Entra no clima

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Dez minutos depois meus pés voam do sofá quando a porta da frente se abre.

Tony estava sem fôlego. — Ele apareceu?

Que porra?

— Ainda não. Por que você está aqui?

— Não parecia que você estava prestando atenção em mim. Então eu não tive escolha a não ser vir pra casa.

— Se você não me explicar por que você quer que eu fique longe do Steve, como você espera que eu escute você?

Ele corre a mão pelos cabelos em frustração.

A campainha soa, e Tony corre primeiro até a porta e abre.

O rosto de Steve fica branco. — O que você está fazendo em casa? Ela disse que você não estava aqui.

Tony arranca minha jaqueta das mãos de Steve e bate a porta na cara dele. Então ele a tranca.

— Eu vou atrás dele, sai da minha frente, — eu digo.

Ele cruza os braços em frente à porta. — Você vai ter que passar por mim. E você não está escutando o carro dele indo embora agora mesmo? Ele é uma frutinha do caralho.

Eu exalo uma respiração e desisto, decidindo deixar passar. Eu não queria realmente ver Steve, mas permaneci irritada pelo comportamento controlador de Tony. Ele não tem direito de interferir na
minha vida quando ele só se fecha pra mim em troca.  O ar estava grosso com a tensão enquanto eu voltava para o meu prato de comida no balcão central. Nós não falamos nada por vários minutos antes de eu quebrar o gelo. — Tem comida chinesa no balcão se você quiser um pouco.

Tony ainda parecia furioso e não respondeu. Ele foi até o balcão, pegou o recipiente de macarrão frito e começou a devorar.

— Com fome? Você não comeu no seu encontro?

Ele sugou um macarrão. — Não.

— Ela ficou chateada que você praticamente a abandonou?

— Não, — ele diz de boca cheia.

Inclinando meu cotovelo contra o balcão, eu perguntei, — Se você não comeu, o que você fez? Ou eu realmente não quero saber?

— Hmm... Riley queria jogar boliche.

— Eu pensei que você tinha dito que o nome dela era Kylie.

Ele sorri culpadamente enquanto morde um rolinho primavera. — Ooops.

Incerta do que fazer com isso, eu rolo meus olhos pra ele e alcanço o ultimo rolinho primavera antes que ele o devore também. Eu dou uma mordida. — Eu vou ver um filme no Netflix se você quiser ver também.

Ele para de comer por um momento e simplesmente me fulmina com o olhar. — Qual é o seu problema?

— Desculpe?

— Não importa o quão mal eu te trate... Você continua tentando ficar perto de mim.

Eu senti como se vapor fosse explodir dos meus ouvidos. — Ninguém pediu pra você vir pra casa essa noite! Na verdade eu estava aproveitando que eu tinha a casa só pra mim.

— Sério? Você ia deitar no sofá com o seu vibrador ou algo parecido?

Meu coração cai. Meu vibrador.

Merda!

Estava na minha gaveta de roupa íntima. Eu tinha esquecido que tinha colocado lá depois que eu limpei minha mesinha de cabeceira. Já tinha um tempo que eu não usava e tinha esquecido ele.

Ele pegou isso também!

Ele continuou. — Olha pra sua cara. Você acabou de lembrar que ele tinha sumido? Como é que você tem se aliviado? Ou os seus dedos estão doloridos ou você seriamente está precisando aliviar a tensão.

Meu rosto deve ter adquirido centenas de tons de vermelho. — Imbecil.

Meu olho contraiu.

— Você está piscando pra mim de novo. Desculpe, eu não posso ajudar você. Talvez você deva assistir... Um tipo diferente de filme essa noite? Talvez isso te alivie. Eu tenho alguns se você quiser um emprestado para – você sabe – entrar no clima.

Suas palavras da outra noite de novo passaram pela minha cabeça. “Tenha algum respeito próprio.”

Eu decidi que chega dele por essa noite. Resolvi ser superior e fui para o meu quarto sem dizer nem mais uma palavra, mas não antes que eu pegasse o recipiente de macarrão e despejasse no colo dele. — Entra no clima, babaca.

Enquanto eu segui meu caminho escada acima para o meu quarto, sua risada rouca cortou por mim.

Naquela noite eu ainda estava furiosa enquanto eu me remexia nos lençóis. Quem ele pensa que é com esse comportamento passivo agressivo? Ele tentou virar o jogo, como se fosse eu quem estivesse procurando a atenção dele, quando tinha sido ele mandando
mensagens pra mim durante o seu encontro antes de vir pra casa mais
cedo para interromper o meu encontro com Steve.

Meus pensamentos obsessivos continuaram até às duas horas da
manhã, quando eu fui interrompida pelo que pareciam gritos vindos do quarto de Tony.

Tony se contorcia enquanto gritava.

— Mamãe, por favor. Não! Acorde! Acorde! — Sua respiração estava irregular, a roupa de cama tinha caído no chão. — Por favorrrrrrr. — Ele gritava.

Meu coração estava acelerado enquanto o balançava.

— Tony! Tony. É só um pesadelo.

Ainda meio adormecido, ele pegou e apertou minha mão tão forte que doeu. Quando abriu os olhos, ele ainda parecia confuso. Suor brilhava nas suas têmporas. Ele se sentou e me olhou em choque como se não soubesse onde estava.

— Sou eu, Pepper. Você estava tendo um pesadelo. O ouvi gritar e achei que tinha algo errado. Está tudo bem. Você está bem.

Sua respiração ainda estava forte. Ele afrouxou o apertão em meu braço, recuperando a razão. Então ele me soltou.

— É a segunda vez que pego você em meu quarto quando estou semiconsciente. Como sei que você não está fazendo coisas comigo enquanto estou dormindo?

meio-irmão não é irmão Where stories live. Discover now