Capítulo 6: Sexta-feira

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Fui até o quarto, onde tomei banho e me arrumei. Fiz uma maquiagem leve, mas coloquei um vestido curto e bem colado ao meu corpo. Eu não estava com ânimo de ficar de salto, então calcei pantufas de coelhinho pelas quais eu era simplesmente apaixonada. Peguei a garrafa de vinho e fui até a porta, na qual dei duas batidas e esta foi rapidamente aberta.

- Aconteceu algo? - o segurança foi direto.

- Park, pelo amor de deus! Boa noite, né. E não, nada aconteceu.

- Boa noite... - ele ficou todo acuado, devo ter morgado o bichinho. Ri dos meus pensamentos.

- Relaxe, não precisa ficar tão retraído assim. Na verdade eu vim te pedir uma coisa.

Park arregalou os olhos em minha direção, o coitado entrava em furada porque eu basicamente o obrigava kkkkk.

- Topa ser meu companheiro de bebida? - disse enquanto mostrava a garrafa de vinho para ele. Park prontamente fez uma cara de reprovação.

- Duda...

- Tá, eu sei, eu sei. Você está trabalhando, não pode fazer isso, blá blá blá. Mas é sexta-feira... e eu nunca me divirto por aqui. Eu nem posso sair desse apartamento chato! - Park riu - Vaiii, por favorr - o puxei pelo paletó e fiz um bico de choro.

Depois de relutar bastante, Park finalmente aceitou e entrou no apartamento.

- Mas... e o Senhor Lee?

- O Wonho? Ele sempre volta tarde do estúdio nas sextas. Ou fica ocupado pegando as staffs, sei lá, não me interessa. - dei de ombros.

- Tem certeza que isso realmente não te interessa?

- Não. Por que me interessaria?

- Hmm... por nada.

- Deixa eu pegar as taças, se não nunca vamos tomar esse vinho, e hoje eu quero ficar tão louca que vou me esquecer até mesmo do meu nome!

Começamos bebendo e conversando, eu estava exagerando na bebida de propósito. Após meia hora eu já estava no brilho, mas eu queria mais, então continuei bebendo. Quando terminamos a primeira garrafa, fui até a despensa e peguei uma segunda. Park estava se controlando um pouco, não sei porquê, mas eu confiava nele, e por ele ser meu segurança, sabia que ele não faria nada para me machucar.

Devia ser oito da noite quando pouco da minha consciência restava. Eu já não controlava meus movimentos, estava impulsiva, meu corpo agia por si só, mas minha mente não parecia ceder, estava mais atenta do que nunca.

Coloquei uma música mais animada e comecei a dançar, depois de um tempo rodando pela sala, pedi ao Park que se unisse a mim, justamente quando outra música começou. Era uma dança um pouco lenta, eu joguei meus braços ao redor do Park e começamos a ir de um lado para o outro. Eu não era a melhor dançarina desse mundo como o Shownu, mas sabia desenrolar um pouco. "Ah, mas você está dando em cima de um cara comprometido". Não, dança não tem relação alguma com "dar em cima" ou flertar. E não, por mais que no começo eu tenha pensado em flertar com o Park, assim que ele me disse que tinha namorada, qualquer possibilidade disso desapareceu, eu nunca iria atrás de alguém comprometido, e felizmente só via o Park como um melhor amigo... Será que era cedo demais para eu considerá-lo dessa maneira?

Estávamos rodopiando pelo cômodo e eu comecei a rir daquela situação quando o Park começou a se aproximar mais... Eu rapidamente fiquei em alerta e em pânico ao mesmo tempo. O Park fitava meus lábios e eu o encarava sem entender o que estava acontecendo. Assim que ele se aproximou mais eu recuei, dando um passo para trás e virando meu rosto.

- Mas o quê...

- Vai, Duda, deixa disso.

O Park voltou a se aproximar de mim, segurando meus ombros e tentando me beijar, mas novamente eu recuei.

- Park, você tem namorada. O que pensa que está fazendo?!

Ele insistia em vir para cima de mim, eu tentava empurrá-lo, mas a bebida me enfraqueceu e eu não sabia o que fazer, comecei a entrar em desespero. Ele forçava se aproximar de mim quando de repente tudo ficou calmo. Park se aproximou do meu ouvido e disse:

- Eu menti.

Eu não acreditei no que ouvi e não entendi o que estava acontecendo. Park prontamente se afastou um pouco e foi até a mesinha da sala pegar a taça de vinho que ele tinha deixado.

- Bom, Duda... Eu não ia falar nada, mas já que estamos aqui e já que você abriu seu coração para mim diversas vezes, nada mais justo do que eu fazer o mesmo, certo? Sabe o que me fez vir trabalhar aqui? Hein? Nessa merda de emprego! - o Park sacudiu a taça de vinho na parede, que se estraçalhou instantaneamente - Acho que isso não seja palco para esta conversa... então vamos abordar outro assunto, você provavelmente está se perguntando por que eu disse que menti... Bom, digamos que nesse emprego nós precisemos mentir para você. Dizer que temos alguém quando na verdade não temos ninguém. Recusar suas gentilezas porque é assim que nos foi ordenado. - ele falava calmamente, mas seu tom de voz mudou para um tom mais alto e grosseiro - Sendo que em momento algum eu fui informado que seria responsável pela segurança de uma pessoa tão linda e gentil como você.

Park dava passos lentos em minha direção. Eu estava tremendo, com lágrimas caindo dos meus olhos.

- Muito menos imaginaria que me apaixonaria por essa pessoa. - Park acariciou levemente meu rosto, ele estava chorando. - E você não imagina como dói... amar alguém que não se pode ter... - Park me deu as costas por um segundo. - A não ser... - ele virou e retornou sua atenção a mim - que me aceite como seu amante! O que me diz?

- E-E-Eu... - eu não conseguia formular uma palavra - Eu não posso, Park...

- O que quer dizer com "não posso"?

Respirei fundo para falar tudo o que precisava.

- Park, eu nunca disse que esse sentimento era recíproco... Pra falar a verdade, eu não fazia ideia... E-Eu não gosto de você dessa forma, eu sinto muito...

- Você... não gosta de mim? - ele deu um riso - Como pode ter tanta certeza? - Park voltou a se aproximar de mim, segurou meus braços com força e aproximou nossos lábios, selando um beijo forçado. Eu comecei a me debater e o empurrei, caindo no chão em seguida e batendo a cabeça na parede, o que me deixou tonta por alguns segundos.

Não tive tempo de me recuperar, Park se aproximou novamente, ficando por cima de mim e tentando me beijar, eu me debatia novamente, virando o rosto para evitar aquele imbecil a qualquer custo quando um barulho de porta abrindo ecoou pelos meus ouvidos (e aparentemente pelos ouvidos de Park também, pois ele instantaneamente parou o que estava fazendo e virou o rosto na direção da porta).

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