O começo de tudo.

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Vamos começar do início, então, na escola, eu era aquela  menina moleca, que sentava no fundo da sala, de cabelo desgrenhado, um sorriso largo com os dentes escondidos por um aparelho dentário, sendo um tanto desengonçada. Nessa época a insegurança falava mais alto do que qualquer coisa, o medo de falar e a vergonha de ser diferente das outras meninas, que adoravam rebeldes, mochilas de fru-fru cor-de-rosa e passar bastante gloss. Talvez toda essa falta de confiança tenha sido um dos motivos de eu ter passado por tanto bullying enquanto eu estudava no colégio Athena.

O tempo foi passando, o brilho se apagando e o sorriso sumindo, não tinha muitos amigos, na verdade, eu tinha poucos amigos, apenas dois, o nome dele um deles era Matheo, um menino robusto e rude, com os cabelos longos e a pele bem bronzeada. Ele foi um grande aliado, já que ele era forte e corajoso, sempre defendendo os amigos. Além dele eu tinha a Elis, ela era uma menina de origem simples, mas super esforçada e inteligente, infelizmente ela não era da minha sala, mas adorávamos sentar juntas durante o intervalo para lanchar, conversar sobre livros, teorias de harry potter e filmes de romance água com açúcar, os quais nunca ousei nem sonhar, já que romance para uma garota de 14 anos como eu, parecia algo muito distante.

Era mais um dia normal, na minha vida de adolescente em crise, acordei um pouco atrasada, escovei os dentes e amarrei meu cabelos rebeldes em um coque bagunçado, quando minha mãe entra no quarto e diz:

- Bom dia flor do dia, pronta para mais um dia de aula? - perguntou, minha mãe com um sorriso entusiasmado.

- Claro. - murmurei, olhando para aquele sorriso e sem entender o motivo de tanta animação.

- Estou tão animada, a final, não é todo o dia que minha filhota vai fazer 15 anos, eu e seu pai já temos alguns planos.

- Mãe, eu já disse que não quero festa. - digo com a voz baixa e desanimada. A final quem iria pro aniversário da excluída da escola.

- Filha, eu sei que você não quer uma festa, mas eu pensei que você poderia participar do baile de debutantes do Country club, sua avó ficaria muito feliz, é uma tradição de família, e você poderia convidar seus amigos, seria muito divertido, talvez lá você fizesse novas amizades... - ela me olha com seus olhos esperançosos.

Até que um baile não me pareceu tão ruim, por mais que eu não fosse fã de festa, sempre tive o sonho de usar um belo vestido longo, dançar valsa e me sentir como em um filme de princesa, talvez até fosse um motivo para me animar um pouco, e fazer algo diferente Além disso, era uma tradição de família, que vinha desde a época anterior a minha bisa. Mesmo com tantos devaneios positivos em relação a me imaginar em um baile, logo a insegurança toma o meu corpo, me arrancando calafrios.

- Talvez não seja a melhor opção - respondo.
- Talvez seja... - ela diz.

Dou ombros e abro um pequeno sorriso, pego minha mochila e fui andando até o carro pensando nessa possibilidade.

Não sei se vocês sabem como funciona um baile de debutantes, bom, antigamente era quando apresentavam as "moças" para a sociedade, hoje em dia no Country club são três eventos, o desfile da piscina, o chá da tarde e o baile, todos esses eventos são como festas, onde as garotas podem conhecer pessoas novas, se divertir e confraternizar. Eu já havia ido no baile de uma prima minha, alguns anos atrás, o começo da festa era bastante clássico, mas depois virava uma mega festa, com bandas, DJs e muita gente se divertindo.

A questão é, será que eu me daria bem em uma festa assim? Será que eu me divertiria? Será que pelo menos uma vez na vida ousaria eu tentar algo tão diferente de tudo que eu conheço?

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Cheguei na escola andando com passos largos, já que eu estava bem atrasada, mas isso não me impediu de dar uma olhadinha na aula de educação física do segundo ano. A maioria dos meninos já eram conhecidos meus de vista, já que nunca ousaria falar com ninguém mais velho que eu, mas logo identifiquei um rosto novo, um menino de cabelos loiro escuro, os quais reluziam tons dourados com o reflexo solar, seus olhos eram verdes e brilhantes, e estavam voltados para mim, sua pele alva a qual se destacava mais ainda em contraste com o uniforme azul escuro do colégio, suas pernas são bem torneadas, ombros largos e definidos com um porte bem atlético. Quem era aquele garoto? Quem era o novato? Como alguém pode ser tão bonito? E por que ele estava me olhando? Meu coração acelerou,  senti um calor subindo pelo meu corpo, e minhas bochechas coraram, só de olhar para aquele garoto, até que escuto águem gritando meu nome.

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⏰ Last updated: Jan 07, 2022 ⏰

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A debutante Where stories live. Discover now