Capítulo 18

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Ricardo

— Eu e as crianças já estamos indo, meu filho. Viemos nos despedir de você. — Minha mãe beijou o meu rosto.

— Mas já, mãe? Se a senhora quiser levo vocês em casa.

— Não precisa, meu filho, porque fomos escoltados por duas viaturas dos seus homens na vinda e agora na volta acho que não vai ser diferente, não é mesmo? —Apertou a minha bochecha na frente de todo mundo.

— Mesmo assim, acho melhor eu ir com vocês — insisti.

— Já falei que não precisa, menino, além do mais o seu sogro se ofereceu gentilmente para nos acompanhar. — Olhou para o senhor Joaquim de longe e ajeitou a gola da blusa, sempre desconfiei que tem uma paquera entre esses dois, mas são muito discretos.

— Está bem, mãe, qualquer coisa me liga. — Beijei o seu rosto e me despedi das crianças, até a filhinha dos Quent estava no meio para ir para a casa com a vovó Célia.

— Tchau, meu genro preferido, pode deixar que cuido bem da sua mãe. — Senhor Joaquim veio se despedir de mim, ele sabia do meu processo de separação com a filha dele e ainda assim continuava me chamando de genro.

Eu o entendo, porque mesmo que o meu casamento com a Julia acabe, sempre vou continuar respeitando o senhor Joaquim como meu sogro. É um homem de bom coração que tem toda a minha admiração e respeito.

A minha mãe e o pai da Julia saem juntos com frequência e eu desconfio que não é só para jogar bingo e mais esses tipos de programas de gente idosa, mas os dois negam tudo, dizem que são apenas bons amigos.

Sei...

— Tchau, senhor Joaquim, obrigado por acompanhar a minha mãe até em casa.

— Não precisa agradecer, filho, será um prazer. — Puxou o canto da boca de um jeito de quem está aprontando, franzi o cenho e fiquei só observando ele e a minha mãe.

Os dois são muito fofos juntos, isso tenho que admitir!

Eu pensei em ir embora também, mas a bonita da dona Julia ficou para trás livre, leve e solta na balada, então tive que ficar de olho nela, já que recusou-se a ser escoltada por um policial, nem mesmo pelo Barreto, que é amigo de anos da nossa família. Tive vontade de brigar com ela por conta disso, mas não tinha mais esse direito. Então iria vigiá-la de longe, qualquer movimento estranho eu entraria em cena.

— O pior de festa de adolescente é que não tem bebida alcoólica, minha boca está até seca — resmungou Léo com as mãos no bolso.

Estávamos ele, John eu encostados na parede sem um pingo de ânimo para essa festa juvenil. Nossas mulheres estavam do outro lado do salão esperando o DJ começar a tocar, já o Oliver não desgrudava da esposa nem por um segundo, se existe relacionamento perfeito, acho que o deles chega bem perto.

— Nem me fale! Na formatura do Max também foi assim, lembra? Parecia que aquela festa nunca teria fim e a Yudiana quis ficar até o último minuto. — Revirou os olhos, nós sempre marcamos presença em datas especiais dos filhos uns dos outros.

— Ainda bem que dessa vez eu vim prevenido. — Tirei um vidrinho de metal do bolso de dentro do meu paletó contendo vodca e virei no meu suco de laranja, sabia que não seria fácil lidar com essa noite sem álcool.

Eu estava com os nervos à flor da pele e o DJ nem tinha começado a tocar ainda. Agora que a Julia era a solteirona do momento, iria dançar do jeito provocativo que ela gosta e eu odeio quando não é apenas para os meus olhos.

— Como assim você tem ouro escondido e não divide com os amigos, cara? Passa logo isso pra cá, delegado! — Léo tomou o vidro discretamente da minha mão e virou quase tudo no seu refrigerante, ele é um pé de cana.

SPIN-OFF DELEGADO AVILAR Where stories live. Discover now