Prólogo

770 48 18
                                    

Olhou-se no espelho, tendo certeza que estava sozinha.

Examinou-se de cima a baixo: Seus cabelos claros caíam pelos seus ombros como cascatas, cobrindo as alças da pequena camisola cor-de-rosa e o meio sorriso escondido.

Ah, o sorriso.

Aquele sorriso ao qual não via há muito tempo, e que de uma hora pra outra voltou a habitar o seu rosto. Ela sabia que devia aquele sorriso a ele.

Sim, ela o amava, e a partir daquele dia estariam juntos para sempre.

Virou-se pra se examinar de lado, enquanto dava tapinhas leves no rosto pra tomar mais cor; o amado se impressionaria. Ouviu um barulho vindo da janela, que de repente se espalhou por todo o ambiente, vindo da direção do chuveiro.

Assustou-se.

- O que você está fazendo aqui? – disse juntando as sobrancelhas e olhando pra pessoa que a encarava.

Sentiu o frio percorrer-lhe a espinha, quando viu o que ela segurava. Aquilo não seria nada bom.

Nada bom.

- O que você pensa que...

Durante alguns minutos, o silêncio se espalhou pelo local, mas, para ela, ele seria eterno.

Uma hora depois a mansão já estava cercada por policiais, e mais do que isso, envolvida pelo véu da morte.

A mágoa e a vingança seriam suas eternas moradoras, desde então.

Ópera - LiskookWhere stories live. Discover now