04.

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Me virei para a porta, aflita, escutando as batidas brutas e contínuas. Olhei pra Sophia que tinha um olhar assutado. Olhei para banguela, que se mantinha em posição, atento.

- Jules... - escutei a voz baixa e falhada de Sophia, refletia medo.
- o que é isso?

- eu não sei.

Me levantei, indo devagar, em direção a porta.

- Não, jules! Fique. - Sophia segurou meu pulso, dizendo baixo.

- pode ser meu avô! - falei esperançosa, no mesmo tom baixo.

- ou zumbis.

Ou meu avô. Tinha uma chance de ser meu avô aquela porta, era tudo que eu pensava.

Bobinha.

Fui até a porta de trás e girei a maçaneta.

- Jules, fica. Por favor.

- viu? Não tem nada. - falei.
E foi naquele momento que uma daquelas coisas pulou em cima de mim, me derrubando no chão.

- Jules!

Minhas costas bateram no chão, com o zumbi encima de mim. Seu rosto podre estava perto do meu, com aqueles dentes podres e sujos, tentando se aproximar de minha pele.
Eu segurava seu pescoço, sua pele saia em minhas mãos.

Naquele momento, minha vida parecia ter paralisado. Era como se eu estivesse em câmera lenta.

Cada vez que eu piscava, um flechebeck de vovó aparecia em minha mente. Dela sendo devora, como nada.

Era um desespero tão grande...
Eu tinha medo. Medo de morrer, e Talvez isso tenha mudado.

Banguela latia, mordia o zumbi, mais não adiantava.

"sua mira é boa, jules. Se alguma daquelas coisas se aproximaram de você, atire. Atire sem hesitar. Eles não são mais pessoas. Não tenha dó, pena."

Foi aí, que com uma das mãos, puxei a pistola. Mirei e atirei no ombro.

Mais não aconteceu nada. Ele continuava a grunhir, a se debater, tentar me morder.

Talvez a raiva fosse uma coisa que habitava em mim desde de criança,
Só estava dormindo. E foi ali, naquele momento, que ela acordou e nunca mais dormiu.

Mirei na cabeça do zumbi e atirei.
Sem pena, sem dó. O corpo do molenga caiu sobre o meu, diante meus olhos.

Mas quem disse que eu parei?
Eu continuei. Apertava o gatilho diversas vezes aumentando o buraco no na cabeça do zumbi.

Relaxei o corpo naquele chão frio, chorando sem parar. Era como se eu soltasse todos meus sentimentos, todas as bagunças de minha cabeça. E tudo piorou quando olhei pra cima, e não vi Sophia, apenas a porta aberta.

Eu não sabia se ela avia fugido ou derrepente ter sido levada até um reino dos zumbis. O mundo avia acabado, mais eu ainda tinha 12 anos. Ainda era uma criança. Uma criança bem paranóica. Mas isso também não duraria muito.

Rapidamente, sai debaixo do corpo do zumbi e corri até lá fora, pela porta que Sophia teria saído.

- Sophia? SOPHIA! - gritava.
Eu tinha perdido de novo. E isso, logo logo não seria novidade.

Cai de joelhos chorando no chão, vendo Banguela vir até mim, lamber minhas lágrimas. Era o único carinho que eu tinha agora.

×××

Mais zumbis no meio das árvores se aproximavam. E eu, tinha medo novamente.

Rápido, me levantei indo de volta até a casa, enquanto puxava banguela pela coleira junto comigo.

Jule§ Parke  » The Walking Dead.Where stories live. Discover now