Titanic-Mystrade.

8.

13 de abril de 1912
08:13

Estava tomando café ou melhor chá com Elizabeth em seu deque particular, tentei fingir que não estava cansado e com uma leve dor de cabeça da noite anterior.

-Café, senhora?-Perguntou a jovem empregada, Elizabeth apenas acenou com a cabeça e continuou a me encarar, tentei não olhá-la de volta enquanto bebia meu chá.

-Tinha esperança que você fosse me ver ontem a noite...-Falou brincando com a fruta em seu prato.

-Estava cansado.-Falei largando a xícara.

-O esforço que você fez nos deques inferiores foi, sem dúvidas, exaustivo.-comentou me fazendo suspirar.

-Vejo que mandou aquele seu cão de guarda me seguir novamente, típico.-Comentei voltando a beber o chá.

-Eu não quero você se comportando como um indisciplinado novamente, me entendeu mycroft?-ordenou.

-porque?vai me colocar de castigo?Talvez me colocar em um banquinho do pensamento virado para a parede? Não sou um dos seus criados para você me controlar, Elizabeth, eu sou seu noivo.

-Meu noivo...-Comentou olhando para a mesa-Sim, e se não fosse você seria o que?-Falou friamente.

Engoli seco desviando o olhar-Eu só acho...

-cale a boca, se não fosse meu noivo você e sua família seriam o que?ein?eu vou-lhe dizer o que vocês seriam, nada!-Disse batendo na mesa-Seriam pedintes, infelizes, morando debaixo de alguma ponte igual aquele seu amiguinho necessitado.-ela jogou boa parte das coisas sobre a mesa do chão fazendo quebrar muitas das louças.

Eu sabia que discutir não faria ela se acalmar, apenas fiquei em silêncio a olhando.

-não vou ser feita de boba, Mycroft Holmes, você é meu marido na prática, se ainda não for por lei. Então me escute!-Gritou no final da frase me fazendo fechar os olhos.-Como sua esposa você me deve respeito, então se quando pisarmos na América você não deseja que sua família se torne uma família de indigentes eu exijo que você se porte decentemente.-Disse respirando fundo me olhando-Você entendeu?

Abri os olhos lentamente olhando para seu rosto-Sim, querida.-Disse em um tom mais baixo.

-Ótimo, com licença.

Quando ouço a porta bater, vejo a empregada se abaixar para começar a limpar a bagunça que Elizabeth tinha feito.

-Deixe-me ajudá-la...-Falei nervosamente me abaixando e juntando as coisas.

-Está tudo bem, senhor Holmes, deixe comigo!-Apesar do seu pedido continuei juntando as coisas quase pegando um caco de vidro com as mãos.-Senhor!-A empregada falou mais algo chamando minha atenção.-Eu cuidarei disso, pode deixar.

13 de abril de 1912
14:27

Estava vestindo um terno adequadamente com a ajuda de um criado quando minha mãe entrou no quarto.

-Chá, Roberts.-Falou sem desviar o olhar de mim.

-Sim, senhora.-Murmurou o homem antes de sair, continuei me arrumando em frente ao espelho enquanto minha mãe pegava a gravata colocando em mim.

-Você não vai mais ver aquele rapaz, me ouviu?-Não respondi nada, nem mesmo a olhei.-Alexander Mycroft Chad Holmes, eu o proíbo.-Ordenou.

-Oh, pare mamãe, daqui a pouco seu nariz vai começar a sangrar.-Falei revirando os olhos e ela deu um puxão na gravata fazendo eu me curvar até ficar no seu tamanho.

-Isso não é uma brincadeira, garoto. A nossa situação é precária e você ainda quer estragar tudo por causa de um...-Ela fechou os olhos engolindo um xingamento do qual pensava ser muito baixo para alguém como ela falar-você sabe que o dinheiro acabou.