Do nascer ao pôr do sol- Parte Pudim

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A mesa estava muito bonita, a comida parecia maravilhosa e tudo perfeito. Guilherme não consegue alcançar na memória algum sorriso tão aberto de Rose para ele. SErá que teve em algum momento? Talvez, mas seu antigo eu achava que todos os momentos eram assim. Não, não eram...

-Gui, eu penso que todo esse tempo eu não senti o medo de perder você como agora. Você sempre esteve tão presente na minha vida e não tenho mais ninguém...

O médico não mais ouvia o que Rose estava dizendo.. Ele tinha a certeza que era algo para inflar o ego dele. Ela já sabe o caminho das pedras. "Você é uma criatura esnobe, eu quero que você se dane" ....Beleza, memórias de antigos esporros da Flávia justo agora..

-Gui?? Gui???

-Oi? Então Rose ......A minha raiva diminuiu de verdade e em parte porque acharia que morreria se você tivesse com outro homem. Esses dias me fizeram entender que eu ....não ligo. De verdade não. Tirando meu orgulho e uma ou outra lembrança, o que sobra de nós?

-17 anos, Gui..

-17 anos que você pensa em outro e eu penso que estava loucamente apaixonado. Pensava que tinha a vida perfeita enquanto eu era só uma segunda opção. Até nosso primeiro encontro você mentiu, Rose.

-Mas podemos recomeçar....

-Meu tempo é agora, Rose e eu não vejo você nele. Vou para um hotel essa noite e depois preciso que você saia dessa casa. Obviamente que pode escolher o apart hotel que preferir e perguntar ao Tigrão se ele gostaria de ir, eu prefiro que não.

Os olhos de Rose enchem de lágrimas...

-Não chore pelo o que nunca foi real, Rose- Guilherme se levanta e dá um leve beijo na testa da sua agora, ex esposa

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Guilherme está sem nem saber muito onde ir, mas prefere sair pela cozinha para não levantar suspeitas. Já havia pessoas o suficiente durante esse casamento. Pelo menos o fim dele deveria ser reservado aos dois. Pensou em chamar Odailson mas já era tarde e ele realmente não queria ser achado tão cedo....

Ao passar pela mesa havia o famoso pudim da deusa e o caderno onde a moça escrevia suas receitas e o quanto odiava a sua mãe Celina. Ele teve uma ideia estranha, mas agora entende que o normal não é nada perfeito e ele busca a grandiosidade.

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Flávia já está no final de seu turno e de sua paciência. As gorjetas foram boas, as 100 ligações do Gabriel não. Ela odiava se sentir presa e ainda mais quando o carrasco não era quem ela poderia se divertir com esse jogo.

-Jura,Flávia? -pensa ela consigo. Quase um mês sem ver ao vivo o Guilherme e você ainda pensa nele e pior pensa com todo amor. Pensa tanto que em uma virada acredita que ele está Pulp Fiction com um.......pote?

Mas ao tentar descer do queijo para ir atrás ele sai e entrega um papel e a tigela para Betina que estava em sua hora de descanso. Flávia até corre atrás do companheiro de acidente, mas em vão, ele logo entra em táxi.

-Flávia Flávia, ele me deixou isso para você-Betina entrega o pote e o papel com um olhar curioso.

-Ele falou algo, Betina?

- Nada..só parecia triste...Abra logo , mulher!

Flávia abre o pote e se depara com um pudim de leite condensado com uma colher dentro.

-UM PUDIM!? Flávia, você anda com um povo estranho hein..--A ruiva sai de perto reclamando como a vida da jovem era complicada...

Flávia tinha raiva, decepção e ...fome. Então começa a devorar o doce e depois da 4 colherada, ela lembra do papel. Tinha o cheiro maravilhoso dele e ao abrir ela nota o cuidado dele em escrever com uma grafia reconhecível. Ela senta no meio fio e começa a ler:

-Mas ao tentar descer do queijo para ir atrás ele sai e entrega um papel e a tigela para Betina que estava em sua hora de descanso. Flávia até corre atrás do companheiro de acidente, mas em vão, ele logo entra em táxi.

-Flávia Flávia, ele me deixou isso para você-Betina entrega o pote e o papel com um olhar curioso.

-Ele falou algo, Betina?

- Nada..só parecia triste...Abra logo , mulher!

Flávia abre o pote e se depara com um pudim de leite condensado com uma colher dentro.

-UM PUDIM!? Flávia, você anda com um povo estranho hein..--A ruiva sai de perto reclamando como a vida da jovem era complicada...

Flávia tinha raiva, decepção e ...fome. Então começa a devorar o doce e depois da 4 colherada, ela lembra do papel. Tinha o cheiro maravilhoso dele e ao abrir ela nota o cuidado dele em escrever com uma grafia reconhecível. Ela senta no meio fio e começa a ler

" Você gosta de pudim?

Desculpe, eu sempre fui péssimo em relações humanas e muita mais em pedir desculpas. Minha mãe sempre me dava sorvete, muito sorvete quando ela era muito dura comigo. Era a forma de afeto com quem me criaram. Sim, eu sei que você deve estar achando horrível..."

-Não, não estou-pensa alto a jovem...

"Mas sobremesas a parte...me desculpe, por tudo , Flávia. Eu fiz pouco caso do que você sentia porque não estava acostumado com afetos sem alguma cobertura doce para esconder suas fragilidades.

Meu casamento acabou hoje de fato, mas ele já tinha acabado muito antes. No momento que meu riso mais profundo não era de alguma observação da Rose sobre a academia ou alguma festa mas sim de uma moça , desculpe, perdida, me chamando de Doutor das galáxias.

Eu sou um caso perdido, Flávia. Eu posso lhe oferecer essas desculpas e esse pudim apenas. Pelo menos o segundo é fácil de engolir"

Flávia sentiu pesado a última parte do doce descer pela garganta. E todos os momentos com Guilherme passaram por sua mente como um videclip ou um daqueles edits do tiktok. Seus braços estão fracos e ela só quer abraçar o doutor naquele momento.

Ela entra na boate e vê mais um monte de mensagens do Gabriel mas nada de quem ela queria. Ela tira o block mas suas mensagens não chegam, tenta ligar e o celular está desligado.

-Guilherme, você me paga!

Ela veste a sua blusa xadrez que já tem vida quase própria. A noite dela acabou...Gabriel manda uma mensagem que estava indo para o local, ela responde que tudo bem, mas se prepara para ir embora .

-Ué, Flávia, não vai esperar o anjinho hoje?

-Não...

-E se ele perguntar de você? ele virá?

-Ele está vindo...só diz, por favor, que meu paraíso não está nele nessa noite.

Ao sair da Pulp, uma moça lhe entrega um encarte ...Flávia recusa, mas a moça insiste e ela pega. Era uma exposição ao nascer do sol no museu do amanhã...

-Você pode mudar o destino DELE ....

Flávia gela ao reconhecer a voz....A morte estava vestida como uma jovem tijucana. Ela sorri e vira as costas.

A dançarina sente medo por alguns segundos mas depois fecha os olhos e pensa com confiança:

-Entendi o que você quer, senhora destino

Flagui Nights: Pequenas históriasМесто, где живут истории. Откройте их для себя