro da sala de visão , quando Acho uma peça quebrada de jade.Era um desenho, mas reparei que ...era eu.Nao era algo feliz, mas eu estava me distanciando com as mãos.Prefiro ignorar e escondo na areia para que não desconfie de nada quando me abaixo ouço uma voz:
“ Não!” Bruno corre e tira a peça de forma irregular de minhas mãos . “ Você não chegou a ver?” nego com a cabeça . “ Ufa” ele ofega. “ Olhe, não leve a mal,mas minhas visões são particulares minhas.”
- não tem problema, foi apenas um momento de curiosidade.
Ele junta outros cacos e os joga paredão a baixo.
Me direciono a minhas coisas em um baú que meu pai me trouxe durante a tarde, abro algumas gavetas da cômoda e começo a arrumar antes de deitar.
“ precisa de ajuda ?”
Eu nego, mas acho que ele quere ajudar.
- só preciso que leve o baú para outro lugar .
“ Acho que Félix tem mais capacidade de fazer isso do que eu” ele pausa “ mas talvez se eu me esforçar consigo levar até a escada.”
- obrigado.
“ seu pai te chamou de pomba?Tem algum motivo específico ?”
- na verdade sim.Eu amo pombas.Talvez sejam pestes, mas é esse o motivo do apelido.Sabe, minha mãe me chamava assim de forma carinhosa quando eu negava fazer alguma coisa.Ao invés de me chamar de peste, ela preferiu me chamar de pomba.
“ sabe eu também gosto de um animal não muito amado...” ele dizia enquanto me alcançava algumas coisas do baú. “ Ratos são me favoritos” do seu bolso, ele retira um pequeno roedor. “ esse é o Bruno Jr, estamos juntos quando eu ...estou por aqui.” Ele desvia o olhar e coça a nuca “ mas a hora também tem você.”Sinto minha pele queimar.
- e agora também tenho...sua companhia, eu acho.
Estamos quietos.
Nunca fiquei em um silêncio tão longo.Quando terminei, peguei meus pertences e fui tomar uma banho, eu tinha que descer e subir novamente todas aquelas longas escadarias. Bruno estava envolvido com Bruno Jr.
Já sei que preciso me acostumar.
Entro no banheiro simples da casa. Há uma banheira, um pequeno banco, um espelho e uma cômoda, onde há o banhador e a bacia. Entrei na banheira por onde fiquei um tempo.
( Narração por Bruno)
S/n saiu a pouco, acredito que tenha ido se banhar.Estou agindo como um idiota.Nao tomo banho a dois dias,praticamente, e mal consigo sustentar um assunto com ela.Ela entrou pela porta com os cabelos molhados, usando uma camisola fechada e de mangas compridas, branca.Parecia um anjo.Jamais imaginei que isso.
- Você...esta...hã...linda- não sabia como e nem o porque Falar sem ao menos pensar.
“ obrigada” Ela agradeceu enquanto pegou sua escova e foi escovar suas linda madeixas escuras.
Novamente aconteceu.
- posso escovar para você ?-Eu sentei ao seu lado e pude sentir um cheiro bom.Me senti sujo.
“ se quiser mesmo, pode.”
Peguei a escova de sua mão macia e escovei com muita calma e cuidado.Ela era doce e muito reservada.Estamos num impasse sobre quem vai dar um primeiro passo.Seria horrível viver na frieza.Apos de escovar seu cabelo, coloquei a escova na cômoda.Esperava que quando me virasse ela já estivesse deitada, mas esperava por algo.Voltei para onde estava, e segurei sua mão.
- gostaria de amanhã, ir comigo a vila ? – ela afirmou balançando a cabeça.

Senhorita Madrigal  ( Bruno X Fem Reader ) Where stories live. Discover now