Capítulo 27- Parte 1

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Manhã seguinte, na segunda semana de abril, alguns dos Spellman encontravam-se na sua rotina costumeira. Cada um no seu lugar, tomavam o caprichoso café preparado por Hilda, quando o telefone vintage no balcão, começou a tocar. Sabrina que na hora exata, passava ali por perto, imediatamente, atendeu:

- Alô, aqui é a casa dos Spellmans. Sabrina falando, posso a...

Na mesa, Hilda e Ambrose olhavam para a jovem, enquanto Zelda lia seu jornal, distraída com sua leitura matutina.

- ... ah é você, Mary! - exclamou Sabrina, com animação.

Hilda sorriu, e voltou para seu prato de ovos mexidos com bacon. Ambrose soltou um suspiro desanimado, depois, tornou para o seu waffles. Porém, a matriarca finalmente fez um movimento. Ela olhou por cima do jornal, levantou os olhos dele na direção de Sabrina, esboçando uma certa curiosidade incontida.

- Oh, mas é claro. Sim, ela está aqui.

A ruiva sentiu uma certa palpitação no coração e um friozinho no estômago. Abaixou ligeiramente o jornal, enquanto Sabrina deixava o telefone fora do gancho, e ia sorrindo até à mesa.

- Ela quer falar com você.

Os olhos verdes de Zelda brilharam.

- Comigo? - perguntou, tomando cuidado para não demonstrar sua excitação.
- Tia Hilda.

A outra tia se virou na cadeira, e olhou de um jeito interrogativo para a sobrinha.

- Eu?
- Hilda?

Voltando-se para a matriarca, a loirinha observou seu rosto ligeiramente decepcionado.

- Sim, tia Zee. - confirmou ela. - Com a tia Hilda.

Hilda limpou o canto da boca com um guardanapo, levantou-se, e caminhou rumo ao balcão. Sabrina sentou na sua cadeira. Zelda foi erguendo o jornal, na tentativa de ouvir sorrateiramente por cima dele.

- Olá Mary, querida. - disse Hilda sorrindo na linha. - No que posso ser-lhe útil? Por acaso, estou com um ótimo tempo livre... - sra. Cerberus espiou a mesa rapidamente por cima do ombro. Mas logo tornou sua atenção, um tanto surpresa, para a chamada. - O quê? Ser sua... sua madrinha de casamento? E-Eu...?

Todos da mesa olharam para Hilda, e em seguida, voltaram. Os sobrinhos fitaram casualmente Zelda. Ela tinha deixado o jornal de lado, em cima da mesa. Seus olhos lacrimejantes, encaravam o pires de porcelana, e o queixo tremia, como que reprimindo algo que estava preso dentro dela. Uma percepção que não escapou dos jovens.

Preocupado com a tia, Ambrose inclinou-se um pouco sobre a mesa e, delicadamente, perguntou:

- Tia Zee, está tudo bem?

Sabrina franziu as sobrancelhas, parecendo estar igualmente preocupada, depois, estendeu o braço e colocou sua mão sobre a dela.

- O que houve, tia? - disse com doçura. - Podemos ajudá-la?

No momento em que sentiu toda a dedicada concentração nela, Zelda olhou depressa para o jornal, fechou as pálpebras, espremendo os olhos com força, logo em seguida, tornou abri-las de novo. A garganta estava apertada, antes de falar, a ruiva engoliu em seco. Limpando a garganta, Zelda respondeu com certa firmeza na voz:

- Não... não é nada. Acabei de ler uma notícia dolorosa no jornal. É isto.

Os primos trocaram olhares, e tornaram para estudar Zelda. No entanto, a voz estridente e muito alegre de Hilda, fez com que os jovens voltassem curiosos para a loira.

- Mas é óbvio que aceito, Mary! Estou honrada! Bem... - soltou uma risadinha. - é verdade que entendo muito deste assunto. Modéstia à parte, até demais! E para quando será? Uau! Oh, há tanto o que fazer, em tão poucos dias! Sim... sim, uma coisa simples. Nada de grandioso, pode deixar. Sim... u-hum... está certo. Tudo bem. Me ligue mais tarde. Um abraço, minha querida! Até!

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