Capítulo onze.

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Não é que eu me oponha à saúde física como conceito. É um bom conceito, importante para o corpo e a felicidade e tudo isso. Oba, exercício. Mas existe uma grande diferença entre dar uma passadinha numa aula de ioga no sábado de manhã e a ideia que Bright Moon tem de exercício.

Primeiro, começa no horário sacrílego de seis da manhã. E, segundo, é uma corrida.

Fizemos corridas no Colégio Fright Zone, normalmente quando nosso professor de educação física não conseguia inventar outras atividades, e eu nunca fui muito fã, mas pelo menos era dentro do prédio, ao redor da academia, onde era quentinho no inverno, fresco no verão e havia uma chance muito menor de pisar em cocô de ovelha.

O que é exatamente o que acabei de fazer.

A manhã está chuvosa, minha quinta manhã em Bright Moon e também a quinta manhã em que me encontro fazendo nossas corridas diárias na chuva.

A dra. Castapella insiste que isso não é chuva, mas um “nuvisco”, uma combinação de chuvisco com neblina que, tá bom, claro, tecnicamente não é um pé-d'água, mas ainda garante que eu fique ensopada em cinco minutos. Também deixa o chão escorregadio, que foi o motivo do meu pé ter deslizado no cocô de ovelha quando fiz a curva.

— Ai, que nojo — murmuro, parando no caminho pedregoso, com o coração acelerado, a pele suada e o tênis talvez destruído para sempre.

Glimmer para atrás de mim, correndo sem sair do lugar, os cabelos dela são curtos, o que significa que ela não precisa prende-los.

— Algum problema, Catra? — ela pergunta, e eu aponto para o tênis sujo.

Ela torce o nariz, mas então dá de ombros.

— Bom, são os ossos do ofício.

E, com isso, ela dá um sorriso animado e continua sua corrida.

Repentinamente não tenho mais certeza se gosto mesmo de Glimmer.

Bow claramente compartilha dos meus sentimentos, parando ao meu lado, seu peito ofegante e a mão pressionada sobre o esterno.

— Estão tentando nos matar — ele diz, ofegante. — É isso que esse lugar realmente faz, eu tentei avisar as pessoas. É um Colégio Assassino.

Olhando para trás, sobre o ombro, onde Bright Moon se ergue sobre o morro, tenho que admitir que parece um pouco assassino. É definitivamente bem gótico,
todo em pedras frias encobertas na névoa. Algumas poucas janelas iluminadas se sobressaem no cinza, o que faz com que o lugar pareça ainda mais assustador.

Tremendo um pouco, eu concordo com Bow.

— É, consigo ver isso. Eles realmente não mostram esse lado das coisas nos anúncios.

Bow ri, ou pelo menos tenta. Não sei se ele tem fôlego suficiente.

— Já imaginei como eles exibem esse lugar para os estrangeiros — ele diz.

— Um pouco mais Conto de Fadas, um pouco menos Castelo da Morte.

Ele acena com a cabeça.

— Justo. Bom, vamos?

Olhando para a frente na direção dos nossos colegas de corrida, respiro fundo, jogo uma mecha molhada para longe dos olhos e faço um movimento com a cabeça
concordando.

— Não nos pegará, Colégio Assassino.

— Duas vítimas a menos para a lista — Bow concorda, e lá vamos nós.

É difícil acreditar que estou aqui há quase uma semana. Também é difícil acreditar o quão rápido comecei a me sentir em casa.

Tá bom, não em casa exatamente. Mas tem algo sobre estar aqui que fez com que eu sentisse, finalmente, que achei um lugar para ser Bem Eu.

𝙎𝙪𝙖 𝙖𝙡𝙩𝙚𝙯𝙖 𝙧𝙚𝙖𝙡 * 𝐂𝐚𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫𝐚Where stories live. Discover now