38 | voltar pra você

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Narrador.

Sadie se perguntava por qual razão ela já não conseguia mais se abrir com as pessoas. Talvez pelo trauma que sofreu na sua família, sem poder confiar em ninguém. Ou talvez ou trauma sofrido em seus relacionamentos, que também não a proverem muita confiança.

A verdade é que Sink era um trauma ambulante e estava mais perdida do que nunca nesse momento. Mas por alguma razão desconhecida ela confiava em sua ex namorada, Natasha.

Talvez porque sempre existe um ponto cego quando se trata de primeiros amores, e talvez Sadie não tivesse razão para não confiar em Natasha no momento. Então ela contou a mais velha sobre os problemas com quais estava lidando.

Isso mesmo, ela contou pra ela primeiro do que pra qualquer outra pessoa, Sophia bateria nela se soubesse já que nunca foi com a cara de Natasha. Mas Sink se sentia sozinha e a morena era praticamente sua única companhia, em algum momento ela cansou de ficar calada sobre tudo.

Então Sadie convidou Natasha para jantar em sua casa exatamente duas semanas depois do almoço que teve na casa da ex. Não havia segundas intenções, Sink estava deprimida e sozinha, só queria companhia por algum tempo.

E pensar que já se passavam duas semanas desde da ligação de Millie, qual a ruiva ignorou. Não é que ela não quisesse pegar o telefone e ligar de volta, ela apenas estava com muito medo de o fazer.

Porque Brown perguntaria coisas que ela não estava pronta para responder, não no momento. E como ela não estava pronta se já tinha contando para Natasha? Bem...Sink não sabia.

Na verdade ela decifrou que era mais difícil contar a sua namorada porque viviam praticamente o tempo todo juntas, e também porque estava com medo de magoá-la com sua historinha triste.

Mencionado a parte da historinha triste, Sink vem tentando deixar isso no passado, apesar de parecer impossível. Às vezes a ruiva sente as mãos de Eduardo percorrendo o seu corpo ou às vezes ela ouve a voz do homem que não está ali, ela tinha medo.

Medo de que aquilo nunca parasse, de que ela tivesse que viver pra sempre remoendo os abusos que ocorrem no seu passado. Ela sabia que tinha que superar isso, mas daria a si mesma o tempo que precisasse, por isso não tinha voltado pra Chicago ainda.

Ainda precisava descansar.

Quando a noite chegou a Natasha veio como acompanhante, a primeira coisa que fez ao ver a ruiva foi lhe dar um abraço bem apertado, que pudesse a confortar.

Natasha tinha feito algumas compras para ajudar na refeição que Sink estava preparando, as deixou em cima do balcão logo que o abraço se desfez.

— Deveríamos fazer um Fettuccine Alfredo.

— E desde quando você cozinha? — Sink pergunta a mais velha.

— Eu não cozinho mas que eu me lembre uma senhora muito gentil me ensinou a fazer macarrão quando eu tinha dezoito. — Ela responde.

— A minha vó! — Sadie ri. — A nossa viagem pra fazenda dos meus avós foi ótima, eu me lembro perfeitamente.

— Aí realmente foi, a Itália é incrível no verão, eu deveria com certeza viajar pra lá de novo! — Natasha se empolga. — Mas com certeza não vai ser a mesma coisa sem você.

— Eu sou apenas um pequeno detalhes, acho que você sobrevive sozinha.

Natasha riu e puxou Sink para o balcão, era como uma viagem no tempo, voltando direto para a época que a vida parecia ser mais fácil.

𝗌𝖼𝖺𝗇𝖽𝖺𝗅𝗈𝗎𝗌 | sillieWhere stories live. Discover now