𝘽𝙧𝙤𝙠𝙚𝙣 𝙃𝙞𝙡𝙡𝙨 | ᴠɪɴɴɪᴇ ʜᴀᴄᴋᴇʀ [short]

Capítulo oito.

As palavras de Vinnie me atingiram de uma forma totalmente inesperada. Como é possível que alguém que antes estava internada em um hospital psiquiátrico possa dizer coisas tão inteligentes assim? Talvez existam mentes que a ciência ainda não desenvolveu meios de estudar, ou ainda não encontraram meios de convencer tais mentes a serem estudadas. Não demorei a sair do pequeno esconderijo de Vinnie, e acabei por esbarrar com sua irmã que estava a chegar no momento que eu saía.

"O que está fazendo aqui, garota? Não acha que está se arriscando demais em ficar sozinha com o meu irmão?" Emma me perguntou da maneira mais grossa que poderia, cruzando os braços a minha frente e esperando por uma resposta. Ela tinha uma mochila em um dos ombros e algumas sacolas nas mãos, as mesmas eram pretas e isso impossibilitou que eu visse o que havia dentro delas.

"Estou só tentando ajudar vocês." Comecei e forma ríspida e tentei me acalmar antes de continuar a falar. "Eu precisava falar com o Vinnie, cheguei aqui e você não estava, a culpa não foi minha. Não vejo problema em ficar sozinha com o seu irmão, eu sei me cuidar sozinha. Além do mais, já fiquei frente a frente com o pior lado dele." Acabei por falar mais do que deveria, atraindo olhares curiosos da garota.

"Pior lado do Vinnie?" Arqueou as sobrancelhas, como se estivesse a pensar. "Como sabe sobre o Jason?" Perguntou ela, e enquanto falava eu me impressionava com as semelhanças de Vinnie e de Emma.

"Ele me contou." Abaixei meu tom de voz e descruzei os braços. "Escute, eu só quero ajudar vocês, assim vocês podem se libertar dessa maldita cidade, quando mais eu tentar mais rapidamente vou ficar segura do tal Jason." Justifiquei ela pareceu entender, apesar de ter ficado a pensar pelos segundos seguintes.

"Haven, parece que você ainda não entendeu." A garota olhou para os arredores para garantir que não haveria ninguém a escutar nossa conversa. "Não existe jeito de sair de Broken Hills. Mesmo que você tente, é impossível, e todos que já tentaram acabaram mortos." Sussurrou para mim, mesmo não havendo ninguém ao nosso redor.

"Mas Vinnie disse que uma garota, a tal Violet, ela escapou do hospital e conseguiu sair da cidade." Ressaltei.

"Essa versão foi o que disseram para o meu irmão, mas nem por isso quer dizer que é verdade. Violet foi morta por eles, os mesmo que acharam ter matado Vinnie. Se não fosse pelo Jake, não tenho dúvidas que meu irmão estaria morto agora."

Àquela altura, eu já não era mais capaz de dar explicações ou dúvidas para Emma. Apenas inventei uma desculpa qualquer para sair logo daquele beco tão escuro e ir correndo ao hospital, precisava falar com Mary com urgência, ou com qualquer outro que pudesse me dar uma resposta sobre o que essa cidade tem de tão horrível que faça com que seja impossível sair daqui.

Fui andando às pressas até a grande estrutura escura no meio da cidade, mais uma vez estranhei a necessidade dos seguranças em pedir que eu me identificasse para entrar, afinal já deveriam saber que eu sou a nova psiquiatra por aqui. Me identifiquei e rapidamente corri adentro dos corredores do hospital psiquiátrico, chegando em poucos minutos na sala dos médicos, onde pude encontrar Thomas, que mais uma vez estava a ler arquivos desconhecidos pela minha pessoa.

"Haven, onde você estava?" O loiro perguntou ao levantar seu olhar para a minha pessoa, rapidamente voltando a se concentrar em seu trabalho. "Conseguiu conversar com a Mary?" Questionou.

"Eu precisei ir para casa buscar algumas coisas que havia esquecido. Ainda não consegui conversar com Mary, os pacientes ficaram nos cercando e o horário de banho de sol deles acabou antes que eu esperasse. Dr. Robin só autorizou que eu converse com ela mais tarde, quando os pacientes forem para a sala de jogos." Expliquei tudo de forma breve, e acabei por me sentar na mesa junto ao rapaz de olhos azuis.