você tem meu consentimento para enfiar os dedos na minha garganta, Harry Styles.

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boa leitura <3

🐺

Louis cambaleou para o banheiro e precisou se segurar no batente por um minuto ou dois ou três, ele não sabe. Então quando se convenceu de que conseguia controlar suas próprias pernas ele seguiu banheiro adentro. Ele parou na pia e ligou a torneira e tudo isso estava sendo mais difícil do que imaginava. A água estava gelada e isso o levou a gemer frustrado quando ela tocou seu rosto.

E então Louis fez a burrada de erguer o olhar. Ele não tinha ouvido ainda pois a música era alta, ainda que abafada. Ou talvez eles só não estivessem fazendo barulho até o momento. Tomlinson reconheceu Harry prensando outro garoto contra a parede da cabine, a porta estava entreaberta e tudo o que se podia ver pelo reflexo do espelho era eles com as bocas e corpos colados. O menino era um pouco mais baixo que ele e suas mãos estavam por toda parte em seus cabelos, enquanto as de Styles seguravam sua cintura e o puxava contra si.

Louis deu graças a Deus deles estarem totalmente vestidos e correu dali tropeçando nos próprios pés.

Ele não soube o porquê de correr. Talvez fosse o fato de que aquilo não era algo de se assistir, talvez fosse a forma que fora pego de surpresa porque se pudesse chutar alguém que supostamente era gay, Harry seria a última pessoa no mundo. Louis segurou nas paredes num preto fosco e continuou andando. Por um segundo ele se perguntou se era homofóbico por achar aquilo estranho, mas não, não, não. Ele bateu na própria bochecha só por cogitar algo assim.

Só era… Repentino.

A música estourou em seus ouvidos e a batida seguiu o ritmo de seu coração e ele o sentiu na boca. Sua visão era uma mistura turva de aglomeração e ele não queria voltar para a pista porque sabia que iria desmaiar se voltasse. Tomlinson olhou em volta e o corredor que dava caminho para os banheiros era extenso e havia uma porta lá no final. Ele sorriu. O menino foi de encontro a porta e com todo o esforço que havia em seu ser ele leu a plaquinha acima da mesma e lá tinha algo como: "somente para funcionários." Ele deu de ombros.

Ninguém iria morrer só porque entrou (ou saiu) por uma porta que não tinha autorização. Ele a abriu e o vento gélido o atingiu com força, sua franja voou em seu rosto e ele respirou fundo. Louis cerrou os olhos e se deu conta de que aquela era a saída dos fundos, mas não era um beco ou uma rua; era uma rodovia.

— Se foder! Quem que faz uma boate perto da porra de uma rodovia. — Ele xingou com os dentes cerrados. Ele bateu o pé no chão algumas vezes como uma criança fazendo birra, mas não queria ficar ali. Desejava respirar devidamente, longe de luzes coloridas e música alta. Sua cabeça doía e seus sentidos não funcionavam mais.

E então Louis deixou que suas pernas o levassem porque era tudo o que tinha agora. Ele andou até a beirada da estrada e os carros que passavam rapidamente o obrigavam a fechar os olhos e um assobio sempre soava como se estivessem passando por ele por um triz. Ou será que realmente estavam? Ele não sabia. Ele não sabia de nada. Louis só queria ir pra longe.

Pegou o celular do bolso e a tela brilhou em seu rosto, mas ele não tinha pra quem ligar. Ainda que estivesse tão bêbado que sentisse a morte beijando sua testa, ele tinha consciência do que Taylor estava fazendo, ou fez, e não queria atrapalhar. Pensou em Lawrence ou Myung ou Niall, entretanto eles estavam ainda piores e não seriam de grande ajuda. E por alguma razão seu pai se passou por sua cabeça. Ele riu alto, riu da própria desgraça como se aquele fosse o pensamento mais idiota do universo. E era.

Louis ainda estava rindo quando precisou dar um passo para trás porque um caminhão ultrapassou ao seu lado rapidamente. Ele buzinou alto e ao encará-lo incrédulo, Louis se deu conta de que o homem precisou ir na contramão para não esmagá-lo no asfalto e foi naquele segundo que ele finalmente se deu conta de que estava no meio da rodovia como um drogado. Tomlinson arregalou os olhos e apertou o celular em seu punho, ele simplesmente não sabia como voltar sem ser atropelado. Ele não se movia.

The West Side Wolves {lwt+hes}Where stories live. Discover now