SEIS

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Não sei mais o que pensar.

Não sei como me mexer e nem como respirar. Desaprendi a falar e meus olhos esqueceram de como se pisca. Meu estômago é um embrulho de náusea e borboletas mortas. Meu cérebro é uma casa de areia, e a tempestade se aproxima e ameaça destruí-la com a primeira rajada de vento.

Minha irmã morreu. Morreu e se tornou vampira porque se meteu em lugares onde não era pra sequer saber que existia. Ela morreu porque estava a minha procura. Por minha causa, ela virou a criatura que vivo para matar. Nunca vou me perdoar por ser o motivo de sua transformação. Jamais.

E só me resta perguntas sem respostas: Quem armou para isso acontecer? A Reitora e o Instituto? Se bem que são a mesma merda, eles dois. A Reitora teria todo esse poder. O de tirar minha irmã da jogada. Aya deveria ter chegado muito perto de descobrir onde eu estava, para alguém ter agido tão agressivamente.

Mas por mais que eu quisesse culpa-la logo de cara, não tinha como ter certeza se realmente teria sido a Reitora a manipular a morte de minha irmã. Porque a desgraçada usava Aya como uma maneira para me controlar. Se minha irmã morre, ela não tem mais nada para usar contra mim e me manter nas rédeas curtas da obediência cega. Então, muito provavelmente, estamos lidando com outra coisa.

— Como realmente aconteceu? De quem era o sangue de vampiro no organismo dela? — ofeguei a pergunta, sem ar algum nos pulmões.

E percebi que, finalmente, poderia descobrir de qual linhagem ela é, mas não sei qual será meu próximo passo a seguir. Não tenho certeza se quero continuar contribuindo... Não. Eu tenho certeza que não vou mais contribuir para merda nenhuma da Reitora, afinal, minha vida desmoronou por causa dela. Minha irmã morreu por alguma trama doentia que aquela cabeça psicótica criou. E mesmo se não tiver sido ela, o simples fato de ter usado Aya para me ameaçar, já condenou a vida miserável dela.

Minhas mãos começaram a tremer, meu corpo a esquentar, e me pergunto o porquê de simplesmente nunca ter derretido o crânio daquele monstro entre minhas mãos. A quantidade de dor que aquela mulher causou não tem limites ou perdão no mundo que consiga quitar.

E pra piorar, ela passou seus pecados para cada um de nós do Arsenal, nos levando a esse caminho de morte e perdição. Eu a odeio tanto que meu coração chega a queimar, e meus ossos a doerem. E sinto uma vontade de explodir e levá-la junto comigo, seja lá para o que o inferno tem guardado para nós.

— Não sei se posso te contar. Não ainda.

Meu espanto é tão grande que quase salto do banco. Aya me responde, totalmente acordada enquanto levanta sua cabeça do meu ombro. E me pergunto há quanto tempo ela está assim, ouvindo cada palavra nossa.

Solto sua mão e olho em seus olhos, me afasto do encosto do banco e dou as costas para Elijah o máximo que consigo. Percebo a nova tensão no carro em movimento, e por algum motivo, sinto a vontade de me jogar pela janela.

Por que Aya não confia em mim para essa informação? Por que ela se manteve calada por tanto tempo? Por que ela mesma não me conta de uma vez o que aconteceu? E por que está hesitando tanto, se ela mesma me disse que estava feliz ao me encontrar de novo? Por que?

Então minha ficha cai. Meu mundo desaba em mil pedaços e cai ao meu redor como pássaros caindo do céu.

Ah não. Ah não. Ah não.

Ela sabe. Eles sabem. De repente estou olhando freneticamente para eles três, tão rápida e bruscamente, que minha cabeça doe. Klaus me observa pelo espelho, expressão séria. Do mesmo jeito, Elijah mantém uma expressão desprovida de emoções, seus olhos observadores em cima de mim.

~Estrela da Meia Noite ⭐ || Elijah Mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora