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𝗘𝗻𝘀𝗮𝗻𝗴𝘂𝗲𝗻𝘁𝗮𝗱𝗼...

Quando menos esperei, uma mão ardente tocou delicadamente meu pescoço. Me virei com brutalidade a fim de descobrir o indivíduo que me sentia no momento.

- Beomgyu?! - Me surpreendi. Não pelo fato do mesmo estar na festa, e sim porquê o garoto havia me assustado com seu toque.

- Está surpresa? - Perguntou com um olhar irônico. - Acha que é você quem tem motivo para estar surpresa?

- É que...

- Quem a trouxe aqui? Você era meu par! Fugiu porque quis.

- É claro que fugi! Se eu era o seu par, eu deveria te acompanhar, e não distrair seus colegas - me defendi eliminando a inocência de meu olhar.

Taehyun parecia incrédulo com a fúria de Choi.

- Man-yah, é melhor irmos embora... - Kang comentou em uma tentativa de escapar da discussão.

- Ela vai ficar. E se não querem se meter, vamos conversar a sós. - O dono da festa falou.

- Não há necessidade! Podemos resolver aqui. - Sugeri amedrontada.

No mesmo segundo, Beomgyu agarrou meu pulso com força e puxou-me em direção ao jardim. Parecia um lugar mais reservado e calmo. Não havia uma alma sequer.

Pequenas e grandes árvores se encontravam ao lado esquerdo. À frente, alguns arbustos pequenos. Ao lado direito, flores e plantas exóticas.

O garoto me empurrou contra a parede e me encarou com seu olhar mortal.

- Pare! Está me assustando! - Reclamei com raiva e medo.

O babaca me pressionou. Senti meus peitos doerem e algumas lágrimas presas saltarem.

- Você é idiota?! Se não quis vir comigo, deveria ter continuado naquele fim de mundo nomeado dormitório! - Berrou.

Me senti cada vez mais assustada. O olhar do garoto era como um veneno que me deixava tonta. Tonta, surda, cega e muda.

Eu apenas rezava para que qualquer pessoa competente aparecesse por lá e me tirasse daquele inferno.

- Pare por favor. Você está me assustando! - Supliquei com vista embaçada pelos olhos marejados.

O menino segurou meu pulso de forma brusca e o apertou com brutalidade.

- Você irá engolir o choro, entrar lá dentro, e dizer que tivemos uma conversa civilizada.

- Você não pode me tratar como lixo! Covarde! - Mesmo com receio, aumentei meu tom de voz.

O mesmo se acalmou um pouco. Parecia estar voltando a seu estado de paz.

- Irei deixá-la. Mas se me atacar de alguma maneira, tornarei sua vida um inferno.

Concordei. Estava morrendo de medo do que aquele maluco poderia fazer.

- Você não passa de um rosto bonito Man-yah. É uma sem caráter por dentro! - Disse me abandonando plantada naquela enorme extensão de plantas.

Me senti péssima. Mesmo com tanta frustração, preferi segurar o resto do mar de lágrimas que meus olhos armazenavam.

Passei pelo menos meia hora me lamentando no exterior da mansão. Por que tudo deveria ser tão difícil?!

Quando criei coragem, entrei novamente na parte interior da moradia e me deparei com Soobin e Hwa-yen conversando e rindo em uma das extremidades da enorme sala.

Eu só conseguia me perguntar o motivo de nunca ter vivido um romance tão fofo. Minha colega era uma garota de sorte.

Cheguei perto aos poucos e logo recebi a atenção de ambos.

- Finalmente a achamos! Perguntamos a Taehyun sobre você e ele disse que você havia ido conversar com Beomgyu. Sobre o que falaram? - Yen, curiosa como sempre, tentou descobrir.

- Sobre... é... coisas... da vida - menti.

- Entendi! Soobin e eu estávamos falando sobre a festa. Está tão cheia!

- É mesmo. Pelo menos está bem animada! - O quase namorado de Hwa complementou seguindo o ritmo da música que seguia se repetindo.

- Afinal, você conseguiu conversar com Yeonjun? Ele não sai do pé daquela garota... Como é o nome dela?

- É... Jyu Jinah! - O rapaz lembrou.

- Acho que não deve ser nada muito comovente. Apenas um namorinho. - Eu disse sorrindo de forma amigável. - Quanto à mim, acho que já vou indo.

- Tem certeza? Ainda não são nem nove e meia! - A garota retrucou tentando me fazer ficar.

- Absoluta. Tenho muitos afazeres! - Tentei arrumar uma desculpa esfarrapada. - Avisarei Taehyun! - Me afastei aos poucos. - Aproveitem a festa!

- Até mais! - Soobin acenou.

Estava tudo acontecendo de forma rápida! Avisei Kang de minha partida e o mesmo foi compreensível. Até ofereceu companhia de volta, mas não quis atrapalhá-lo. Eu apenas queria me livrar daquela comemoração - que estava mais para show de horrores.

No instante em que pegaria meu celular na intenção de chamar um taxi, percebi que não estava com minha bolsa. O primeiro lugar que pensei em procurá-la foi o jardim. Então, ainda angustiada, caminhei até o local.

Comecei a sentir algo diferente. Uma presença alheia. Olhei aos redores, e por trás de uma larga árvore, enxerguei uma mão pálida. Caminhei até a tal árvore e me deparei com algo traumatizante.

Era Beomgyu. Seu pescoço apresentava diversos ematomas e seu ombro esquerdo estava completamente ensanguentado.

Tomei um susto. Pensei em correr e pedir ajuda.

Mas foi bem nesse momento que o maior segurou minha canela me impedindo.

𝐀𝐋𝐋 𝐎𝐅 𝐌𝐘 𝐒𝐎𝐔𝐋; 𝐜𝐡𝐨𝐢 𝐛𝐞𝐨𝐦𝐠𝐲𝐮Donde viven las historias. Descúbrelo ahora