Fantasma do Natal presente

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Parkison suspirou se sentando na beirada da cama, passou a mão pelos cabelos os descabelando,  ouviu o barulho de mais correntes

– Luna, se for para– Começou, mas foi interrompida pela voz de uma mulher mais velha

– Oh querida, Luna não está mais aqui – Uma mulher ruiva mais cheinha apareceu – Eu sou Molly, o fantasma do Natal presente

– Pansy Parkison – A morena se levantou observando melhor a mulher

Parecia ter por volta de quarenta anos, os cabelos curtos e ruivos sendo enfeitados com viscos de Natal, o vestido simples com um avental rosa na frente, parecia uma mãe, quer dizer, nunca viu uma mãe como ela mas supôs que era o que a mulher parescia

– Por que você tem cinco correntes? – Perguntou para a mulher que arrumava seu cabelo descabelado

– Não sei minha querida – Molly falou prendendo duas mechas da frente com uma presilha brilhante – Pronto, vamos?

A mais nova esticou a mão para a ruiva, quando o contato foi aceito a conhecida fisgada no umbigo se fez presente

Estavam no camarim do teatro, era naquela tarde quando a amizade mais bela foi prontamente quebrada

– Vai mesmo me mostrar o que aconteceu? Eu estava lá – Pansy começou a reclamar, mas com o olhar cortante da fantasma ela resolveu ficar calada, era definitivamente uma mãe

– Quer saber Parkison, eu cansei – Hermione disse jogando o tomate

Parkison com pijama se abaixou para que o fruto não lhe acertasse, o tomate se espatifou no rosto arrogante da foto

As duas Pansys enrugaram o nariz em desaprovação, a morena com o buquê nos braços saiu pisando duro do cômodo

– O que queria que eu visse? – Parkison perguntou cruzando os braços

– Não precisa entrar na defensiva, querida – Molly sorriu terna para a moça

Hermione respirou fundo tremendo levemente de raiva, pegou a pilha de livros que estava na mesa ao seu lado e saiu irritada pelo corredor

Sem que Molly dissesse nada a morena seguiu a amiga pelo corredor, o vestido vermelho da cacheada emoldurando o belo corpo

– Mione! – Uma voz se fez presente, Hermione tropeçou em seus próprios pés quase derrubando tudo

– Olá Percy – Sorriu para o ruivo que vinha andando ao lado de um homem loiro escuro – Como vai Oliver?

– Bem e a senhorita? – O homem loiro devolveu o cumprimento sorrindo – Os presentes já estão todos embrulhados, acha que as crianças vão gostar?

– Tenho certeza que sim – Respondeu vendo os dois se olharem sorrindo – Daphne irá amar

– Acha mesmo? – Os olhos azuis do ruivo brilharam com a menção da garota – Não brinque com isso senhorita Granger

Hermione riu baixinho, Pansy sentiu vontade de abraçar a mulher mesmo que nunca tenham feito isso, fazia tanto tempo que não tocava em sua amiga

Nunca mais seguraram as mãos ou arrumaram o cabelo uma da outra, sentia tanta falta de ser criança, a época em que era rebelde o suficiente para fazer o que queria e não o que era melhor para sua mãe

– Nunca faria isso senhor Weasley – A cacheada devolveu seguindo seu caminho

– Molly... – Parkison chamou hesitante

– Sim, querida? – A mulher respondeu docemente

– Pode me levar para o momento em que entregaram os presentes para as crianças? – O rosto da ruiva se tornou chocado

– Mas isso não aconteceu – A ruiva franzia o cenho confusa – Não ouve troca de presentes no orfanato

– E a ceia? – Perguntou mordendo o lábio inferior, retorcia as mãos no tecido de seu pijama

Molly sorriu pondo suas mãos sobre as pálidas da moça que parou de torcer o tecido fino

– Querida, a ceia também não ocorreu – O sorriso dado pela ruiva era triste – Uma nevasca impediu que eles chegassem no lugar

– Pobres crianças – Murmurou pensando em como aquilo era possível, não estava nevando quando foi dormir – É só isso que tem a me mostrar?

– Só mais uma coisinha – Pansy sentiu sua cabeça girar quando mudaram de cenário novamente

Quando sua visão se acertou a morena franziu o cenho, estavam no orfanato da cidade

Na sala de estar se encontravam sete crianças, todas com roupas temáticas e arquinhos de renas ou gorros do velho Noel

– Daphne – Um garoto com os cabelos loiro escuro, semelhantes ao castanho claro, com o gorro vermelho chegou perto de uma menina loira com muletas – Esse é para você

O menino colocou uma aureola na cabeça da menina que riu

– Obrigada Nev – A menina agradeceu sorrindo

Pansy levou a mão a boca ao perceber que os olhos da menina não focavam em lugar algum, ela era cega

– Molly... – A morena desviou o olhar dos olhos azuis da garotinha – Ela é cega? – Quis confirmar

– Sim, querida – A ruiva sorriu de lado ao ver a preocupação nos olhos castanhos da moça – Ela também tem paralisia na perna esquerda, por isso as muletas

Parkison assentiu voltando a olhar a jovem loirinha, a menina era guiada por outra garota, essa menina era ruiva e xingava qualquer criança que não desse espaço para a loira

O fisgado no umbigo despertou a cantora de seus pensamentos preocupados, voltou ao seu quarto com a cabeça cheia

☆°◇•☆°◇

A Daphne apareceu, essa garota mudou o rumo dos pensamentos de nossa Pansy, ela só ainda não percebeu

Feliz Natal, lagartinhas com graduação na NASA

Os fantasmas do Natal Where stories live. Discover now