Inesquecível: Onde Tudo Começou

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K.O.I N.O Y.O.K.A.N

[em japonês: a sensação após conhecer alguém, de que você irá se apaixonar por aquela pessoa]

Graham

Três horas depois, um storie gravado com pouca iluminação acrescentando uma mãe pairando sobre o pescoço, uma briga de uma hora, uma saída dramática, uma ligação de Santiago, e um inferno de celular travado por conta do chat eu finalmente estava liberado

E estava satisfeito

Desligo e ligo o celular e suspiro quando o vejo funcionando normalmente, tento ligar para Zoe, mas a chamada cai na caixa postal. Digito o numero de Dante e ele atende no terceiro toque

- Cara, você realmente tocou no nosso coração – ele fala assim que atende e eu reviro os olhos

- Vocês são uns palermas – resmungo e me jogo no sofá – Pode passar para a Zoe? Tentei falar com ela, mas estava dando caixa postal

- Zoe? – ele pergunta e eu estalo o pescoço tenso

- É Dante, o bebe nem nasceu e você já está com os neurônios em confusão?

- Cala a boca – depois de uma batida ele volta a falar com a voz perdida – Graham, a Zoe não está aqui

- Ela já foi embora? – pergunto e olho para a cozinha

Droga, eu nem tinha comprado nada para o jantar

- Ela nem veio – paraliso com sua resposta e me levanto rapidamente

- Merda Dante, como assim? Eu pensei que ela estava com vocês

- Ela não está aqui – ele afirma e eu xingo catando minhas chaves e indo para a porta – Passe por aqui Graham e nós iremos busca-la com você

Começo a confirmar, mas paro quando vejo o sapato que Zoe usou hoje na frente da porta, olho para cima e devolvo as chaves

- Ela está aqui – falo e escuto o tom irônico de Dante do outro lado

- Você a perdeu dentro da própria casa? Quem está com os neurônios em confusão?

- Você está tão ferrado Dante, nem imagina quantos doces eu vou dar para a minha sobrinha

- Vá se ferrar – bufo uma risada e desligo a ligação subindo as escadas

Tento manter os passos silenciosos e paro hesitante olhando para o corredor, olho para a porta do seu quarto, que não é mais seu, já que ela está dormindo comigo.

Estreito os olhos e sigo em direção ao quarto que nunca usamos, servia mais como um quarto reserva, com um monte de bagunça envolvida e uma janela enorme fazendo com que o quarto ficasse sempre frio demais para dormir ali.

Abro a porta silenciosamente e puxo uma respiração quando vejo Zoe sentada de pernas cruzadas olhando para o que tem nas mãos com atenção. Me aproximo ficando ao seu lado e encosto o ombro na porta, vejo seu sorriso curto sobre a luz da lâmpada pequena mesmo sem me olhar

- Sua mãe já foi? – ela pergunta em tom baixo e eu suspiro

- Sim, você...- paro e ela passa a mão na bochecha me confirmando que ela estava de fato chorando

Merda

- Eu ouvi o começo, então subi e vim para cá, não queria que ela soubesse que eu estava morando aqui