Capítulo 24 - O Preço

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Felipe Caprini
RODA DAS PRINCESAS

Capítulo 24 - FINAL
"O preço"


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Uma vez um ancião me disse "A Orelha não passa a Cabeça".
Na época não entendi o que significava... mas hoje entendo.

❤ - I
Veludo tremia, tremia tanto que as suas mãos tinham que ser contidas, Dama da Noite ajoelhada no chão o abraçava por trás segurando seus braços, o queixo dele batia com tanta veemência que era impossível de compreender o que queria dizer.
Quitéria olhou com atenção os cacos de louça antiga que por fora eram dourados mas por dentro possuiam um belo furta-cor, a ânfora que prendia a alma de Veludo havia sido estilhaçada com tanta violência que mais pareceu uma explosão do que uma libertação.
— Tem certeza que usou o feitiço certo? — Ela cochichou para Doralice — O homem parece sequëlado...
— Tenho, a questão é que esta urna, ou melhor, esta ânfora não foi feita para ser aberta, uma vez fechada deveria permanecer fechada eternamente. — Doralice olhava com curiosidade para o cetro Dourado em forma de serpente que trazia na mão direita — isso aqui realmente tem um poder assombroso...

Momentos antes ela havia lançado sobre a ânfora de Segi um feitiço de libertação, a alma de veludo escorreu de lá como uma água lamacenta e aos poucos a agua foi gaseificada até que o vapor foi tomando a forma de um corpo humano até chegar naquilo que estavam vendo agora, o espírito de um homem magro mas de músculos definidos, extremamente belo com olhos muito expressivos, nú com os cabelos embaraçados.
— Me deixem sozinha com ele, — pediu Dama da Noite — Não quero que fique assustado pois ele não conhece nenhuma de vocês e pode estar tendo um resquício de trauma.
— Claro que ele nos conhece! — disse Mulambo curiosa.
— O recinto está superlotado. — Dama da Noite a encarou com firmeza.

Realmente ela tinha razão, ali em um dos quartos vazios na casa de Dona Alice estavam espremidos Maria Padilha, sete saias, Maria Mulambo, cigana Sara, Maria Quitéria, Rosa caveira, rosa vermelha, cainana e Tetemburu, sem contar a presença da própria Doralice que era a única pessoa viva No recinto.
— Ela tem razão, vamos todos sair e deixá-lo à vontade. — disse Doralice com um sorriso.

Todos saíram com exceção de Dama da Noite e Tetemburu, em poucos minutos Veludo começou a controlar a tremedeira, pediu que Tetemburu se aproximasse então os três ali bem próximos puderam falar em voz baixa sem que nenhum outro ouvisse, mesmo os que estavam no cômodo adjacente ou no corredor.
— Nós temos que sair daqui, fugir o mais longe possível. — disse veludo sussurrando.
— Fugir? Veludo Você está muito assustado mas... — Dama da Noite afagando o ombro
— Eu não estou assustado, estou apavorado, aterrorizado, Helena preste bem atenção no que vou falar, o motivo de eu ter sido preso naquela ânfora foi um mal entendido, Sete Encruzilhadas achou que eu havia ido até ele para ameaçar, achou que eu iria contar a todos que ele na verdade era um anjo, mas não era o caso, na realidade eu tinha ido na intenção de avisá-lo.
— Avisá-lo? Do quê?
— Sobre os outros, os outros sabem, e ele... ele está vindo.
— Ele quem? — Dama da Noite parecia confusa.

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