11. Decisão

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Ah-ra

Encarei os olhos do homem, sentindo cada mínima parte do meu corpo reagir diante de sua revelação. Van havia dito seu nome verdadeiro para mim e após me ver ficar por mais que cinco segundos sem lhe dar uma resposta, pude notar seu nervosismo surgir.

Analisei os detalhes de seu rosto. O nariz redondinho e a boca um pouco carnuda, com uma pequena pintinha discreta no canto. As sobrancelhas extremamente bem desenhadas passam um ar sério, contudo, os olhos castanhos com somente um tendo pálpebra dupla, traz um resquício de ingenuidade.

Lindo demais. Irresistível.

— Kim Taehyung. É um nome bonito, combina com você. – Sussurrei, sorrindo pequeno e me aproximando. — Apesar de que Van tem um charme. – Ele riu nasalmente.

— Até curto também, confesso. – Ele pareceu distante. — Uma amiga uma vez me disse que um dia eu receberia um apelido de alguém...  – Deixou a frase inacabada e piscou negando com a cabeça, como se de fato não quisesse terminar. Fitei seu rosto por mais alguns segundos enquanto meu peito doía com a força das batidas.

— Obrigada por dizer o seu nome, Taehyung.

Ele me encarou por pouco tempo, mas desviou o olhar para a lareira, sem me responder nada. Também desci a atenção até minhas mãos, respirando profundamente. Estava atônita com os últimos acontecimentos. Uma vontade imensa de chorar me invadia.

Eu me sinto bem com Van, agora Taehyung. Tenho a sensação de estar segura com a sua presença e gosto do que seja lá que temos, mas ao mesmo tempo que isso me traz alento, também me deixa insegura. São tantas questões que sequer sei por qual delas começar.

— Eu não gosto quando pensa demais. – O rapaz murmurou relaxando a postura no sofá e eu o encarei confusa.

— O quê?

— Quando você fica muito calada... seus pensamentos me deixam perturbado. Se quer fazer perguntas, apenas faça. – Foi direto, ainda olhando para as chamas da lareira. Mais uma vez puxei o ar com força e criei coragem para iniciar aquele diálogo.

— Jin sugeriu que me matasse.

— E isso não vai acontecer. – Afirmei lentamente com a cabeça, vendo-o se levantar do sofá. — Ainda tem comida aqui? – Desviou bruscamente do assunto e andou até a cozinha. O acompanhei com o olhar, vendo-o pegar um lanche e me entregar.

— Pensei que você estava com fome.

— Come. – Pediu, com o seu clássico tom de ordem.

Quis rir com o seu cuidado um tanto bruto e comi do sanduíche, ainda sendo acompanhada por seu olhar quase que o tempo todo.

Eu gostava do olhar de Kim Taehyung.

— Van... – Fitei o lanche, sem coragem de me virar para o homem.

— Hum?

— O que nós somos?

Silêncio.

— Ah-ra...

— Você me disse que eu poderia fazer perguntas.

— Não achei que fossem perguntas complicadas demais. Você está sendo muito rápida. – Voltou a se levantar como se estivesse inquieto e mexeu na lenha para manter o fogo aceso. Também saí do sofá e fui até a cozinha apenas para beber água, sentindo seu olhar me acompanhar quando entrei no quarto.

Me Olhe Nos Olhos | Kim Taehyung Onde histórias criam vida. Descubra agora