Save Me (Romance Lésbico) - REVISÃO

Choque

CAPÍTULO 30

E por falar em saudade
Onde anda você?
Onde anda os seus olhos?
Que a gente não vê
Onde anda esse corpo?
Que me deixou morto
De tanto prazer.

- Caetano Veloso

A noite nos bairros agitados da Itália, atraiam Eleanor - as bebidas para ser mais exato, a ajudava esquecer uma certa mulher, cujo os olhos azuis turquesa ainda a assombrava durante as noites - A empresária temia chegar até os seus cinquenta anos viva, já que desde o seu último relacionamento que a destroçou, vivia perdidas nos bares, em busca de qualquer coisa, desculpa ou pessoa que a fizesse esquecer Lizandra.

- CHEGA! - Gina abriu as persianas, deixando a claridade do dia invadir o quarto onde Eleanor estava hospedada - Levanta dessa cama, agora!

- Apaga a luz... - Eleanor implorou, tampando os seus olhos - Ginaaaa!

- Isso não é a luz ligada - retirou as cobertas de cima da morena - É a claridade do dia maravilhoso que te espera lá fora - tentou anima-la.

- Prefiro ficar aqui - recusou o convite.

- Você prometeu que se esforçaria - a recriminou aborrecida - Será a madrinha do meu filho. Será que dá para se comportar como tal?

- Se eu fizer isso... - levantou-se lentamente se acostumando com o ambiente claro - Vai parar de encher o saco?

- Você é insuportável as vezes Eleanor. Insuportável!

Regina saiu do quarto de hóspedes de sua amiga, em pisadas fortes, bufando pelos ares totalmente aborrecida com a situação deplorável e triste em que sua amiga se encontrava.

Finalmente o dia do chá de bebê havia chegado, Eleanor já não aguentava mais ficar sozinha com seus pensamentos que a torturavam e a julgavam até os dias de hoje. Nem mesmo a terapia e todo o apoio, foram capazes de apagar as cicatrizes que seu antigo amor deixou em seu coração - Beber e trabalhar como uma maníaca, era a única maneira de não pensar no passado que tanto a machucou - E passar estes dias na Itália sem ter algo a fazer, para que ocupasse sua mente, a estava matando.

Desceu até a cozinha e alimentou-se de sucrilhos como sempre fazia toda a manhã. Eleanor olhava pela janela - o quintal já enfeitado com grandes balões de cores pastéis e, diversas mesas espalhadas pelo perímetro da piscina do imóvel de suas amigas - A pensar que agora seria tia e já estava no auge dos seus trinta e três anos "sem ninguém".

- Precisa de alguma coisa?

Loira e portanto seus um metro e setenta e oito, essa é Giovana mais conhecida como a prima de Regina. Era evidente o interesse da ginasta pela empresária desde que se conheceram - cerca de quatro anos atrás - Mas, a mais velha sempre deixara claro que não se envolveria com a mulher, entretanto, a persistência de Giovanna estava impressionando Eleanor.