capítulo três

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David

Sai da casa da Heloísa com o coração pulando no peito. De alegria por estar falando com ela, mas ao mesmo tempo de raiva. Em certos pontos ela é insuportável. E fala sério, agora eu tenho culpa do pai dela ter me chamado para dar aula a ela? Não, né! Isso que me deixa irritado com ela. Ela sempre acha que tem que estar certa em tudo. Talvez, por ser filha única ela tenha sido muito mimada pelo pai.

Mas acho que na real eu não me importo tanto com os defeitos dela. Quando eu falei que iria embora (eu iria mesmo, ela tinha torrado a minha paciência) mas ela pediu para mim ficar, e eu não resisti. Ela consegue ser perfeita. Talvez eu seja mais um bobo apaixonado por ela, mas foda-se. Com tanto que ela não saiba dessa paixão platônica, está tudo certo.

Pego um ônibus de volta para casa e quando chego. Comprimento minha mãe e subo para o quarto me jogando em minha cama. Passo as mãos em meus cabelos e sorrio. Sorrio porque estou pensando nela. De novo.

《...》

Estou no saguão da escola escutando música em meus fones de ouvido quando sinto alguém colocar a mão sobre meu ombro. E ao me virar na esperança de ver meu - único - amigo, vejo Heloísa ali parada sorrindo. Sorrindo para mim.

- Oi. - Ela me comprimenta.

- Ah...oi. - Sorrio para ela também.

- Tudo bem? - Eu balanço a cabeça fazendo um sinal de sim. - Bom...que bom.

Ela. Está. Falando. Comigo.

- Bom...então eu vou indo, até amanhã lá em casa. - Dá um tchauzinho com a mão e sai.

- Impressão minha ou ela estava falando contigo, cara? - Lucas chega passando um dos braços pelo meu ombro.

- Ela..estava. - Digo sem acreditar ainda olhando na direção em que ela foi.

- Pedindo resposta, aposto. - Ele ri e eu nego com a cabeça. - Não? - Ele me olha.

- Eu nem te contei...mas meio que eu sou o professor particular dela agora. - Ele gargalha alto dessa vez.

- Nos seus sonhos né?! - Debocha.

- Não. Estou falando sério. Fui na casa dela ontem. -

- Bom...isso é bom? -

- É ótimo. - Sorrio para o nada lembrando dela.

- Cara, eu já conversei com a Heloísa e ela pode ser muito arrogante as vezes. Você está me dizendo que ela aceitou de boa isso? -

- Olha, foi o pai dela quem me chamou. Eu só estou indo pela grana. - Digo começando a caminhar em direção às escadas.

- Aham, claro. Não é porque você tem uma quedinha por ela desde o ano passado.- Ele me acompanha.

- Ah, cara, cala a boca. - Apresso meus passos deixando Lucas para trás rindo.

Ele está certo além da grana...eu gostaria de ficar perto dela. Só que eu acho que é muita idiotice a minha. Ela nunca olharia pra mim como eu olho pra ela. E outra nem amigos devemos virar. A única coisa que vai rolar entre entre a gente vai ser as contas de matemática. Eu deveria parar de sonhar com isso e encarar a realidade.

É isso. Encarar a realidade.

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A filha do diretor Onde histórias criam vida. Descubra agora