Capítulo Único

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Independente do gênero literário, as infinitas páginas podem contar uma história, seja ela fantasia, autoajuda, ficção científica, ou como a maioria dos mais jovens gostavam devido à catarse, a capacidade de se projetar em determinada obra, o romance.



O romance, embora seja definido como apenas um só, há diferentes conceitos para determinada pessoa que o tem guardado em seu psicológico, mesmo que involuntariamente. Alguns o aceitam como algo maravilhoso e tão acolhedor como manhã de primavera, de uma forma que essa estação consumisse seu coração por completo; outros consideram o amor como um inverno rigoroso tão torturante que fogo era impossível de extingui-lo; mas um pequena minoria insiste que isso não lhe importa.



Inegavelmente, todas são formas válidas de como explicar o amor. Nem sempre era algo total e facilmente bem sucedido, pelo contrário, muitos relacionamentos levam tempo para florescerem, serem assumidos ou até mesmo aceitos pelos envolvidos. E isso não só ocorria em ficções, mas também na vida real.



Algo que Kim Hongjoong sabia bem.



Os livros nos quais passava o dia enfiado lhe sussurram muitas coisas diferentes: histórias envolventes, torturantes, fofas, até mesmo o material da sua faculdade, afinal, tudo lhe proporciona sabedoria. Particularmente, preferia narrativas de suspense, com pouco desenvolvimento amoroso ou comédia, daquelas focadas na missão do protagonista.



Não que tivesse preconceito com o gênero do romance, longe disso, simplesmente não se identificava com a maneira que as pessoas tinham seus delírios enquanto liam ou assistiam cenas fofas e se imaginavam em determinada narrativa fluffy. Era... Estranho.



Na universidade em que estuda, Hongjoong, como um garoto quieto, mas muito observador, enxerga de longe quem lia alguma coisa dessas. Bastava ver o estudante que tinha os olhos no celular ou livro, um sorriso envergonhado estampado no rosto, uma falha leve na respiração e, nos piores casos, suspirava de forma apaixonada e esperançosa.



O jovem lembrava perfeitamente: se apaixonara um ou duas vezes no máximo, mas seus términos não se deram de forma brusca para se afastasse totalmente da possibilidade de encontrar o amor. Ele julgava que apenas se afundar em ficções para suprir uma necessidade ou, como um passe de mágica, atrair um clichê, era no mínimo patético.



Uma coisa que sabia bem tanto por experiência própria quanto inúmeras leituras de romance: não se podia confiar que aquela retratação ocorreria consigo ou com alguém próximo.



- Hyung, o Wooyoung tá vindo. - seu colega de quarto, Choi San, comentou com um sorriso bobo no rosto, sorriso esse que o Kim não consegue prever suas reais intenções.



- E quando seu namorado não vem, Sannie? Ele tá aqui todo dia. - o mais velho comentou, em seguida ficando receoso pela maneira que falou. - Não que eu não goste dele ou da relação de vocês. Acredite, ela é linda.



- Tudo bem, hyung. É que ele não gosta de sair, sabe? Não tanto quanto a gente. - San deitou-se nas coxas de Hongjoong, como se fosse um gato pedindo carinho.



- Como se fossemos pra baladas todo dia. - o de cabelos platinados riu, arrumando as correntes de seu próprio óculos para não incomodar o dongsaeng. - Geralmente, quando saínos, é só para ir ao shopping. Qual o problema nisso para ele?



- Ele não gosta de lugares com muita gente.



- Hum, aí ele tem um ponto, um ótimo ponto aliás. - para alguém tímido como o Jung, era desconfortável espaços com multidões. - Mas sério, tudo bem, podem ter a privacidade de vocês. Sabem que eu amo ler fora daqui. - Joong acariciou o cabelo do mais novo antes de colocá-lo de lado e levantar da cama, pegando sua mochila e carteira. - Volto antes de anoitecer, ok?

📖Under the Library Eyes💙 {Oneshot}Where stories live. Discover now