Dandelions [Lewis Hamilton] ✓

Capítulo Único;

18 DE FEVEREIRO

Muitos têm o costume de dizer que o amor só é amor quando dura para sempre, quando supera as interrupções da vida sem muita dificuldade. Para Lewis o amor sempre foi algo mais abstrato, algum tipo de incógnita que simplesmente acontece. Ou não acontece. Você pode amar hoje, amar amanhã ou então não amar. Não da forma como os outros esperam, e tudo bem, cada um tem sua maneira.

O amor para ele é como um dente-de-leão, possui vários jeitos, várias sementes e quando o vento passa por você, é impossível não cultivar outra pessoa com a sua semente.

Hamilton já teve o amor de duas semanas, o amor de escola, o amor complicado, mas agora, à espera do sorriso mais lindo que já havia visto, ele tinha certeza de que havia cultivado o maior de todos os amores: o amor para toda a vida.

Esse é o tipo mais singelo, que trouxe Maria aos seus braços de mansinho, por acaso, em uma noite chuvosa no circuito de Interlagos.

— Você precisa se acalmar, ela vai aparecer! — Angela diz para o amigo e parceiro, ao ver que seus dedos batiam nervosamente na madeira da mesa.

Hoje seria o dia em que ele finalmente eternizaria seu amor — ou ao menos iria tentar — fazendo o tão famoso pedido.

No apartamento que dividiam, Maria seguia cada pista que seu namorado deixara pelos cômodos, todas espalhadas como uma caça ao tesouro.

Era a cara de Lewis fazer algo assim.

"Ótimo. Eu sabia que conseguiria!"

A letra torta de Lewis dizia num post-it rosa que estava colado no espelho do corredor. A morena riu sozinha, imaginando a expressão motivadora do namorado por trás da tinta azul. Com certeza era a mesma de quando ele tentava a levar para uma pequena "caminhada" de 200 metros por Monte Carlo ou quando ele a forçava a comer suas receitas medonhas de doces veganos que quase sempre davam errado.

E, bem, aquele era o homem que ela escolheu. O que não desistiu até arrancar um sorriso da fotógrafa, e fez questão de levá-la a um "encontro de verdade", mesmo depois de terem passado de completo estranhos à estranhos que dormiam de conchinha (ele sendo a concha menor como uma criança que precisava de proteção) após uma noite regada a champagne.