𝑼𝑴

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AGÊNCIA NACIONAL DE POLÍCIA — KEISATSU—CHO

Eu estava quase terminando de beber o café da xícara quando desviei o olhar para o canto esquerdo da tela do computador para conferir as horas. Logo após colocar o que eu estava segurando sobre a mesa de madeira escura, desliguei o computador e me levantei.

Depois de passar muito tempo sentado revisando os boletins de ocorrência, decidi esticar meu corpo e me dei conta do quadro de fotos que estava próximo. Olhando o documento em mãos uma última vez antes de encerrar o dia, Maki, Noritoshi e eu éramos bastante jovens quando nos graduamos na academia.

Desde que completei dezoito anos e servi no exército, decidi continuar atuando na área, então me juntei à força policial e desde então tenho trabalhado nesse campo. Já ocorreram várias vezes em que considerei abandonar essa carreira e tentar direcionar meus esforços para outra, porém, como muitos dizem: façamos aquilo que gostamos.

— Você já está indo? — A voz suave e ligeiramente áspera capturou minha atenção. Ao desviar o olhar, me deparei com a mulher fardada e com os cabelos longos e verdes presos em um coque.

— Sim!

— Ele parece bem ansioso, não é chefe? — Uma figura alta de cabelos castanhos escuros capturou nossa atenção.

— Eu também estaria ansioso se estivesse no lugar dele. Tirar férias é uma experiência maravilhosa, seja no trabalho quanto nos estudos. Falando nisso, Noritoshi, você não deveria estar fazendo ronda nas ruas com o Inumaki? — Maki dirigiu seu olhar para ele com uma expressão séria.

— Já estou de saída! Apenas vim aqui para me despedir do meu parceiro. — Ele choramingou — Toji, será que você pode levar na sua mochila, por favorzinho?

— Não.

— Nossa, você é muito mal! Isso doeu. — Noritoshi torceu seus lábios.

— Até mais pessoal. — Me despeço.

— Aproveite o período de descanso e desfrute das férias. — Maki deu um aceno e em seguida saiu dali levando Noritoshi consigo.

Recolhendo minhas coisas da mesa, empurrei a cadeira com o pé e segui em direção ao vestiário. Ao abrir o armário, eu peguei minha bolsa e comecei a arrumá-la. Ao tirar o meu uniforme, procurei pela roupa que tinha deixado como reserva e a coloquei e, em seguida calçando os meus tênis e arrumando o meu cabelo, que havia ficado bagunçado com a troca de camisa, respirei fundo.

Pegando a minha bolsa mais uma vez, fechei o armário, dirigi-me até o equipamento para registrar minha presença pela última vez naquele mês. Ao sair da delegacia, peguei a chave da minha Kawasaki Ninja, montei nela, retirei o capacete que estava no guidão e o coloquei sobre minha cabeça. Ligando o motor, parti dali e segui diretamente em direção à minha casa com a expectativa de chegar mais cedo.

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A viagem durou menos de duas horas e quando finalmente cheguei em frente ao portão, busquei pelo controle do portão e as chaves da minha casa. Ao pressionar o botão do controle, esperei pelo momento em que o portão se abrisse. Assim que isso aconteceu, entrei com a minha moto e estacionei. Após descer da moto, dirigi-me em direção às escadas e comecei a subir os degraus de forma tranquila até chegar ao último degrau e usar o conjunto de chaves que estava em minha mão para abrir a porta.

Ao pensar em entrar no cômodo, senti o aroma fresco de produtos de limpeza e, para evitar sujar o espaço já limpo e evitar conflitos, tirei meus sapatos na porta, deixando-os do lado de fora, e só então entrei em casa.

DE FÉRIAS AO ORGASMO • Toji FushiguroWhere stories live. Discover now