08 | Bad Behavior

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8| Bad behavior

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Her lips and bad behavior. I'm in dangerous"

Senti os pingos grossos da chuva tocando minha pele e não pensei duas vezes antes de correr para dentro do meu prédio, nem mesmo um dilúvio pararia minha vontade de conhecer a boate mais bem falada de New York. Não havia falado com Amanda sobre a ideia mas acredito que ela aceitaria, a não ser que o pai fragmentado dela esteja por lá.
Entrei no elevador as pressas e me encarei no espelho, uma parte considerável do meu cabelo havia sido cortada. Antes o comprimento era quase na minha cintura e agora estavam á três dedos abaixo dos ombros. Sempre fui mais fã do meu cabelo curto por ser mais prático mas já fazia um tempo desde minha última visita ao salão.
Aproveitei para tirar uma foto e alimentar minhas redes sociais que não estavam sendo visitadas com tanta frequência. A porta do elevador se abriu e pude ter a visão completa do pai da minha amiga arrumando sua gravata roxa, o homem então me encarou apático e disse com sua voz rouca:
— Boa noite, Sun.
— Boa noite, Turner .- respondi saindo do elevador. O homem entrou no mesmo e apertou o botão para o térreo, levou uma mão na cintura e com a outra massageou suas têmporas. Scott soltou um suspiro frustrado e as portas se fecharam me deixando completamente sozinha naquele corredor.
Se o Turner está saindo agora significa que vou conseguir arrastar Amanda para sair comigo. Parei na frente de sua porta e dei uma leve batida para avisar sobre minha presença e logo girei a maçaneta para entrar em seu apartamento.
— Amanda! Cadê você? Hoje tenho planos para te desvirtuar. Sem que seu pai saiba, é claro.- Gritei da sala enquanto procurava pelo controle da TV.
— O que disse? - Um homem baixo, loiro porém um pouco grisalho e que aparentava ter a idade próxima à de Turner, um pouquinho mais velho, se manifestou enquanto caminhava em minha direção.
— Quem é você? - Perguntei confusa .
— Bem, eu que faço essa pergunta. Quem é você? - Rebateu sério.
— Natalie, parece que não te vejo à uma eternidade. - Amanda apareceu na sala me salvando da saia justa. A menina usava um vestido verde soltinho que realçava a cor de seus olhos.
Permaneci parada onde estava, meus braços estavam cruzados e dei um pequeno sorriso para minha amiga.
— Não seja dramática, tomamos café da manhã juntas.- Revirei os olhos brincando.
O homem que até então estava parado me encarando, pigarreou e olhou em direção a Amanda.
— Desculpa, tio Andy. Essa é minha melhor amiga Natalie. Ela se mudou à pouco tempo, foi durante sua ida pra Inglaterra.
— Muito prazer, Natalie. Sou o Andy mas só para deixar avisado, quando o Turner não está presente quem manda sou eu. - O loirinho falou. Vim aqui para falar com a Amanda, não com esse esquisito e ele ainda me trata dessa maneira?
— Acredito que não tenho nada a ver com o funcionamento da hierarquia dessa casa. - Dei ombros. Amanda abriu a boca em um belo "O".
— Escuta aqui, eu vou ligar para o Turner e..... - Antes que ele pudesse concluir sua linha de raciocínio Amanda o interrompeu. — Parem os dois! Nada de envolver meu pai nessa palhaçada. - Falou elevando seu tom de voz. - Parece que todos os adultos ao meu redor te odeiam, Nat.
— É porque eles acham que a má influência sou eu. Tadinhos, quando descobrirem seus podres vão precisar passar um tempinho no hospital psiquiátrico com o choque.
— As vezes me pergunto: Porque te convidei para entrar na minha casa aquele dia? - Retrucou e eu apenas ri.- Tio Andy, o que deu em você hoje? A Nat tem permissão para entrar aqui em casa. Meu pai sabe de tudo.
— Só fiquei preocupado com uma estranha entrando aqui e dizendo que vai te desvirtuar. Parecia uma cafetã. - O loiro falou mais brando e tirou uma gargalhada de mim. Amanda me encarou enquanto ria do comentário.
— Realmente não é a melhor coisa de ouvir na primeira vez que se conhece alguém. Mas voltando ao tópico: Vim te desvirtuar. O que acha de irmos à aquele pub que abriu perto do cinema? - Falei enquanto me sentava no sofá. O loiro me encarou e eu dei um pequeno sorriso. - Você também está convidado, tio Andy.
Ouvi a risada alta de Amanda ecoando pelo cômodo. Andy deu um pequeno sorriso ao me ouvir chamá-lo de tio Andy, revisou os olhos, enfiou as mãos nos bolsos da calça e caminhou em direção a cozinha.
— Não sei se é uma boa ideia, amanhã tenho que sair com meu pai de tarde.- Amanda sentou no braço do sofá enquanto roía suas unhas.
— Melhor ainda, vai dar tempo de você descansar. Falando no Turner, encontrei com ele no corredor. Ele está indo pra emissora? - Perguntei.
— Sim, tiveram que demitir um dos diretores do programa por justa causa e eles estão tentando resolver a situação.
— Natalie, sua proposta não parece tão absurda. Acho que seria bom sair hoje. - Andy voltou para a sala segurando algo que parecia um copo de whisky.
— Viu, Amanda? Até seu tio concordou. Vamos, prometo que vai ser bom. - Supliquei para a menina que abriu um sorriso cedendo ao nosso pedido.
— Ok, ok. Se é para a felicidade geral, diga ao povo que eu aceito.
Rimos da fala de Amanda.
— Vou tomar banho no meu apartamento e depois venho para cá.
— Vou em casa também, depois passo aqui para buscar vocês. Não demorem. - Andy falou enquanto saía pela porta nos deixando sozinhas. Ajudei Amanda a escolher seu vestido e não demorei muito para ir me arrumar. Eu estava usando um vestido preto justo ao corpo, a parte frontal era fechada pois o decote estava localizado nas costas, as alças largas eram ocupadas por pedrarias prateadas. Nos pés um salto alto também preto. Amanda usava um vestido verde escuro de seda que era modelado pelo formato de seu corpo e com um pequeno decote nos seios, a loira usava saltos brancos e o cabelo preso em um perfeito rabo de cavalo.

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