Revelações comprometedoras - parte 2.

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(Chantelle POV)

Assim que Axl e Carlos saíram o clima pesado era gritante e o ambiente se tornara inegavelmente ensurdecedor.

Era triste.

Mas a minha curiosidade superava minha tristeza.

Chantelle: por que você não disse nada? - encaro Voight irada - Por que precisou esperar esse tempo todo? - não fazia o menor sentido pra mim - Você acha que isso é fácil pra ele? Tem alguma ideia de tudo que o Axl já passou?!

Era um ultraje.

Voight: você acha que eu sabia disso? - ele me fita de volta.
Chantelle: e não sabia? - pergunto mais relaxada.

Ele balança a cabeça em negativa.

Seu olhar era triste e solitário, mas com toda a certeza, sincero.

Voight: assim que eu soube dessa coisa toda, minha primeira reação foi vir atrás do Axl. Você sabe que eu não esconderia algo dessa magnitude de ninguém.

Eu suspiro e toco sua mão, me permitindo pensar que aquilo era novo e confuso pra ele também.

Chantelle: tenho certeza que vai ficar tudo bem quando vocês puderem conversar melhor.

Olho pros outros na sala esperando qualquer reação, mas todos permaneciam chocados.

Aquilo não ajudava em nada.

Encaro Patrícia e ela arregala os olhos entendendo que eu preciso que ela diga alguma coisa pra que o ambiente fique mais leve.

Patrícia: quem quer comer peru? - ela quase grita com a faca na mão.

Bato em minha própria testa e massageio tentando entender como ela acreditou que aquilo seria uma boa saída da nossa situação atual.

Nesse mesmo momento o celular de Voight toca e eu me sinto um pouco aliviada pelo clima pesado ter se dissipado.

Voight: Voight falando. - ele para alguns momentos ouvindo com atenção, seu semblante era totalmente sério - ok. Já estamos indo.

Ele encerrou a ligação e colocou o celular sobre a mesa, logo em seguida abaixou a cabeça e esfregou os próprios olhos com um pouco de força.
Eu e Patrícia nos entreolhamos e eu coloquei a mão sobre o joelho de Voight.

Chantelle: tudo bem, Voight?

Ele balança a cabeça em silêncio.

Voight: era a Diana.
Chantelle: oh. E tudo bem com ela?

O silêncio me apavorava desde que eu era criança.

Eu nunca era considerada forte o suficiente pra saber as respostas das minhas perguntas.

Então eu recebia apenas silêncio.

Voight: vamos pro hospital.
Chantelle: por que? O que houve com ela? - começo a me alterar sem tentar disfarçar.
Voight: com ela nada.

Todos se levantaram de imediato e correram pro carro.

Todos entenderam, menos eu.

Meu pecadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora