*Prólogo*

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Fogo.

É a lembrança mais avassaladora que ainda queima nas curvas das profundezas obscuras da minha mente.

Chamas.

Labaredas vorazes e quentes que lamberam meu corpo, penetraram minha pele e percorreram minhas veias sem piedade.

Dor.

Eu apenas queria que ela acabasse, libertando-me da sensação de estar sendo queimada viva.

A ardência insaciável em meu ser era falsa, mas era real para mim, dolorosa demais para que pudesse ser ignorada. Se eu soubesse a verdade sobre o que estava acontecendo comigo naquele momento, talvez a dor tivesse feito sentido, no entanto, tudo que eu sabia é que algo em meu âmago estava se transformando em pura escuridão, e todos que eu conhecia e amava foram destruídos... por mim.

A culpa é minha constante companhia, um peso esmagador que eu carrego em minhas costas por onde vou, mas, no fundo, ela não é apenas minha, porque interferiram em minha vida sem o meu consentimento.

Obrigaram-me a ser algo que eu não queria ser.

Uma aberração.

Obrigaram-me a ter algo que eu não queria ter.

Domínio sobre fogo...

E sede por sangue.

Sangue da luaWhere stories live. Discover now