1- Academia de Heróis

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É difícil respirar.

O hálito quente dos lábios frios sai como um gatilho de paz, sinal de que ele estava em seus últimos momentos.

— Não! Por favor!

Ela implorou, esticando seus dedos pálidos e doloridos em direção à vala sem fim.

Mas era tarde demais, quando seus olhos arregalados assistiram a cena que partiu seu coração em vários pedaços. O corpo, pequeno e indefeso, lançou-se no vazio, acenando uma última vez em conjunto com um sorriso frio antes de partir no ar.

Selina ofegou desesperadamente, pulando do colchão em um movimento rápido. O calor subiu pelos seus braços como uma corrente elétrica, trazendo a realidade de volta aos pensamentos. Ela olha ao redor, finalmente percebendo o estado daquele cômodo.

As brasas vermelhas consomem cada objeto, do chão ao teto, chegando cada vez mais perto de onde seus cobertores se entendem. A garota se jogou para trás, seus braços agarrando os lençóis chamuscados pelo fogo vermelho-sangue.

Ela fechou os olhos quando sentiu aquilo chegar aos seus pés, um grito alto saiu da garganta dura e dolorida, a medida em que corria para à porta alta. Mas as chamas são rápidas e implacáveis, alcançando Selina como se instintivamente, traçando seu caminho por toda a pele descascada da platinada.

Ela se agacha, sendo coberta pelas chamas vermelhas e torturantes, seus ossos fracos e latejantes simultaneamente a cabeça vazia e confusa. Sem mais forças para gritar, a garota apenas deixou que o manto fervente a engolisse com sua presença dolorosa, sendo levada por completo em direção a inconsciência.


[...]

—... leva pelo menos duas semanas de recuperação até que seu corpo esteja bem novamente. Você disse que ela fez isso com a própria individualidade, não é?

— Sim. Não consigo imaginar como alguém pode fazer algo contra si próprio.

Com os olhos pesados, Selina luta para abrir as pálpebras. Seus músculos doíam, mas ela finalmente conseguiu libertar os olhos novamente.

Todos na sala se viram para olhar enquanto a garota se senta com dificuldade na cama, com faixas por todo o corpo. Da cabeça aos pés, apenas sem cobrir os olhos e o nariz.

Ela pisca algumas vezes, os orbes rasgando-se levemente com o contato direto com a luz forte da sala. A criança ao lado de uma senhora ruiva voa rapidamente para Selina, apertando-a em um abraço de urso. O corpo da mais velha dói, mas ela lentamente envolve os braços em volta das costas da menina, retribuindo o ato.

—... você... — sussurra entre soluços e lágrimas — acordou ...

Selina tenta franzir as sombrancelhas, mas sente a face coberta por um tipo de pano. Seus olhos pousam sobre o próprio corpo abaixo da coberta, percebendo só então estar totalmente enfaixada. Até o momento não fazia idéia do quão forte haviam sido as queimaduras.

— Ela receberá alta amanhã. — a médica presente se pronuncia redirecionado a mulher de fios vermelhos ao seu lado. — Mas terá que ficar sobre repouso.

A avermelhada permanece em silêncio, apenas observando enquanto sua filha abraça Selina fortemente.

— Hioko. — a garota vira o rosto para a mulher. — Fique de pé.

Dra. Hannabi sente seus olhos se arregalarem com o pedido frio de Zara. Ela observa enquanto Selina se desembaraça suavemente dos braços da criança, apenas para se levantar com enorme dificuldade.

CONTROL [bnha]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora