The Macchiato's Lady

Chapter Eight

The Macchiato's Lady.

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POV MIRANDA

Devo admitir que deixar a tal Andrea nervosa me deixou de bom humor. Depois de tudo que vivi nas últimas semanas, acabo me sentindo na necessidade de me agarrar a qualquer situação que me faça rir. Minha irmã me deixa em casa e pela exaustão do dia, tomo um banho e me deito. Acabo dormindo mais do que pretendia. Os remédios receitados estão mudando a minha rotina completamente. Só quando decido revisar o livro pela manhã, percebo que ele não está comigo. Começo o dia estressada e atrasada,  então sigo apressada para a Runway. Preciso iniciar as demandas do dia mesmo sem o livro. E meus funcionários amargam o meu mau humor ainda mais ácido que o habitual. E parece que tudo está piorando a cada minuto que passa. Me apresentam um ensaio de looks absurdamente insatisfatórios. Hoje com certeza haverá demissões em massa no meu império. Quando estou prestes a demitir minha equipe de produção criativa, escuto a voz de Nigel me chamando. Me viro em direção a ele e vejo Andrea. Me surpreendo com sua aparição. O que ela está fazendo aqui? Nigel me informa que ela está com o livro.

Oh, meu deus.

Quando estou na cafeteria ela fica me encarando o tempo todo como se estivesse me espionando e como se soubesse quem eu sou, sabe onde eu trabalho e agora está com o livro. E se ela for uma pessoa influente de alguma forma? Ou esteve apenas esperando uma oportunidade para obter informações sobre a Runway?

E eu faço o que faço de melhor: Me comporto como uma imbecil. No calor do medo de prejudicar a revista que está num momento crucial , eu a acuso de ser uma "aproveitadora"! E como não me comporto pela metade em qualquer situação, ofereço dinheiro a ela. Vejo a mulher simpática e agradável que serve o melhor macchiato que eu já provei, se transformar.

Fico completamente possessa , e perplexa ,quando a atrevida chama o meu trabalho primoroso de porcaria. Como ela ousa chamar de porcaria? E ela está fumaçando. Não tanto quanto eu estou. Jamais alguém foi capaz de me desafiar dessa maneira tão corajosa. Quando tentei encará-la, ela sequer diminuiu o tom de voz. Joga um pacote com a logotipo da cafeteria no meu cesto de lixo, desrespeitosamente ela me dá as costas para mim e sai pisando firme pelos corredores da Runway. Olho para o corredor e percebo Emily e Nigel observando, percebo que possivelmente eles estavam o tempo todo atentos ao que estava acontecendo, já que as portas são de vidro, tirando completamente a privacidade da minha sala. Vou até a porta que agora está aberta e os encaro.

— Perdão, mas eu tive uma certa impressão de que vocês trabalhavam aqui. Não lembro de ter nas descrições das suas funções, ficar nos corredores observando os meus passos.

Eles se olham.

— Não me façam me arrepender de ter trazido vocês dois.

Afirmo e eles seguem para as suas salas. Fecho a minha porta e observo o meu cesto de lixo. Pelo formato do pacote, ela me trouxe uma bebida. Sinto uma vontade absurda de tomar o meu macchiato, já que não fiz o meu ritual matinal. Exijo que a minha assistente vá pessoalmente lá e pegue a minha bebida, deixando claro que não deve mencionar que trabalha na Runway.

Murmuro sozinha quando me sento na minha poltrona. Olho para as minhas mãos e percebo que estou tremendo. Não acredito que permiti que aquela mulher me tirasse as estruturas desse jeito.

Em menos de 20 minutos recebo minha bebida. Deliciosa como sempre, mas nem ela foi capaz de me acalmar. Passo o dia ainda mais irritada do que eu já estava. A falta das minhas anotações no livro levou todas as programações ao caos. E isso não está tirando a minha linha do raciocínio tanto quanto o desaforo que a maldita atrevida ter me desafiado dentro do meu território. Isso não vai ficar assim. Eu não vou deixar que aquela mulher tenha a última palavra. Enfrentar Miranda Priestly, chamar meu trabalho de porcaria e ficar por isso mesmo! Meu sangue tá fervendo e tenho certeza de que não é pela quantidade de açúcar circulando nas veias.