Cap 2

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Já faz dois anos desde o incidente. O incidente que mudou a minha vida.

Até hoje ainda escuto a voz daquele garoto na minha cabeça.

O garoto que caiu de um predio. O mesmo garoto que fazia bulliyng comigo e mesmo assim eu não o odiava.

A minha intenção não era matá-lo, mas, quando ele se aproximou de mim, eu... eu acabei por empurra-lo e ele caiu do telhado.

Naquele momento, quando eu vi o seu corpo deformado com uma enorme poça de sangue, eu não senti nada além de um prazer enorme.

A minha mente elouqueceu.

E então, eu comecei a matar.

Cada vida que eu tirei, cada pessoa que passou pelas minhas mãos, eu me lembro de tudo e não sinto arrependimento nenhum.

-P-por favor... E-eu pro-meto que não vou f-falar nada a ninguém.... P-por favor me deixa ir! - a jovem de 20 e poucos anos implora enquanto foge de mim em seus saltos, pelo beco escuro e vazio

Eu mantenho-me em silêncio enquanto a persigo pelo beco.

Ela corre o mais rápido que pode mas cai no chão quando um dos saltos se quebra, ela grita e chora enquanto me aproximo mais dela.

Eu avanço nela, perfurando a sua garganta com a minha faca, a matando com um só golpe.

-Você merecia isto por ter fugido de mim, sua vaca!

Eu ajeito a minha roupa e ando devagar para fora do beco, deixando para trás o cadáver com a faca ainda em sua garganta.

Eu agilmente me afasto do beco e me misturo entre as pessoas que passavam.

"Você não devia ter deixado o cadáver lá! Eles vão descobrir! Mate todas estas pessoas! Eles podem ter visto o que aconteceu", fala a voz na minha cabeça

Eu a ignoro e continuo a caminhar sem rumo.

Passo por uma lixeira e jogo minhas luvas com sangue fora.

É tarde e não tenho para onde ir.

Não quero voltar para casa.

Não quero ver a mamãe e o all might se pegarem no sofá como nas outras vezes.

Não quero voltar para uma casa onde sou ignorado e indesejado.

Uma casa onde a mulher que me deu à luz nem se importa com a minha existência e o símbolo da paz me olha como se quisesse dividir a cama comigo.

Tenho medo que um dia ele tente alguma coisa. Às vezes quando a mamãe está dormindo ele vem ao meu quarto e me observa enquanto eu finjo dormir.

No início eu fiquei muito assustado, tinha medo que ele percebe-se que eu estava acordado, e fizesse algo, mas ele não fez nada mais que me observar.

Eu inspiro o ar frio e sinto os meus pulmões congelarem.

-Merda. - resmungo baixo e esfrego uma mão na outra tentando aquecer-me

Eu ando mais um pouco e avisto um banco num parquinho infantil, decido parar para descansar.

Quando encosto o meu bumbum nas tábuas de madeira, sinto o frio do banco percorrer todo o meu corpo.

-Droga! - puxo os meus joelhos até ao meu peito e suspiro apoiando a cabeça sobre eles - Que frio!

-É ele? - uma voz masculina sussurra atrás de mim

-Sim! - desta vez é uma mulher que responde

Eu escuto passos se aproximando e retiro uma faca da minha manga sem dar nas vistas, fingindo não ter notado que se aproximavam de mim.

De início finjo estar dormido o que pelos vistos é o suficiente para enganar quem quer que estivesse ali.

Rapidamente me levanto e estou prestes a perfurar com a faca a pessoa à minha frente quando outra pessoa entra na frente levando um corte de raspão no abdómen.

Em um movimento ágil, eu pulo para trás ficando a pelo menos vinte passos daquelas pessoas.

-Twice-kun, você tá bem? - a garota fala

Pela pouca iluminação não consigo ver os seus rostos, mas pelo tom de voz da garota, ela deve ter a minha idade.

Enquanto eles estão distraídos eu aproveito para correr dali. Mesmo odiando a minha casa era o único lugar que eu tinha para ir e era mais seguro lá.

Eu corro e corro certificando-me de não ser seguido e então entro em casa.

Assim que entro escuto barulhos perversos e vou direto para o meu quarto.

Tranco a porta atrás de mim e sento-me no chão escorando-me na mesma.

-Porque que você não esta aqui, papai? Sinto a sua falta....

Killer DekuWhere stories live. Discover now