04. i thought you'd never ask

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𝙚𝙨𝙘𝙧𝙞𝙩𝙤 𝙥𝙤𝙧 𝙞𝙧𝙣𝙙𝙖𝙙 𝙫𝙞𝙖 𝙩𝙪𝙢𝙗𝙡𝙧

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𝙚𝙨𝙘𝙧𝙞𝙩𝙤 𝙥𝙤𝙧 𝙞𝙧𝙣𝙙𝙖𝙙 𝙫𝙞𝙖 𝙩𝙪𝙢𝙗𝙡𝙧.

- Ei você

Ela ouve do canto familiar de seu quarto, um que ela está acostumada. Ele soa rouco e sem fôlego, e seu terno está escorregadio com a água da chuva. Ela está linda, claro. Não há um momento do dia em que ela não roube seu fôlego.

- Peter! - ela diz, a voz baixa e cuidadosa, mas mesmo assim – ele pode ouvir o carinho doce como mel pelo qual seu nome é falado.
- Você chegou cedo esta noite, hein?

Ele abre um sorriso e olha para ela - ele não pode evitar.

Ele caiu em sua escada de incêndio, uma noite.  Seu péssimo apartamento na faculdade, um lugar compartilhado com seu próprio quarto.  Foi meses atrás, parece décadas agora. Claro, ele sabia quem ela era antes daquela noite. Ele sabia que ela era a garota gentil, que sorria para ele toda vez que passava por ele nos corredores. Ele tem uma queda por ela desde os dez anos, quando ela lhe ofereceu uma barra de chocolate no dia seguinte ao Halloween, quando tia May tinha acabado de embalar uma barra de granola.

E quando ficaram mais velhos, durante todo o ensino médio, ele nunca teve coragem de dizer uma maldita palavra para ela. E o pior foi que ela se tornou amiga dele. Tornou-se perto o suficiente dele para que ele pudesse memorizar a curva de seus lábios apenas pela quantidade que ele olhou para eles, perto o suficiente para que os dedos dela tocassem os dele. Ele queria contar a ela, planejou isso, pensou nisso todos os dias.

Ela só descobriu sobre o Homem-Aranha quando ele caiu em sua escada de incêndio.

Ela é linda, ele observa, na penumbra do quarto dela. Os olhos dela são a coisa mais bonita que ele já viu, e eles nunca ficam menos notáveis, mesmo quando ele vem aqui quase todas as noites. Ele olha para ela com um olhar de adoração, um que ele tem certeza que não pode ser muito sutil.

- Acho que estou ficando preguiçoso - ele brinca, com um sorriso meio virado, antes de se sentar na cama dela
- Você quer assistir a um filme ou algo assim?

- Como foi seu dia? - Ela pergunta, sua voz um doce chamado de simpatia. Ela se preocupa com ele, o que o enche de uma sensação egoísta de êxtase.

- Foi ótimo, eu só queria acabar logo com isso. Eu estive pensando em ter a chance de sentar com você um pouco desde a primeira hora desta manhã.

A máscara foi tirada desde que ele entrou na sala, mas quando ele está sentado ao lado dela, é quando ela penteia seu cabelo desgrenhado com seus dedos delicados.

É uma dor, desejá-la assim. Uma pequena tragédia que ele carrega todos os dias no bolso. Alguém uma vez lhe disse que o amor não correspondido era como um afeto nunca conhecido em sua plenitude.

Ele não pode imaginar querê-la mais do que agora.

▫️

Ela começa a procurar um filme na Netflix. Quando ela o encontra, ela se senta ao lado dele.  Na verdade, sua coxa está tocando a dele, e seu cobertor do Homem de Ferro está sobre os dois quando ela começa um filme.

Ele tenta se concentrar no filme. Não funciona.

- Você está bem? - ele a ouve dizer, sua voz rachando através da névoa de desespero em que ele está preso.

- Eu... Eu só percebi que você está usando a minha camisa.

- Sim, tudo bem? Eu posso devolver.
Sua voz é trêmula e incerta.

Não devolva, fique, use.

- Você está linda com ela. - ele murmura.
De alguma forma, ela chegou perto dele, tão perto que ela está olhando para ele com aqueles olhos pelos quais ele continua se apaixonando, tão perto que seus lindos dedos estão em cima dos dele agora.

- Obrigada. - ela responde, a voz tão baixa que é quase um sussurro, quase reverente. Ela está insegura de si mesma. Ela recua uma fração de centímetro, e ele a segue para encontrar a lacuna, porque agora ele pode sentir o cheiro de chocolate quente em seu hálito, tão perto de seus lábios que sair parece um crime para sua própria autopreservação.

- Nós podemos mudar o filme.

- Beije-me - ele sussurra, mais um pensamento transformado em som do que uma ação intencional, mas ele quer, quer como se a órbita dela o estivesse puxando, como se o universo em geral estivesse implorando para que isso acontecesse.

Bêbado com o quão perto ela está, ele segura o lado de seu rosto com uma mão. Ele está tão feliz por ter se lembrado de usar suas roupas normais por baixo do traje para sair, porque sentir o rosto dela em sua mão sem as luvas é muito parecido com o que é a salvação.

- Por favor - ele diz. - Me beije

Acontece devagar, mais devagar do que ele jamais teria pensado, mas, novamente, ele nunca pensou que isso aconteceria em primeiro lugar. Ela puxa para dentro e sua respiração fica mais pesada, e é tudo o que ele sempre quis e ainda mais do que ele poderia esperar.

Ela tem gosto de batom de cereja e um gosto que ele não consegue se cansar.

Quando ela se afasta, ela não vai muito longe - uma das mãos dele ainda está na lateral do rosto, a outra na cintura. Deus, ele nunca esperava isso.

Ele certamente não poderia ter previsto o que ela diria, com a testa pressionada contra a dele, os dois lentamente perseguindo o ar novamente.

- Eu pensei que você nunca pediria.

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𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 | 𝘢𝘯𝘥𝘳𝘦𝘸 𝘨𝘢𝘳𝘧𝘪𝘦𝘭𝘥 Where stories live. Discover now