Contra a parede.

641 29 0
                                    


- Porque você estava tão indiferente na festa?

- Eu estava?

- Não banque o tonto Holland? – ela exclamou vendo-o esboçar um sorriso de lado.

- Talvez cansado? – o ator falou deitando na cama após se despir.

- Quer comer algo?

- Não, obrigado. – agradeceu sincero. – Porque não vem dormir um pouco? Sei que está exausta enquanto estava claramente chamando atenção daquele bando de marmanjo. – brincou arrancando um genuíno sorriso da sua esposa.

- Pensei ter visto você olhando para OUTRAS pessoas. – Zendaya falou deitando a sua frente.

Tom a encarou como ela o fizera naquela manhã. Alisou o rosto da jovem mulher com seus dedos suaves, fazendo-a fechar os olhos e apreciar a caricia.

- Você estragou todas as outras aos meus olhos. – ele confessou sincero fazendo-a suspirar.

- Mesmo depois de tantos anos?

- Cada dia que passa te vejo mais deslumbrante. – Tom falou acariciando-a intimamente. – Mais sensual. – continuou vendo-a respirar com dificuldade mediante ao toque dele. – Mais perfeita. – finalizou fazendo-a gemer baixinho.

- Preciso de você! – confessou deitando sobre ele.

Ela o beijou com volúpia sendo correspondida a altura. Não precisavam de palavras, aquele era o momento de entrega total. Fora um dia tenso e cheio de interrogações, mas nenhum dos seus questionamentos colocavam em cheque o sentimento que os unia. Z sabia que era amada incondicionalmente e era reciproco. Era inegável a química. E ali durante todo o ato de amor carnal ela soube que seria capaz de qualquer coisa para faze-lo feliz.

- Posso te perguntar algo? – perguntou após alguns minutos de silencio.

- Claro!? – falou acomodando-se melhor na cama.

- Acha que se tivesse casado com uma anônima você já teria sido pai?

Tom a encarou tentando decifrar o que havia por trás daquela pergunta.

- Não pense. Só responda. – insistiu ela.

- Talvez. – falou sincero.

- Então porque você não quer comigo? – o questionou com um aperto no coração.

Zendaya sabia que esse era o maior sonho de Tom. Desde a época onde eram apenas amigos ela sabia dos seus planos para o futuro e esse desejo estava no topo. Mas todas as vezes que ela mencionava sobre a possibilidade ele encontrava uma forma de fugir do assunto. Mas não dessa vez.

- Eu quero com você. Claro que quero! Só não é o momento.

- Com outra teria sido por que?

- Quer mesmo continuar com esse assunto agora? – ele se alterou levantando da cama enquanto ela se acomodava melhor.

- Sim nós vamos! Porque é tão difícil para você responder uma simples pergunta como essa?

- Eu não quero discutir com você. Acho melhor dormir no quarto de hospedes.

- Se não conversamos sobre isso agora considere serialmente minha saída definitiva dessa casa ainda hoje.

- Está me ameaçando? – ele questionou com raiva.

- Simplesmente responda a droga da pergunta. – gritou já de pé.

- Eu...eu...- ele passou a mão pelo cabelo em um claro sinal de nervosismos. Não estava disposto a encarar a verdade, pois sabia que a partir do momento que falasse tudo poderia mudar.

- Você? – ela insistiu cruzando os braços tentando não desabar em lágrimas.

- Podemos simplesmente conversar sobre outro assunto? – ele pediu temeroso.

Zendaya o olhou por longos minutos. Sentindo-se completamente frustrada e quebrada. As lagrimas que tentara evitar vieram sem piedade.

- Baby...- tentou se aproximar mas parou ao vê-la com a mão estendida.

- Só me de um tempo para me trocar.

- Zenda...

- Saia da droga do quarto agora! – ela gritou alterada.

Tom recuou assustado com a mudança de humor dela. Nunca a virá tão alterada assim.

- Por favor! – implorou dando-lhe as costas.

Ele pensou em ficar, insistir, mas sabia que seria pior. Então simplesmente deu as costas e seguiu para o andar de baixo. Colocou um pouco de bebida no seu copo e sentou pensando no desastre que foi o final da noite. Enquanto isso Zendaya olhava seu closet pensando em tudo que viveram ate chegar o momento em que juntaram suas roupas naquele espaço. Ela sabia no fundo que não seria capaz de deixa-lo. Nunca! Mas saber que ele não pensava nela como mãe dos seus filhos a magoava tanto. O que estaria por trás daquela recusa? O que ele estava escondendo? Precisava saber as resposta antes de tomar uma decisão definitiva. Mas não naquela noite. Precisava de um tempo. Vestiu seu surrado moletom e calçou seu tênis descendo em seguida para encontra-lo no saguão da casa andando de um lado para o outro. Assim que seus olhos se cruzaram Z pode ver o sofrimento instalado ali. Mas nem mesmo a dor que aquilo lhe causou seria capaz de impedi-la de seguir adiante.

- Vou dormir na minha mãe hoje. Amanha começa a turnê e temos uma semana para repensarmos a nossa relação.

- Eu não preciso repensar nada. Eu amo você baby. – ele falou se aproximando, mas parou novamente após ela recuar. – Droga Zendaya! – esbravejou ele nervoso e frustrado. – Estamos tão bem e do nada você começa com isso novamente.

- Bem...estou terminando. – falou vendo-o ficar pálido instantaneamente.

- Você não pode me deixar. – sussurrou ele.

- Não estou deixando você. Pelo menos não hoje. Eu mereço uma explicação. Se não está preparado para tal terá uma semana pela frente. Caso contrário meu advogado vai entrar em contato com o seu.

- Não fala assim. – pediu visivelmente abalado.

- Boa noite Tom. – ela falou saindo sem olhar para trás. Sabia que se o fizesse não conseguiria deixa-lo.

Tom apenas ficou ali paralisado vendo-a sair. Não sabia o que fazer. Sentiu-se incapaz de lutar pela única mulher que amava incondicionalmente. Sem saber ao certo quanto tempo ficou ali parado ele pegou o telefone e ligou para seu irmão.

- Você precisa contar a ela. – Harry falou após ouvir a historia. – Na verdade eu sempre falei que era o certo a fazer.

- Não entende...Isso pode acarretar alguns problemas.

- Sabe que ela não brinca com as palavras. Ela vai até o fim. – alertou o irmão. – E eu não sei se você está preparado para as consequências dessa sua decisão.

Alertou sincero.

Uma semana havia se passado e ele acordou naquela manhã com uma mensagem da sua mãe avisando que seu pai não estava bem. Eles precisavam dele. Sem pensar duas vezes ele apenas pegou seus documentos e partiu enviando uma mensagem para a esposa enquanto chegava no aeroporto.

"Z meu pai não está bem. Precisei ir para casa. Só não me deixe, por favor.

Seu, somente seu amado."

Ele não tinha vergonha de implorar. O faria quantas vezes fossem necessário.

Assim que seu avião pousou ela ligou em vão para o marido, mas sem obter resultado ligou para o cunhado.

- O que está acontecendo? Liguei para ele e não atendeu.

- Oi Z. Ele deve está no avião ainda.

- Como está seu pai?

- Nada bem. Estamos no hospital.

- Ok. Estou a caminho. – falou desligando o telefone. 

Nossa historia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora