PART 32: Mendiga

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Esse capítulo pode conter vários gatilhos pra quem está lendo.

LUNA MILLER

- CADÊ A LUA??! Como assim minha cachorra some o dia todo e eu só percebo agora?! - falei entrando em desespero.

- calma, ela pode estar com alguém.

- Não, ela não está, meu pai e minha mãe estão trabalhando, Brianna também não está.

Eu e Jake saímos procurando ela por toda a casa e não vimos nem sinal dela.

- achou ela? - perguntei.

- Não.

- e agora?

- a gente pode procurar ela pelo condomínio ela não pode ter ido muito longe.

Concordei e sai com ele.

Eu estava desesperada, eu tenho um apego emocional muito grande na lua.

Procuramos ela por todo o condomínio e não encontramos ela.

- e agora? - perguntei pra Jake me sentando na calçada.

Estou me segurando pra não chorar aqui mesmo.

Jake se sentou do meu lado e me abraçou.

- eu não sei... Vamos ligar para os seus pais, as vezes eles podem ajudar.

- tá bom. Liga você por que eu deixei meu celular em casa.

- eu também deixei meu celular lá.

- vai lá eu vou ficar aqui.

- tá bom, eu já volto.

Ele saiu em direção a minha casa casa e eu continuei sentada na calçada.

De repente me veio uma vontade enorme de chorar, e dessa vez eu não segurei o choro e comecei a chorar ali mesmo.

Como eu odeio chorar por qualquer coisa, por que eu sou assim?

- com licença? Tá tudo bem? - levantei a cabeça e vi que era uma velhinha.

- tá tudo bem sim. - respondi automaticamente.

Por que eu respondi que estou bem? Eu estou chorando então claramente não tô nada bem.

- eu sei que as coisas estão difíceis então vou te ajudar, tá bom meu anjo?

- tá bom. - será que ela sabe alguma coisa da lua?

- toma aqui. - disse tirando 10 dólares da bolsa e me entregando. - espero que saiba usar esse dinheiro, não é muito, mas serve pra alguma coisa. - disse e foi embora.

Espera...

Ela achou que eu era uma mendiga?

Quando eu acho que não dá pra piorar me acontece isso.

Percebi que Jake estava voltando e limpei as lágrimas do meu rosto.

- liguei para os seus pais e eles disseram que não a viram hoje... Você está chorando?

- Não, caiu um cisco da árvore no meu olho.

- Não mente que é feio.

- tá eu estou chorando, quando eu acho que as coisas vão melhorar, vem e acontece alguma desgraça, você acredita que eu acabei de ser confundida com uma mendiga?

Percebi Jake segurar o riso.

- pode rir, eu deixo, pelo menos ganhei 10 dólares. Queria mesmo era a lua. Onde será que a minha filha está?

- a gente vai achar ela, daqui a pouco ela aparece.

- e se ela não aparecer? Meus pais disseram que não viram ela o dia inteiro, e se ela estiver com fome? E se ela saiu e um carro atropelou ela e ela morreu? E se...

- calma, amor. Nada disso aconteceu com ela.

- desculpa, eu tenho ansiedade e várias paranoias diferentes...

- Não se desculpe.

Ficamos uns minutos em silêncio, e enquanto eu estava em silêncio minha mente inventava várias teorias do que poderia ter acontecido com a lua.

Jake olhou pra mim e percebeu meu olho cheio d'água.

- ô meu amor, pode chorar. - disse me abraçando e apoiando minha cabeça no seu ombro.

- obrigada por não falar que é drama. - falei.

- de nada, e eu nunca iria dizer que é drama, se tem uma sentimento que eu conheço bem é o de perda.

- eu também conheço bem esse sentimento. - falei me lembrando de Sarah.

⊰᯽⊱┈──╌❊╌──┈⊰᯽⊱

Acabo de sair do banho, visto uma roupa confortável e que mais uma vez agride a moda.

Me sento na minha cama e fico encarando a caminha da lua, ela nem usava ela direito, ela sempre preferiu a minha.

Odeio essa sensação de vazio, não saber o que fazer e simplesmente existir, não fazer nada além de existir.

Odeio me sentir assim.

Nesses momentos eu gostaria de morrer, mas permanecer viva. É muito estranho, por que eu não gostaria de estar morta, mas eu também não quero estar viva.

Finalmente me levanto da minha cama, e saio procurando qualquer remédio que me faça dormir, para eu não precisar pensar.

Pra mim dormir resolve qualquer problema.

Acabo achando um rivotril em gotas, deve servir.

Vou até a cozinha sem que ninguém me veja, e pego um copo de água, logo em seguida eu volto para o meu quarto, e simplesmente despejo o remédio na água sem contar a quantidade de gotas mesmo.

Tomo toda a água de uma vez só e me deito na cama e começo a mexer no celular.

Fico mexendo no celular até eu dormir.

CONTINUA...
Me desculpem o capítulo pequeno, prometo que os próximos serão maiores.

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