Capitulo 1

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Qualquer relação deixa marcas, e muitas dessas marcas ficam para sempre, depende do estrago que permitimos à outra pessoa fazer, mas normalmente quando estamos apaixonados, nunca pensamos que a outra pessoa tem acesso privilegiado a nós mesmos e da mesma forma como nos aquece o coração, também pode quebrá-lo. Eu permiti que ele me tivesse na sua mão e enquanto eu lutava para salvar a nossa relação, ele estava apenas preocupado em comprar uma casa para se mostrar, e isso demonstrou que eu não era nem seria nunca uma prioridade na vida dele.

O fim da relação foi a minha liberdade e um peso que saiu dos meus ombros porque apesar de ter lutado muito, cansei-me de estar sempre a protegê-lo e a acarinha-lo enquanto ele me ignorava e me considerava egoísta por querer pensar em nós. Senti-me perdida depois do fim da relação, estávamos juntos há 2 anos, falávamos todas as noites e eu tinha vivido praticamente para ele e para a relação, e de repente, essa relação já não existia e eu não precisava de continuar a ver as mensagens de 15 em 15 minutos. Já não havia "amor", nem chamadas a horas decentes, nem mensagens de bons dias, não havia qualquer tentativa de pedir desculpa e tentar de novo.

Inicialmente, passou-me pela cabeça rebaixar-me e pedir desculpa só para recuperá-lo, porque estar sem alguém para conversar era demasiado doloroso e o estágio estava a ser stressante e cansativo, mas parte de mim, gritava-me para ter mais respeito por mim mesma porque não valia a pena ir atrás de quem nunca fez nada por mim e só me deu lágrimas e sofrimento. Ele é que me perdeu e eu seria feliz, custasse o que custasse...

Dediquei-me ao estágio, entreguei-me aos meninos e desabafava sobre o trabalho com a minha melhor amiga ou com uma amiga do curso, isso distraia-me enquanto não chegava a casa e ia trabalhar no relatório. Tinha disciplinas em atraso e exames para tratar, tinha perdido muito tempo em lutar por uma relação sem salvação e por alguém que não queria ser salvo, mas eu iria encontrar o meu caminho e para lá chegar, tinha que recuperar as rédeas da minha vida e do meu curso. Permiti-me a aproveitar até mais tarde as horas com os meninos, conhecia-os a todos e procurei aprender mais sobre as técnicas e com os meus erros para ser melhor educadora, e isso, deu-me prazer e orgulho porque eu estava a melhorar e estava a fazê-lo por mim mesma. O orgulho de ver crescer os meninos era enorme, vê-los experimentar e tentar atar os sapatos sozinhos com a mesma técnica que eu lhe ensinara.

Aos poucos recuperei o controlo da minha vida e fechei o meus sentimentos, tinha as pessoas que mereciam a minha confiança contadas pelos dedos da mão e não precisava de mais ninguém. Arrumei as gavetas na minha cabeça e decidi que não iria confiar num rapaz tão depressa, e mesmo que eles aparecessem, não iria ter uma relação, seria amizade colorida ou simples amizade e nada mais. Desta vez, eu não iria acreditar nas balelas deles, não precisava de nenhum homem para me sentir capaz de ser feliz, e sentir-me bem sozinha, quando precisava de satisfazer os meus desejos, bastava convidar algum rapaz e depois darmos uma foda e pronto. Não precisava de compromissos nem frases feitas, conhecias de cor, mas contentava-me com algum jogo de sedução barato. Passei a ser exigente, escolhia apenas os rapazes que me agradassem por algum motivo, mas deixava bem claro que não pretendia mais nada além de uma amizade porreira e umas fodas ocasionais (eles obviamente aceitavam, porque também o desejavam).

Instalei uma aplicação de encontros e amizades e coloquei as minhas características e o que pretendia, já conhecia de cor os jogos de conquistadores baratos, chegavam-se todos educados e aos fim de 4 perguntas básicas, pediam nudes ou WhatsApp para conversar, mas a essas eu não dava a mínima atenção. Estava de coração ferido e extremamente irritada com homens que achavam que uma mulher tinha que estar sempre de perna aberta há espera que algum homem a comesse, não tinha paciência para gajos arrogantes e machistas, e muito menos para aqueles que insistiam em conversar depois do "não". No entanto, conheci alguns rapazes interessantes e diverti-me, sai pela primeira vez a um bar a sério e bebi uma copos enquanto conversávamos normalmente sobre a faculdade e sobre projetos de vida, também me pagaram algumas cervejas enquanto desabafavam sobre o stresses do trabalho e inclusive, ofereceram-se para me ajudar a pagar algumas coisas que precisava. Esses poucos rapazes, ainda mantinha contacto e dei-me ao trabalho de conhecer um pouquinho deles, perguntava ocasionalmente pela vida e como iam, mas nada além disso e gradualmente, habituei-me a ser emocionalmente fria e calculista, não precisava de ninguém para ser feliz. Até ao dia em que....

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⏰ Last updated: Jan 03, 2022 ⏰

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Até me esquecer de ti: uma história de amorWhere stories live. Discover now